Polícia

com gazetaweb // dulce melo e janaina ribeiro

O furto de medicamentos extraídos de um depósito da Prefeitura de Maceió, neste domingo (17), levará para a prisão - acusado de receptação - o empresário Marcos Balbino da Costa, de 45 anos, dono da loja Maceió Médico, de produtos médicos e hospitalares, localizada na Avenida Thomaz Espíndola, bairro do Farol. O crime contou com a participação de um servidor público municipal, segundo a polícia. A carga, avaliada em mais de R$ 200 mil, foi comprada por R$ 5 mil. Balbino confessou a aquisição, mas negou ter conhecimento que ela vinha da Central de Abastecimento Farmacêutico.

O esquema de furto envolvia a subtração de medicamentos e equipamentos. Dentre os remédios, havia antifúngicos, antihipertensivos, de combate à diabetes, antidepressivos e antidistônicos que iriam abastecer os postos de saúde da cidade. Além deles, também foram furtados aparelhos tensiômetros, dosador de glicemia, estetoscópio, bolsa de colostomia, bombas de oxigênio e luvas.

Investigações

Segundo o secretário municipal de Saúde, Francisco Lins, há cerca de seis meses a equipe policial que está à disposição da Prefeitura de Maceió vinha investigando o susposto esquema. "Começamos a desconfiar que os medicamentos e aparelhos estavam sumindo e resolvemos investigar a suspeita. Foi quando recebemos uma denúncia anônima da placa do caminhão, KJO-0919/AL,
que parava periodicamente na Central para levar os remédios e aparelhos. Descobrimos o endereço do motorista e ele nos levou até o local da receptação. A carga vale mais que R$ 200 mil, mas apesar desse grande furto, a falta desse material não chegou a prejudicar o abastecimentos dos postos", explicou o secretário.

De acordo com a Vigilância Sanitária, a Casa Médico tinha alvará para comercializar medicamentos e aparelhos, mas não podia armazenar e nem distribuir quaisquer produtos. "Para isso, o proprietário tinha que ter a licença da Anvisa. E ele também não possuía a permissão para comercializar remédios controlados de tarja preta", informou Paula Lacerda, da Vigilância.

O que diz o acusado

Marcos Balbino confessou que comprou a mercadoria furtada. Entretanto, ele alegou à polícia que desconfiava que havia alguma coisa errada,já que a pessoa que o oferecia os medicamentos não lhe apresentava nota fiscal. "Mas eu não sabia que eles eram oriundos do Município", teria dito ele ao delegado Cícero Rocha, que executou o flagrante.

O advogado do comerciante, Aessandro Farias, afirmou que a defesa não dará detalhes sobre o envolvimento de Marcos Balbino no esquema. "Não podemos comprometer o nosso trabalho. Quando o inquérito for aberto, pronunciaremo-nos", disse ele, acrescentando apenas que entrará com um pedido de habeas corpus na Justiça para que o seu cliente responda às investigações em liberdade.

Punição para os envolvidos

O secretário Francisco Alves garantiu que, já nesta segunda-feira, um processo administrarivo será aberto contra o funcionário da Central de Abastecimento Farmacêutico. O servidor está foragido e por isso, seu nome está sendo mantido em sigilo. 'A nossa Procuradoria vai tratar disso. Ele será responsabilizado pelo crime e, possivelmente, desligado do quadro de servidores efetivos do Município", informou.

Já Marcos Balbino deverá ser indiciado por receptação de mercadoria furtada. 'Ele não tem como espacar desse crime, foi autuado em flagrante delito", garantiu o delegado Cícero Rocha, que estava respondendo pelo plantão da Deplan I. Entretanto, o inquérito será conduzido pelo delegado Robervaldo Davino, do 4º DP.

Sobre o motorista do caminhão, Márcio Fernandes, a autoridade policial ainda não soube explicar em qual crime ele será enquadrado. "Eu sou inocente, apenas recebi ordens para fazer o transporte. Não sabia que aquele depósito era da Prefeitura e nem que os medicamentos não poderiam ser comercializados", desabafou o motorista.

Marcos Balbino ficará detido na Deplan I até posterior decisão da Justiça.