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Economia
05/10/2019 12:25:00

Peso do transporte no orçamento familiar ultrapassa o da alimentação pela primeira vez, aponta IBGE

Habitação ainda é responsável pela maior parte das despesas dos brasileiros. Despesas de consumo correspondem a 81% dos gastos.


Peso do transporte no orçamento familiar ultrapassa o da alimentação pela primeira vez, aponta IBGE

Pela primeira vez, as despesas de consumo das famílias com transporte ultrapassam os gastos com alimentação no Brasil. É o que indica a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que traz dados de 2018.

Historicamente, os gastos com habitação são os que mais pesam no orçamento das famílias brasileiras. A alimentação aparecia em segundo lugar, sendo superada pelo transporte pela primeira vez no ano passado. Esta foi a terceira edição da POF, que substituiu o Estudo Nacional da Despesa Familiar (Endef), realizado entre os anos de 1974 e 1975.

De acordo com o novo levantamento, em média, as despesas com habitação correspondem a 36,6% de todas as despesas de consumo das famílias brasileiras. Na edição anterior da pesquisa, realizada entre 2008 e 2009, essa participação era de 35,9%.

Já a alimentação, que há dez anos comprometia 19,8% do orçamento familiar, teve sua participação reduzida para 17,5%. As despesas com transportes também apresentaram queda na composição dos gastos, porém menos acentuada – passaram de 19,6% para 18,1%, superando assim os gastos com alimentação.

Despesas de consumo são aquelas feitas para aquisições de bens e serviços utilizados para atender diretamente às necessidades e desejos pessoais das famílias e seus integrantes. Não são entendidas pelo IBGE como parte delas: impostos, contribuições trabalhistas, serviços bancários, pensões, mesadas, doações e outras despesas correntes. Em média, as despesas de consumo representam 81% dos gastos das famílias brasileiras – ou R$ 3.764,51 mensais.

 

 

Em 1975, quando o IBGE realizou o primeiro estudo sobre o orçamento familiar, a alimentação era o que mais pesava no bolso dos brasileiros – ela correspondia a 33,9% das despesas, enquanto a habitação representava 30,4%. Em 2003, elas se inverteram, com a habitação representando 35,5% dos gastos e a alimentação, 20,8%.

“Com o aumento da renda, tende-se a diminuir a participação da alimentação nos gastos de consumo das famílias”, ponderou o analista do IBGE, Leonardo Oliveira.

De acordo com a pesquisa, para as famílias com rendimento total de até dois salários mínimos (R$ 1.908), a alimentação representa 22% da despesa mensal total. Já para as famílias com rendimento total de até 25 salários mínimos (R$ 23.850), esse percentual despenca para 7,6%.

Já os gastos com transporte representam 9,4% das despesas dos mais pobres, enquanto para os mais ricos chega a 15,3%.

Os gastos com habitação também pesam mais para os mais pobres – 39,2% das despesas totais, enquanto para os mais ricos essa participação é de 22,6%.

Gastos por faixa de renda das famílias — Foto: G1 EconomiaGastos por faixa de renda das famílias — Foto: G1 Economia

Gastos por faixa de renda das famílias — Foto: G1 Economia

G1



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