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Atualidade
28/09/2019 15:00:00

População desocupada totaliza 12,6 milhões de pessoas, revela IBGE

Apesar da queda, a ocupação de baixa qualidade bateu recordes históricos, a massa de rendimentos ficou estável, o número de desocupados ainda é o maior desde 2012


População desocupada totaliza 12,6 milhões de pessoas, revela IBGE

O desemprego no país caiu para 11,8%, no trimestre entre julho e agosto. No entanto, a ocupação de baixa qualidade bateu recordes históricos, a massa de rendimentos ficou estável, o número de desocupados ainda é o maior desde 2012 e do total de empregados, apenas 62,4% contribuíram para a previdência oficial. Além disso, força de trabalho (a soma dos ocupados e desocupadoas), estimada em 106,2 milhões de pessoas, ficou estável em relação ao trimestre anterior e cresceu 1,7% (mais 1,7 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2018, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

A queda no emprego, no trimestre encerrado em agosto, foi de 0,4 ponto percentual no confronto com o trimestre anterior, de março a maio de 2019, quando a taxa de desocupação estava em 12,3%. Na comparação com o mesmo período de 2018 (12,1%) o recuo foi de 0,3 ponto percentuais. A queda no desemprego foi consequência da entrada 684 mil trabalhadores no mercado. Atualmente, 93,6 milhões de brasileiros estão ocupados, o maior número desde 2012. Mesmo com a retração, ainda existem no Brasil 12,6 milhões de pessoas em busca de oportunidade, .

 

Apesar do aumento na quantidade de pessoas com emprego, a PNAD Contínua mostrou que as ocupações de baixa qualidade bateu recordes e chegou ao maior patamar da série histórica, iniciada em 2012: 41,4% dos ocupados estão na informalidade, a maior proporção de informais desde 2016, quando o indicador passou a ser divulgado. Nesse grupo estão os trabalhadores sem carteira assinada (do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família). São ao todo 11,8 milhões de empregados sem carteira assinada e 24,3 milhões por conta própria, no trimestre encerrado em agosto.

 

Além disso, do total de empregados, apenas 62,4% contribuíram para a previdência oficial. “Há um movimento de queda desde o início do ano”, disse a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy. Também é importante destacar que a queda no desemprego é sazonal e já era esperada. Cimar Azeredo, diretor adjunto de Pesquisa do IBGE, explicou que, nesta época do ano, a tendência é de aumento expressivo dos ocupados. Ele chamou a atenção, no entanto, que, com esse aumento, deveria haver impacto na massa de rendimento, o que não aconteceu.

 

A massa de rendimento do trabalhador brasileiro ficou estável no patamar mais alto, de R$ 209,9 bilhões. Já o rendimento médio ficou em R$ 2.298, também com estabilidade. “Esse aumento na ocupação não foi suficiente para aumentar a massa de rendimento, porque o emprego gerado foi voltado para postos de trabalho na área informal. E é essa massa de rendimento que movimenta o mercado de trabalho de forma virtuosa”, explicou Cimar Azeredo.

 

Entre os setores, a indústria foi responsável pela contratação de mais 272 mil pessoas (alta de 2,3%) e a construção civil, por mais 181 trabalhadores (2,8% a mais). De acordo com o IBGE, na construção, esse foi o primeiro aumento significativo após sete trimestres, enquanto na indústria a evolução ocorre pelo segundo trimestre consecutivo, com acúmulo de 545 mil novos postos de trabalho nesse período.“A construção é um grupamento que sofreu muito com a crise. As obras paradas demitiram muitos trabalhadores de ‘chão de fábrica’. A gente precisa aguardar mais edições da pesquisa para entender se isso sinaliza uma recuperação”, avaliou Cimar Azeredo.

A PNAD Contínua registrou, ainda, queda no número de desalentados, pela primeira vez, em pouco mais de cinco anos - desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2014. A taxa de subutilização caiu para 24,3%, puxada pelo aumento da ocupação e pela queda de 3,9% na população desalentada, que reúne 4,7 milhões que desistiram de procurar trabalho. Já o número de subocupados por insuficiência de horas (7,2 milhões que trabalham menos de 40 horas semanais e gostariam de trabalhar mais), apesar de se manter estável no confronto com o trimestre anterior, ainda é o maior contingente desde 2012.

Correio Braziliense



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