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18/05/2009 00:00:00

Municipios


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com ascom-Taquarana //

As fortes chuvas caídas nos últimos dias têm castigado a população de Taquarana, especialmente as famílias que residem na comunidade Lagoa Grande e Rua Antônio Madeiro. A falta de um projeto de drenagem no conjunto residencial Alto das Colinas, que fica localizado na parte alta, faz com que as águas da chuva, misturadas com lama, pedras e lixo escoem como verdadeiras avalanches, arrastando tudo o que encontram pela frente e comprometendo, principalmente, as residências de quem moram na parte baixa.

O fato mais curioso da situação é que assim que o conjunto Alto das Colinas foi inaugurado, no ano de 2006, o prefeito Alay Correia reivindicou e conseguiu, através de emenda parlamentar do então deputado federal Rogério Teófilo, a liberação de recursos na ordem de R$ 358.312, que seriam utilizados para serviços de drenagem no local, o que certamente evitaria os problemas que estão acontecendo atualmente.

De acordo com a secretária municipal de Viação, Obras e Serviços Urbanos, Edna Pereira, o convênio de número 214.406-15/2006, formalizado entre prefeitura e Ministério das Cidades, através da Caixa Econômica Federal, foi assinado pelo prefeito Alay no mês de dezembro de 2006, o que deixou o próprio prefeito, como também a equipe de engenharia da Prefeitura e toda a população, ansiosos por melhorias.

Segundo a secretária, o que parecia ser mais fácil acabou sendo o fator complicador de toda a história. Taquarana, por ser um município que tem as contas em dia com o governo, tem mais facilidades em conseguir recursos federais, principalmente por não estar com pendências junto ao Cadastro Único de Convênio (Cauc), uma espécie de SPC ou Serasa das prefeituras.

“Conseguimos o mais difícil, que foi a aprovação da emenda e, conseqüentemente, a formalização do convênio. Acontece que o excesso de burocracias e a morosidade por parte do setor de engenharia da Caixa Econômica Federal fizeram com que até agora os recursos não tenham sido liberados”, disse Edna Pereira, alegando ainda que tomou conhecimento que no último dia 31 de março, o governo federal, estranhamente, cancelou o convênio que tem validade até dezembro de 2009.

Ainda de acordo com a secretária, após a assinatura do convênio, a Caixa Econômica deu um prazo para que o município enviasse toda a documentação necessária para a liberação dos recursos. Acontece que após o envio da documentação é comum que o setor de engenharia da Caixa mande o projeto de volta, solicitando que a Prefeitura ajuste, dentro de um prazo estipulado, algumas pendências existentes no projeto.

O que a secretária alegou não conseguir entender é o fato do projeto ir e voltar várias vezes, sempre motivado pelo surgimento de novas pendências. “Recebemos o projeto, por exemplo, constando 19 pendências que, depois de serem ajustadas e reenviadas pela prefeitura em prazo hábil, retornam depois de alguns meses com outras 9 pendências diferentes.

"Esse excesso de burocracia acaba dando uma impressão de desorganização e falta de comunicação entre o setor de engenharia da Caixa. Os municípios sempre têm que trabalhar cumprindo prazos, mas a Caixa nunca cumpre os prazos com os municípios. É preciso que o governo federal dê mais atenção a casos como estes, que tornam milhares de municípios brasileiros reféns desta morosidade, na minha opinião, também ocasionada pelo número defasado de profissionais”, alertou Edna.

A prefeitura garantiu que irá reunir todas as forças para conseguir a liberação dos recursos e que não aceita o cancelamento do contrato, visto que oficialmente o mesmo tem vigência até o final deste ano.

Moradores sofrem vários prejuízos

Nossa equipe de reportagem visitou os locais mais afetados, conversou com alguns moradores da comunidade Lagoa Grande e da Rua Antônio Madeiro e pôde constatar de perto o drama vivido por dezenas de famílias, que já não conseguem mais dormir em noites de chuva, temendo que o pior possa acontecer.

Segundo os populares, a madrugada de sábado foi uma das mais dramáticas. A água enlameada invadiu a maioria das casas, danificando móveis e eletrodomésticos. Uma das vítimas foi Claudemir Silvestre, que teve sua geladeira queimada por conta da água, que chegou a cerca de um palmo de altura do chão.

Para tentar conter a força das águas que descem da parte alta, alguns moradores improvisaram muros de contenção para protegerem suas casas. Muros caíram e ruas ficaram praticamente destruídas em alguns locais. Na propriedade da família do funcionário público Floriano Rossi a situação ficou ainda mais grave por conta das grandes crateras que foram formadas em meio a plantação. “Não me arrisco mais a andar pela noite no quintal da propriedade, pois tenho medo de cair em alguma vala e me machucar”, disse Rossi.

No último sábado, assim que o dia amanheceu, muitos moradores arregaçaram as mangas e formaram um verdadeiro mutirão para, na medida do possível, fazer com que a vida pudesse voltar ao normal. Enquanto as mulheres lavavam as casas e tiravam o lixo e a lama, os homens pegaram na enxada e construíram pequenos córregos para desviarem o curso das águas, tentando, desta forma, proteger as residências.

Na manhã do último domingo, a secretária Edna Pereira esteve no local e ficou sensibilizada com a situação, que compromete, inclusive, a rodovia AL-110, que corta o município e divide as partes alta e baixa. Na oportunidade ela conversou com os moradores e adiantou que, nesta segunda-feira (18), estará levando um engenheiro até o local para analisar a situação e, de forma paliativa, encontrar alguma solução até que o entrave junto a Caixa Econômica Federal seja resolvido.



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