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A onda de violência que vem atormentando ao longo dos últimos anos a população de Boca da Mata, sobretudo nesses últimos dias, envolvendo assassinato, uso de droga e seqüestro seguido de estupro, fez com que o secretário estadual de Defesa Social, Paulo Rubm, a convite da juíza Juliana Batistela, comparecesse ontem na cidade, a fim de revelar para a comunidade, o que o Estado pode fazer para coibir tantos horrores que vêm acontecendo na região, já considerada a mais violenta do interior alagoano.

“Todo o nosso município depende praticamente da guarnição de apenas três policias; o que é insignificante para uma cidade de 27 mil habitantes. Aqui existe apenas uma viatura na delegacia, assim mesmo só vive quebrada; e quando está ativa, muitas vezes depende de combustível doado pelo povo, ou mesmo de serviço mecânico . Na realidade se o senhor resolver essas duas questões: reforço policial e uma viatura nova, sem sombra de dúvidas contribuirá com um grande avanço para a nossa segurança”. Esse foi o recado curto e objetivo dado pela juíza Juliana Batistela, direcionado para o secretário Paulo Rubim.

Na reunião que ocorreu na sede do Conselho Municipal de Segurança(Condes) estavam presentes todos os vereadores, prefeito, secretários municipais, entidades de classes e representantes da Segurança do Estado; além de um manifesto na porta do local, comandado pelos integrantes do Núcleo Bocamatense, da Marcha Mundial das Mulheres.

Mostrando-se um pouco abatido, talvez pelo agravante quadro de violência que vem assolando todo o Estado, onde a falta de recursos tem sido o grande problema, e que as cobranças têm sido grande em seu nome, o secretário Paulo Rubim disse que iria tomar um fôlego, para no máximo na próxima semana, encontrar uma solução para o problema.

“Temos recursos para adquirir viaturas, mas a questão está no processo de licitação, que leva muito tempo para sair. O problema do efetivo policial está generalizado nos 102 municípios alagoanos, e a única saída por enquanto, pode ser o sistema de remanejamento, ou seja; trazendo policiais das áreas vizinhas e uma viatura de uma cidade onde a situação está bem melhor”, disse o secretário, que em seguida ouviu um desfecho duro da juíza Juliana Batistela, sobre seu argumento: “Nós trouxemos o senhor para essa reunião, não foi para ouvir o que eu já ouvi por telefone de muita gente grande da área de segurança, dando conta de que não há dinheiro para a compra de viatura, como também a questão da falta de homem na polícia. Nós queremos que o senhor saia daqui com uma posição concreta, para que possamos transmitir para esse povo; que agora vamos dá um basta nessa onda de violência que vem se agravando cada vez mais, justamente por falta de viaturas e policiais nas ruas. Estamos aqui com cerca de três mil processos judiciais”, desabafou.

Sequestro seguido de estupro
“Domingo passado, uma jovem de 17 anos (DCS), foi arrastada da porta de sua casa, na presença de seus pais; por quatro elementos da própria cidade. O seqüestro lhe rendeu sete horas de agonia, dentro dos canaviais, quando os bandidos fizeram torturara e estupraram-na , ameaçando até de morte, caso ela não seguisse as normas deles”, disse o prefeito José Tenório, argumentando que esse problema foi a gota d’água, para que população tomasse as medidas, na busca dos elementos com carros particulares.
O curioso diz o prefeito, é que somente um desses bandidos, Edilson Nascimento da Silva, 28 anos, foi preso, e na segunda-feira, pela manhã detido na delegacia, aproveitou um descuido de um policial, tomou-lhe uma arma de fogo e fugiu até hoje.

“Espero que o problema de segurança aqui em Boca da Mata não fique nas mãos do povo. Porque a fúria existente contra os bandidos, pelo que tenho ouvido, é pegar para matar”, concluiu o prefeito, esperançoso de obter bons resultados de apoio por parte do governo estadual.

Fonte: assessoria