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Justiça
07/11/2019 02:00:00

4ª Vara do Trabalho de Maceió aposta em acolhimento para tranquilizar as partes e incentivar conciliação


4ª Vara do Trabalho de Maceió aposta em acolhimento para tranquilizar as partes e incentivar conciliação

Advogados e partes com audiências marcadas para a 4ª Vara do Trabalho de Maceió têm sido surpreendidos por uma prática inovadora adotada pela juíza do Trabalho Kassandra Carvalho e Lima: o acolhimento antes do início da pauta de audiências, com o objetivo de tranqüilizá-los e disseminar a cultura de paz e conciliação.

Trata-se de uma medida simples e rápida, em que a magistrada e sua assistente dedicam os 5 minutos que antecedem o início dos trabalhos para se dirigirem aos jurisdicionados e desejarem um bom dia, darem boas-vindas, afirmando que as partes devem ficar tranquilas, já que elas estão lá para ajudá-las a solucionarem seus conflitos. "Nosso objetivo é mostrar que estamos aqui para servi-los, que trabalhamos em prol da solução de conflitos e não só da solução de processos. Quando os espíritos estão desarmados, fica mais fácil chegar a uma solução por consenso, muitas vezes construída pelas próprias partes até antes de adentrarem à sala de audiências", explica a magistrada, que há 15 anos milita na Justiça do Trabalho.

Defensora da prática de conciliação, a juíza Kassandra Carvalho e Lima diz que o objetivo é conseguir ir além do acordo, contribuindo para restabelecer relações pessoais. "Muitas vezes há mágoas no processo, e essas não estão registradas", justificou, lembrando que a prática do acolhimento foi inspirada na atuação da colega Renata Palcoski, juíza do Cejusc de Rio Branco (AC), e que a conciliação significa somar, compartilhar e multiplicar, de modo que as boas práticas devem ser replicadas.

Os servidores que atuam na assistência das audiências e do gabinete também têm um importante papel no acolhimento. Para o assistente  de juiz Thiago Henrique de Barros,  a conciliação é até mais importante que a sentença. "A conciliação é uma solução do processo construída pelas próprias partes. Estamos aqui para acolhê-las", enfatizou.

Outra servidora da Unidade que também está engajada na boa prática é Viviane Barros Costa. Na última terça-feira (05/11), ela escolheu falar sobre empatia na mensagem de acolhimento aos jurisdicionados. "Empatia não é validar o sofrimento do outro, mas um olhar de amor que atravessa a outra pessoa para fazer com que seja possível ver o mundo com seus olhos", afirmou. "Conflitos todos nós tivemos, temos ou teremos. O que precisamos é aprender a lidar com eles da melhor forma possível", complementou a juíza Kassandra.

Para o advogado Cláudio Alexandre, a iniciativa proporciona bem-estar. "Achei importante o momento para formar um ambiente seguro para as partes, que muitas vezes se sentem deslocadas, e até mesmo desestabilizadas", enfatizou. O reclamante João André Epifânio disse que as mensagens o deixaram tranquilo. "Quebrou a tensão. Foi diferente da outra ocasião em que estive aqui na Justiça do Trabalho", afirmou.

A advogada Carolina Agra fez questão de parabenizar pela iniciativa. "Realmente me senti mais acolhida e minha cliente acabou de comentar comigo como ficou mais tranquila", disse. O preposto Paulo Jackson, da empresa Horizonte Express, ouviu com atenção as palavras da juíza e da servidora. "Há muito anos participo de audiências, que muitas vezes são uma batalha, quando não era pra ser. Com essas palavras, o espírito se desarma para tudo aquilo que você possa ter na mente para impedir fazer uma conciliação. Sempre podemos aprender mais e hoje tive aqui um aprendizado de vida", revelou.

Al1

Ascom TRT-AL



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