Israel respondeu neste domingo (1°) ao ataque de mísseis antitanque lançados do Líbano, informou o exército. A reação ocorre em meio a um contexto de fortes tensões nos últimos dias e medo de escalada do conflito com o movimento xiita libanês Hezbollah.
"Vários mísseis foram disparados do Líbano contra uma base (militar israelense) e veículos militares. [O exército] responde com tiros às fontes desses atentados e aponta para o sul do Líbano", afirmou o exército de Israel.
O Hezbollah afirmou ter "destruído" um "veículo militar" israelense no setor de Avivim, no norte de Israel, relatando que há "mortos e feridos", segundo a emissora de televisão do movimento xiita, Al Manar.
No último domingo (25), um drone israelense de reconhecimento caiu nos subúrbios do sul de Beirute, território dominado pelo Hezbollah, e outro explodiu no ar.
O presidente do Líbano, Michel Aoun, descreveu o incidente como uma "declaração de guerra", acrescentando que seu país tinha o direito de "autodefesa".
O Conselho de Segurança da ONU prorrogou nesta quinta-feira (29) a missão dos cerca de 10 mil soldados lotados no Líbano por mais um ano e alertou sobre o ressurgimento de um conflito entre o país e Israel.
Israelenses assistem ao fogo provocado por tiros na fronteira Líbano-Israel neste domingo (1). — Foto: Rami Shlush/Reuters
Por conta "dos acontecimentos na fronteira sul, o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, pediu neste domingo (1°) a "intervenção" dos Estados Unidos e da França, de acordo com comunicado enviado à imprensa.
Hariri conversou por telefone com o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e com um assessor do presidente francês Emmanuel Macron para solicitar "a intervenção dos Estados Unidos, da França e da comunidade internacional diante da evolução da situação na fronteira sul" do país, de acordo com um comunicado.
No sábado (31), o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, declarou que a resposta do movimento libanês a um recente ataque israelense por drones já estava "determinada".
O Conselho de Segurança da ONU adotou, por unanimidade, um projeto redigido pela França para prorrogar por mais um ano a missão dos cerca de 10 mil soldados lotados no Líbano.
"As violações ao fim das hostilidades podem levar a um novo conflito com o qual nenhuma parte da região pode arcar", diz o texto, que "condena todas as violações da Linha Azul" que separa o Líbano e Israel "por via aérea e terrestre".
Em sua resolução, o Conselho de Segurança pede para "todas as partes não pouparem esforços para manter a paz", manterem calma e moderação máximas e evitarem qualquer ação ou retórica que possam comprometer o fim das hostilidades ou desestabilizar a região.
A pedido dos Estados Unidos, conforme indicado pelos diplomatas, o Conselho solicitou ao secretário-geral da ONU que faça antes de 1º de junho de 2020 uma avaliação do Finul e de suas tropas.
Washington fracassou em sua tentativa de reduzir para 9 mil o número máximo de capacetes azuis que podem ser mobilizados, a partir dos 15 mil autorizados desde o último conflito entre Israel e Líbano, de 2006.
O texto adotado exige, também a pedido dos Estados Unidos, que o Finul tenha "acesso total à Linha Azul".
Até agora, os soldados da missão não alcançaram pontos ao norte desta linha, onde em dezembro foram descobertos túneis denunciados por Israel.
G1