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Economia
07/09/2019 19:00:00

Presidente do Banco Central pretende reduzir compulsórios dos bancos


Presidente do Banco Central pretende reduzir compulsórios dos bancos
B Roberto Campos Neto

A economia brasileira, apesar de fragilizada, ainda vai apresentar resultados expressivos em 2019, garantiu o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Para ele, o último trimestre deste ano será crucial para que a produtividade nacional volte a crescer e ganhe um fôlego em relação ao momento atual, considerado o “pior” pelo chefe da autoridade monetária.

Nesta quinta-feira (5/9), durante o seminário Agenda do Brasil para Crescimento Econômico e Desenvolvimento, organizado pela Americas Society/Council of the Americas (AS/COA) e realizado em Brasília, Campos Neto admitiu que o país poderia ter apresentado resultados melhores neste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto recuou 0,2% entre janeiro e março e cresceu 0,4% entre abril e junho. Para o presidente do BC, os indicadores ficaram abaixo do esperado.

“O crescimento (da economia) está aquém do que nós gostaríamos. Mas temos, na margem, uma recuperação pequena. Acreditamos que estamos passando pelo pior momento e vamos começar a crescer no segundo semestre, mais provavelmente no quarto trimestre”, afirmou.

O presidente do BC voltou a frisar a intenção de promover uma “redução estrutural da necessidade de depósitos compulsórios”, prática na qual a autoridade monetária retém parte do dinheiro da economia por meio  dos bancos comerciais.

Segundo ele, “o Brasil tem, atualmente, um volume de compulsório alto, em torno de R$ 400 bilhões”. Portanto, a ideia é criar duas novas linhas de crédito para as instituições financeiras, mediante uma Assistência Financeira de Liquidez (AFL), o que permitirá “reduzir bastante” os compulsórios, nas palavras de Campos Neto. Como consequência, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) subiu, impulsionada por ações de bancos. “Estamos em um processo de se reinventar com o dinheiro privado”, frisou.

Empenho

Campos Neto disse ainda que o BC está empenhado em garantir o crescimento sustentável do país, tanto que tem a inflação controlada e “bastante ancorada no curto, no médio e no longo prazos”. Também frisou que a autoridade monetária segue vigilante quanto à taxa básica de juros (Selic), e que se necessário, uma nova redução pode ser feita — em julho, o indicador foi reduzido de 6,5% para 6% ao ano, a mínima histórica. “Os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, e a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo”, explicou.

Mas assim como reduzir a Selic, ele avaliou que o Banco Central deve priorizar a diminuição do custo de crédito, especialmente o imobiliário. “Temos dito, enfaticamente, que não estamos contentes com a queda do custo de crédito quando comparamos com o que aconteceu com a Selic. Tem trabalho grande para ser feito aí, como criar um mecanismo onde o mercado possa se securitizar para que os mesmos recursos possam entrar e sair no sistema imobiliário, gerando um maior dinamismo, por exemplo”, explicou.

Além de Campos Neto, ministros do governo Bolsonaro discursaram no evento, como o da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro; a da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; o de Relações Exteriores, Ernesto Araújo; e o da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes.

Correio Braziliense



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