Um grupo de seis deputados que votou contra a orientação do partido na reforma da Previdência vai alegar na Justiça que está sofrendo perseguição para ficar com o mandato. Isto porque pela legislação, o mandato é do partido.
A Lei Eleitoral só autoriza aos deputados mudar de partido quando expulsos ou no prazo da janela partidária. A intenção do grupo é fazer o apelo à Justiça Eleitoral ainda nesta terça (15).
Símbolo do grupo e do embate entre partidos e movimentos de renovação política, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) alega que apenas alguns parlamentares que desobedeceram a legenda estão recebendo tratamento diferenciado.
O principal exemplo de Tabata é o da senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que também não seguiu a orientação da sigla, mas, segundo a deputada, não sofreu ameaças.
Quando a PEC da Previdência estava para ser analisada no plenário da Câmara, o PDT alardeou que “traições” seriam punidas com rigor e poderiam levar até mesmo à expulsão do partido. Naquela ocasião, a decisão era de que todos os deputados deveriam votar “não” ao texto. Oito, contudo, disseram sim à PEC e sofreram sanções com perda de espaço na sigla e na Câmara.
No início do mês, ao HuffPost, o presidente do PDT, Carlos Lupi, negou qualquer abordagem diferenciada nas situações e disse que o caso da senadora só poderá ser analisado após término da votação da Previdência pelo Senado.
Além de Tabata, do PDT os deputados Marlon Santos (RS), Flávio Nogueira (PI) e Gil Cutrim (MA) também argumentam perseguição. O mesmo ocorre com alguns integrantes do PSB: Rodrigo Coelho (SC), Jefferson Campos (SP) e Felipe Rigoni (ES).