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Após uma negociação longa, a SulAmérica vendeu sua operação de automóveis e os chamados pelo setor de ramos elementares – relacionados à proteção de patrimônio, como casas e prédios -- para a Allianz Seguros. A transação, revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo, ficou na casa de R$ 3 bilhões.
A medida reforça a estratégia da SulAmérica em crescer por aquisições, à medida em que a empresa priorizou os segmentos de saúde e pessoas. Já a Allianz, por sua vez, consegue dobrar de tamanho no país nesse que é seu maior investimento desde que chegou, há 115 anos.
A negociação foi longa, diz o jornal, segundo o qual a Allianz aceitou desembolsar R$ 3 bilhões por uma companhia criada exclusivamente para a transação. Ela teria tido R$ 700 milhões de patrimônio e R$ 3,6 bilhões em prêmios (valor das prestações pagas pelos segurados), em 2018.
Ao jornal, o presidente da SulAmérica, Gabriel Portella, afirmou ser cedo ainda para tratar sobre o futuro do recurso bilionário. “Já vínhamos investindo. Vamos nos concentrar ainda mais em nossas linhas”, resumiu.
Portella não detalhou futuras aquisições, ao alegar que o apetite da seguradora dependerá de oportunidades que venham a surgir. Por outro lado, adiantou que a SulAmérica não está disposta a “pagar absurdo” por participação de mercado.
Entre as miras da seguradora, disse o executivo ao jornal, estão operações nos ramos que a seguradora opera, tais como saúde, odontologia, vida e previdência. Vida e previdência é uma das áreas mais atraentes, já que, em meio à reforma da Previdência, tende a impulsionar a iniciativa privada.
Atualmente, a seguradora negocia parceria para vender seguro saúde no Itaú Unibanco e também disputa acordo semelhante com a Caixa Econômica Federal. Indagado sobre passos mais relevantes sobre ativos da concorrência como –entre os quais, a operação de saúde da rival Porto Seguro --, o presidente da SulAmérica preferiu não comentar.
A SulAmérica decidiu priorizar o segmento de saúde e odontologia já no início do ano passado. As outras operações foram oferecidas ao mercado. Com isso, a carteira de capitalização foi adquirida pela brasileira Icatu, e as áreas automóvel e patrimonial ficaram com a Allianz. A companhia já tinha das e desfeito de seguros de grandes riscos, área arrematada pela francesa Axa, a de seguros habitacionais, que foi para a Pan Seguros (seguradora do ex-Panamericano), ambas em 2015. Portella afirmou ao jornal que a SulAmérica já encerrou a fase de vendas.
Com a aquisição das carteiras da SulAmérica, o total de receita da Allianz em prêmios das unidades compradas é de R$ 3,6 bilhões, dos quais R$ 3,4 bilhões apenas em automóveis e R$ 202 milhões em seguro patrimonial.
A seguradora somará R$ 6,9 bilhões em prêmios, o que a faz dobrar de tamanho no Brasil, sendo R$ 5 bilhões apenas no ramo de automóvel. No ranking de maiores do mercado, a Allianz passa a ser a terceira companhia em ramos patrimoniais e a segunda em automóvel.
A seguradora informou que os R$ 3 bilhões a serem desembolsados virão de um aporte da matriz, alemã, e representam o maior investimento já feito pela seguradora no Brasil.
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