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Alagoas
14/11/2019 21:00:00

Cascas do sururu podem virar matéria-prima para novos produtos


Cascas do sururu podem virar matéria-prima para novos produtos

Quem passa diariamente pela Avenida Senador Rui Palmeira, no bairro Vergel do Lago, costuma se deparar com montantes de cascas de sururu acumuladas no canteiro do trecho conhecido como Dique Estrada, onde marisqueiros trabalham com a venda do molusco. Ao longo da via, a Prefeitura coleta todos os dias cerca de seis toneladas do resíduo e encaminha ao Aterro Sanitário por não ter mais utilidade, visto que as cascas normalmente são descartadas junto a resíduos domiciliares e entulhos. Agora, a Prefeitura busca novas alternativas para melhorar a limpeza na região e viabilizar a coleta seletiva com a colaboração da comunidade.

O trabalho é coordenado pela Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) e está entre as ações do projeto “Maceió Mais Inclusiva através da Economia Circular”, uma iniciativa que reúne órgãos da Prefeitura de Maceió, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), além da parceria com o Sebrae, a Braskem, a agência de fomento Desenvolve e a Universidade Politécnica de Madrid. Com a coleta seletiva, as cascas de sururu terão novo destino: ao invés do Aterro Sanitário, serão utilizados como matéria prima para outros produtos.

“Estamos com nossos educadores ambientais percorrendo o Dique Estrada fazendo a distribuição de sacos para o armazenamento das cascas. Coletaremos o material duas vezes por dia, sempre no final da manhã e no final da tarde, e serão destinadas à produção de novos produtos. Estudos viabilizados pelo IABS apontaram o potencial da casca, que pode, por exemplo, substituir o calcário utilizado na produção do cimento e também pode servir de base na produção de textura. É uma fase experimental, mas que sinaliza uma alternativa viável à destinação adequada das cascas”, explica o titular da Sudes, Gustavo Torres.

A equipe de educação ambiental está orientando os marisqueiros durante a entrega dos sacos e informando sobre os horários para disposição do material, além da coleta de informações para que o recolhimento possa ser acompanhado conforme o quantitativo de sacos distribuídos. Segundo Torres, a expectativa é de que, a partir da coleta seletiva, haja a redução do descarte inadequado no canteiro do Dique Estrada. O gestor explica, ainda, que o projeto na via da orla lagunar vai beneficiar os marisqueiros e compreende outras etapas, como a implantação de uma moeda social que vai estabelecer a troca das cascas por cestas básicas e outros produtos em um mercado social.

A moeda e o mercado social serão implementados com o suporte do Instituto Mandaver, que foi um dos sete vencedores do Prêmio de Inovação em Economia Circular lançado pelo IABS para escolher iniciativas que envolvam a cadeia produtiva do sururu. O Mandaver, cuja sede fica no Dique Estrada, deve recuperar o Ecoponto do Sururu por meio dos recursos provenientes do prêmio e vai receber apoio da Prefeitura, do IABS e do Sebrae na execução do projeto.

“A limpeza no Dique Estrada foi ampliada, passando a ser realizada diariamente, com a instalação de caixas específicas para o lixo domiciliar. Todos os dias coletamos na região cerca de 60 toneladas de resíduos – incluindo seis toneladas da casca de sururu, um quantitativo expressivo que representa 5% do volume total de resíduos coletado em Maceió. Estamos viabilizando a coleta seletiva, contando com a colaboração da comunidade, e vamos reativar o Ecoponto do Sururu, que fica no local e vai receber essas cascas. A partir da entrega, o marisqueiro receberá a moeda social e poderá trocar por cestas básicas e outros produtos. Esta etapa está sendo alinhada pela Prefeitura em conjunto com o IABS e em breve terá início”, completa Torres.

Jornal de Alagoas



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