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A saga entre ambulantes e a prefeitura de Maceió não terminou. Isso é o que garante o presidente da Associação dos Camelôs e Ambulantes de Maceió, José Rosinaldo.
De acordo com Rosinaldo, a retirada dos ambulantes do calçadão do comércio foi a primeira etapa, agora a categoria espera que um projeto de ordenamento com um espaço adequado seja efetivado pela Prefeitura de Maceió.
O presidente do sindicato contou ao Cada Minuto, que apesar da cultura de descumprir regras por parte do brasileiro ser muito forte ele acredita que o município possa criar projetos e fiscalizar as áreas que não é permitida a permanência destes profissionais, pois as ruas de Maceió não podem serem uma fábrica de ambulantes.
Confira a entrevista abaixo:
01) Devido ao desemprego, o número de ambulantes na rua aumentou muito. Como o sindicato tem trabalhado para prestar esse suporte a todos?
Na realidade a gente tem uma turma grande que é cadastrada que trabalha no Shopping Popular, que trabalha na região da Praça da Cadeia e também trabalha na Praça dos Palmares e aí o que a gente orienta sempre as pessoas, que busquem os ambulantes, mas que sempre busque locais com ambulantes legalizados e temos esses trabalhadores nesses três locais. Esse grande aumento ele se diz na realidade envolvido de maneira direta com a questão da economia que está à beira do colapso em nosso país e as pessoas que estão empregadas, passam a ficar desempregadas e buscam aí na informalidade, de onde retirar o seu sustento.
Agora, dentro do calçadão e nas ruas principais a responsabilidade é do município realizar essa fiscalização para que não haja essa permanência de ambulantes lá, mas caso essa fiscalização não venha ocorrer esse número de ambulantes vai aumentar e principalmente em meio ao calçadão do comercio, onde é a região mais rentável para as vendas, pois a partir do momento em que a prefeitura começar a fiscalizar essas pessoas que não são ambulantes reais, eles vão buscar um outro rumo na vida.
Esse número só cresce quando não há fiscalização por isso que também cobramos do município que haja um ordenamento, um controle e uma fiscalização e acredito que o ponto inicial para que isso venha acontecer é a efetivação e realização de um projeto na região do mercado para que pudesse realizar uma adequação a esses profissionais.
02) Quando se fala de ambulantes, as pessoas fazem referência somente ao Centro, mas como está a relação nos outros locais?
A preocupação é grande com os demais ambulantes, pois temos uma certa preocupação também com os companheiros da que atuam em todo o Benedito Bentes e na região da feirinha do Tabuleiro dos Martins e é o que a gente vem cobrando muito da prefeitura é que as ações sejam ações planejadas.
Temos um exemplo grande que é o canteiro da Avenida principal do Benedito Bentes dois, havia centenas de ambulantes lá, a prefeitura vem de uma hora para outra, tira esses ambulantes e coloca eles em um local totalmente sem estrutura quando o mais logico seria aproveitar aquele espaço que não serve para nada e montar um projeto para que esses trabalhadores permaneçam naquele mesmo local, de maneira organizada e padronizada.
Eles tiram aquelas pessoas que estavam ali há mais de 10 anos, provoca o desespero daquelas pessoas, pois as vendas tendem a cair de maneira considerável e com menos de um mês o município não tem estrutura para manter aquela fiscalização e as pessoas voltam, ou voltam aqueles ambulantes antigos, ou chegam novas pessoas e acaba gerando duas situações. Você tira 200 e depois esse número se torna 400, pois a prefeitura não fez algo correto.
03) Você acredita que essa situação da falta de organização atrapalha o trabalho tanto dos ambulantes como dos lojistas?
Com certeza, quando o calçadão estava sem uma devida organização você prejudicava ambas as partes, pois as pessoas não vão ao Centro. Estávamos em uma situação quando o calçadão estava desordenado que você não conseguia andar de mãos dadas, com a sua esposa, com o seu filho e além da enorme sujeira que as frutas e verduras causavam, então a gente acredita que essa rixa é o próprio desespero do comerciante e das pessoas que ali trabalhavam.
A gente entende que tem que ter os seus espaços e que a prefeitura deve dar assistência física a esses trabalhadores e buscar também atrair clientes para os locais no qual eles devem ocupar para que esses ambulantes pela ausência de vendas não voltem para o calçadão do comércio.
Se não tiver uma fiscalização eficaz no centro essas pessoas irão voltar, pois lá é o melhor local para se vender e fica aquela bagunça. É preciso que o município entenda de uma vez por todas que eles precisam criar espaços para os ambulantes com uma estrutura física adequada, mas que junto com isso eles também possam manter a fiscalização.
04) A relação com a prefeitura de Maceió tem sido para conciliar e buscar um caminho para organização do centro?
Sim, constantemente estamos conversando com a prefeitura para que as melhores alternativas venham serem efetivadas, entretanto a cultura do brasileiro é não cumprir regras, então é um trabalho muito difícil para que possa se organizar do dia para noite e principalmente quando entendemos que os ambulantes que ocupavam o calçadão do comércio são pessoas que vieram do Mercado da Produção que hoje apesar da grande movimentação, o espaço não possui uma estrutura adequada.
Não se pode aceitar que retirem os ambulantes do calçadão e se jogue em qualquer lugar o município tem que procurar em prestar uma assistência logística, de fomento, trazer cursos do Sebrae e coisas semelhantes, que é o que fazemos ali no shopping popular e que graças a Deus, após muito sofrimento, hoje nossa realidade é outra.
A prefeitura também deve fazer uma reciclagem com os profissionais das secretarias envolvidas nesse trabalho, criar projetos e a continuação desse projeto, pois não queremos que esse problema e que as ruas de Maceió sejam uma fábrica de ambulantes.
05) O sindicato tem apresentado sugestões para que o ordenamento seja eficaz para todos e quais são eles?
Sim, a recomendação que passamos a prefeitura é de que eles realizem um cadastramento geral dessas pessoas, crie espaços para alocar esses trabalhadores, pois hoje temos ruas e espaço na região do Centro mesmo que consegue com um projeto alocar esse pessoal.
Um espaço muito legal é o antigo prédio da Secretaria Estadual de Educação, que poderia muito haver entendimento entre o estado e o município, para que esse local fosse utilizado, mas infelizmente existe uma briga entre eles e isso prejudica.
Nossa sugestão é que adeque o local para receber os ambulantes e junto com os ambulantes possam colocar serviços da prefeitura e do estado no mesmo prédio, com isso vai fazer com que a circulação de pessoas aumente e as vendas sejam positivas.
Apesar de toda a situação em que vivemos é preciso que as pessoas que estão envolvidas por parte da gestão municipal tenham uma real ciência de como está a situação, mas infelizmente existem secretários que nunca saíram de seus gabinetes e que estão ali somente pelo dia 10 e dia 31, daí realmente o problema nunca será resolvido.
Cada Minuto
