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18/05/2009 00:00:00

Municipios


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As autoridades da área de saúde em Porto Calvo estão assustadas com o crescimento do número de casos Aids. Já são mais de 53 ocorrências constatadas este ano e, segundo informações não oficiais, esse número pode ser ainda maior, visto que os soropositivos revelaram que tiveram uma vida sexual ativa no período que não sabiam que estavam com a doença.
Mesmo não sendo o município, na região com o maior registro de portadores de AIDS, o caso de Porto Calvo chama a atenção pela forma como a doença vem se propagando, que é através da prostituição, para compra de drogas, principalmente do crack.

O município de Matriz do Camaragibe possui o maior número de casos de AIDS na região, 83 casos, mas a característica principal é a prostituição e a falta de uma campanha educativa para o uso de preservativos.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Porto calvo, os portadores do vírus HIV em Porto Calvo estão na faixa etária de 16 a 30 anos e são, na maioria, homens que possuem uma vida sexual ativa. Para os especialistas, este fato agrava a situação naquele município, pois essas pessoas estão sempre em bares e prostíbulos da cidade, onde continuam tendo uma vida sexual ativa e, certamente, transmitindo o vírus HIV.
 

Os casos vêm sendo acompanhados pelos integrantes da Secretaria Municipal de Saúde, mas, segundo uma fonte, muitos portadores continuam tendo uma vida sexual ativa e podem não estar tomando as precauções para evitar a transmissão.
“Eu conheço um que tem uma moto e muitas vezes vejo ele nos bares com garotas e levando-as para o motel. Ele já me disse que não tem essa de camisinha e é no ‘couro’ mesmo e quem quiser que apodreça como ele”, declarou J.P.R, de 17 anos
 

Na maioria dos casos os portadores são solteiros, mas a maioria das mulheres que contraíram o vírus HIV foram vítimas dos maridos ou parceiros que não usaram camisinhas.
No hospital municipal de Porto Calvo, até a pouco tempo, uma paciente estava internada com AIDS. Ela ficou em um quarto isolado, pois sua situação era grave e como não foi encontrada vaga para colocá-la no hospital de doenças infecto contagiosas em Maceió, o Ministério Público foi acionado para exigir a transferência imediata da paciente para um local seguro, fato que foi concretizado semana passada.
 

Para os representantes da área de saúde do município, o que mais assusta é o número de menores com o vírus, principalmente adolescentes. Eles afirmam também que um dos motivos da propagação da Aids está ligado ao uso de drogas como o crack que, reina entre adolescentes e crianças em Porto Calvo, graças ao grande tráfico que funciona no município.
 

Um comerciante de Porto Calvo, que possui um restaurante, declarou que toda às noites recebe a visita de meninas de 13 a 15 anos, se oferecendo aos clientes por até R$ 10,00. “Elas chegam em mototaxi. Descem e se oferecem aos clientes para fazer sexo por R$ 10,00, para comprar ‘noia’(crack). Tenho a impressão que o motoqueiro é na verdade o traficante, que espalha a droga. É assustador o que ocorre nas ruas de Porto Calvo depois das 23 horas. Os becos ficam cheios de garotas e garotos se drogando e fazendo sexo”, disse o comerciante.
 

Nossa reportagem conseguiu localizar a mãe de uma adolescente viciada em crack. Ela pede para não ser identificada, mas faz questão de revelar o martírio que vive com a filha. A garota é uma das mais disputadas pelos traficantes, já que é bonita e tem traços de estrangeira e por isso consegue vender e consumir uma grande quantidade de crack.
“Eu não sei o que fazer mais. Ela passa a noite na rua se prostituindo para se drogar e pela manhã vai ao posto de saúde para tomar calmantes e depois passar o dia dormindo para retomar à rotina de drogas pela noite”, relata a mãe, aflita
 

“Minha filha tem 16 anos e já andou com dezenas de homens. Tenho a impressão que ela pode ter contraído essa doença terrível, pois sei que não usa camisinha quando está drogada”, alerta a mãe.
 

Churrasquinho, cerveja e crak
 

Um dos pontos mais visitados pelos traficantes e viciados em crack são os chamados churrasquinhos, que se instalam próximos ao prédio da Prefeitura. Não é difícil encontrar garotas menores se oferecendo por R$ 10,00, após às 23 horas, em Porto Calvo.
 

Segundo os próprios freqüentadores do local, a policia não incomoda e se recolhe para dormir e não sai do “buraco” deles até amanhecer. Os freqüentadores afirmam que até já viram alguns PMs À paisana, curtindo o local.
“A gente vai pra lá tomar umas cerveja e curtir o som, mas é incrível o número de menores que bebem cerveja, cachaça e tudo mais”, declarou Sérgio Assumpção Lira, representante comercial de uma empresa pernambucana.
 

Segundo ele, a cidade de Porto Calvo já vive problemas de cidade grande como a prostituição e consumo de drogas. “Fiquei assustado no primeiro dia que freqüentei o churrasquinho. Depois de estar sentado uns dez minutos tomando uma cerveja chegaram duas garotas, uma já era maior de idade, era magra e morena de cabelos curtos, todos em volta a conheciam e acho que era a cafetina.

A outra garota parecia ter 17 anos. As duas perguntaram se eu podia pagar uma cerveja e eu disse que sim. Começamos a conversar e logo a morena de cabelos curtos ofereceu a outra garota para um programa. Fique assustado, pois não costumo pagar por sexo. Perguntei quanto era e ela disse que era R$ 20,00, mas notei algo estranho na garota de menor. Ela tinha os olhos bastante vermelhos e os dedos queimados. Foi aí que notei que eram usuárias de crack, porque lá em Recife a gente vê isso muito na periferia. Paguei a conta e caí fora”, disse ele.
 

A festa nos churrasquinhos, segundo apurou nossa reportagem, dura até altas horas da madrugada sem nenhuma interrupção. Chegam a colocar as mesas no meio da rua impedindo a passagem dos carros.
 

por Jornal Alagoas em Tempo
 


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