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28/09/2019 17:30:00

‘Luto’ em Paulo Jacinto: Comércio e feira livre lamentam separação


‘Luto’ em Paulo Jacinto: Comércio e feira livre lamentam separação

Separados no início do mês, após uma convivência de mais de 50 anos, a feira livre e o comércio lojista de Paulo Jacinto vivem dias de agonia. Por decisão monocrática do prefeito Marcos Lisboa, a feira, que funcionava aos sábados, na Rua Floriano Peixoto* (corredor principal do comércio local), foi transferida para a Rua Erasmo Porangaba, do outro lado da ponte que atravessa o Rio Paraíba, gerando um oceano de reclamações. 

A decisão da Prefeitura está valendo há quase três semanas e desde então, as críticas chovem nas redes sociais, nas conversas de esquina, em vídeos e outras manifestações de protesto, dando repercussão à voz dos comerciantes – dos dois lados – que são contra a mudança, alegam prejuízos enormes e pedem a reversão da medida. Esta semana, as lojas do Centro abriram com um tecido preto na fachada, indicando luto pela “morte” do comércio.

Numa reunião ampliada, feirantes e lojistas discorreram sobre várias consequências da separação. Uma delas é a evasão de clientela de povoados e comunidades rurais para cidades vizinhas, onde feira e comércio se concentram num só lugar. A separação está sendo vista como um grande impacto negativo à economia local, que sobrevive, basicamente, do comércio e da pequena agricultura.

Na verdade, feirantes e lojistas sempre viveram um pelo outro. Nas cidades do interior, é assim: O comércio se estabelece e cresce a partir de uma feira-livre, e é inegável que os lojistas têm seu maior movimento nos dias de feira, assim como os feirantes também vendem mais onde tem comércio estabelecido, devido à maior circulação de pessoas.

PEDINDO SOCORRO

Além dos prejuízos, os comerciantes se queixam de não terem, sequer, sido ouvidos pela Prefeitura, antes da mudança. Dona de uma farmácia na Santos Dumont, Zilda Tenório confirma: “Nosso comércio está a falecer. Não houve, antes, uma conversa com os comerciantes lojistas nem com os feirantes. O gestor decidiu assim, e pronto”, diz ela, lamentando o prejuízo que todos estão tendo com isso.

Segundo Zilda, nem mesmo na Câmara o assunto foi discutido. “Depois dessa decisão, tivemos uma reunião com os vereadores, e nem eles estavam cientes. Estamos pedindo socorro. Está todo mundo – feirante e lojista – em desespero com essa situação”, diz ela.

Nas redes sociais, vídeos e fotos feitos por comerciantes no sábado passado – o segundo sem a feira por perto – mostram as lojas sem movimento de compra e venda. “Desde que foi retirada a feira livre do nosso comércio, não tem fluxo de pessoas, é só prejuízos”, diz a comerciante Arlene Mendonça, dona de uma loja de calçados e confecções. 

“O mercadinho está vazio. Está assim desde que a feira foi tirada daqui. Não pode continuar assim. Temos que fazer alguma coisa. Meu movimento caiu 80%”, reforça a comerciante Rosa Cavalcante. 

MEDIDA TEMPORÁRIA

Procurado pelo Eassim, o prefeito Marcos Lisboa confirmou que a decisão foi monocrática, e necessária por causa de uma obra de construção de um parque de convivência na região central da cidade, mas afirmou ter feito pelo menos dois anúncios na rádio local, para os comerciantes e a  população tomarem conhecimento. 

Sobre ouvir os comerciantes e a Câmara, ele disse que não tinha como fazer consulta, porque a medida tinha que ser tomada de qualquer jeito, já que a obra precisa interditar várias ruas no entorno do Comércio, ficando, a Floriano Peixoto*, como a única alternativa de tráfego de veículos.

Sobre a duração da medida, ele disse que é temporária, com previsão de dois meses. 

Sobre os prejuízos reclamados pelos comerciantes, o prefeito disse que isso não existe; que a crise nas vendas já vem de muito tempo e não decorre do evento de mudança da feira.

(*) Reeditado em 27/9, por incorreção no nome da rua onde funciona o comércio central

éassim



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