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Justiça
20/11/2019 10:00:00

Ex-presidente do Paraguai é alvo da Lava Jato


Ex-presidente do Paraguai é alvo da Lava Jato

O ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes é alvo de mandado de prisão preventiva nesta terça-feira (19/11) em uma operação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), por suspeita de ajudar na fuga de Dario Messer, conhecido como "o doleiro dos doleiros". Messer foi preso em São Paulo em julho após ficar foragido por 14 meses.

A operação batizada de Patron – "patrão' em espanhol, nome que seria utilizado por Messer para se referir a Cartes – é um desdobramento da operação Câmbio, Desligo, que ocorre no âmbito da Laja Jato. O mandado de prisão foi emitido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. O ex-presidente teve ainda seu nome incluído na chamada difusão vermelha da Interpol.

A operação Patron ainda tem como alvo pessoas que ajudaram o doleiro a fugir ou ocultar seu patrimônio, inclui 37 mandados em São Paulo, Búzios, Rio de Janeiro e Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. Ao todo, são 16 mandados de prisão preventiva, 3 de prisão temporária e 18 de busca e apreensão.

A operação resultou na prisão do doleiro Najun Azario Flato Turner em São Paulo. A PF também realizava buscas no bairro de Copacabana, na capital fluminense.

Messer era procurado desde maio de 2018, após o início da operação Câmbio, Desligo, por meio da qual foi constatado que doleiros teriam movimentado 1,6 bilhões de dólares em 52 países.

O doleiro é alvo de investigações policiais desde os anos 1980, em razão de movimentações financeiras suspeitas envolvendo empresários, políticos e criminosos. Na semana passada, o Messer teve um pedido de liberdade negado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF)..

Sua associação com o ex-presidente paraguaio é monitorada por agências americanas há pelo menos duas décadas. A sociedade entre Cartes e Messer foi confirmada por um ex-parceiro do doleiro, Lucio Bolonha Funaro, encarregado da lavagem de dinheiro do grupo liderado pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Cartes, um dos empresários mais ricos do Paraguai, governou seu país durante cinco anos, até agosto de 2018. Sua eleição, em 2013, significou a volta do conservador Partido Colorado ao poder.

A legenda já havia dominado a política do país durante 60 anos, incluindo os 30 anos da ditadura do general Alfredo Stroessner. A hegemonia do partido foi interrompida somente em 2008, com a eleição do esquerdista Fernando Lugo à presidência, que acabaria sendo deposto em 2012.

Atualmente, Cartes é senador vitalício, cargo que a Constituição do Paraguai garante a todos os ex-chefes de governo. Ele também é o presidente do grupo Cartes, que reúne empresas produtoras de carnes, roupas, bebidas, cigarros e charutos e administra diversos centros médicos pelo país. 

Segundo o presidente do Congresso paraguaio, Blas Llano, como Cortes é senador isso significa que ele tem imunidade parlamentar e não pode ser preso. 

"A Justiça brasileira não pode solicitar a perda da imunidade ao Congresso paraguaio. Tem que ser um juiz competente da República [do Paraguai]", disse Llano, ao jornal paraguaio Hoy

RC/ots

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