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Polícia
11/08/2019 19:45:00

“Assuntos importantes não devem ser conversados pelo celular”, alerta delegado sobre hackers


“Assuntos importantes não devem ser conversados pelo celular”, alerta delegado sobre hackers

Os crimes cibernéticos estão cada vez mais comuns no mundo inteiro. Ultimamente vemos notícias sobre hackers e contas de autoridades que foram hackeadas ou clonadas. Em um cenário onde o mundo virtual “domina” o real fica o questionamento: é possível estar seguro?

Em Alagoas, a situação não é diferente. Somente em 2019 (até julho) a Seção de Combate aos Crimes Cibernéticos da Deic recebeu 450 crimes praticados pela internet. O Cada Minuto conversou com o delegado Thiago Prado que falou sobre esses casos e sobre como as pessoas devem fazer para se proteger desses hackers.

Confira a entrevista abaixo:

1) Quantos casos de crimes cibernéticos a Seção de Combate aos Crimes recebeu em 2019, até o mês de julho? Quais os crimes mais praticados em Alagoas?

Somente a partir de 2019 que temos esses dados já que o nosso sistema começou a filtrar. Registramos em 2019 mais de 450 crimes praticados pela internet. Alguns deles são chamados de crimes cibernéticos próprios, pois somente podem ser praticados pela internet e existem aqueles chamados impróprios que já existiam no Código Penal, por exemplo: crime contra a honra ou estelionato que passaram a ser praticados pela internet. Sem dúvidas, as fraudes, como estelionato são os mais praticados pelo site de internet. As pessoas por vezes acabam sendo enganadas e recebem um comprovante falso de pagamento, ou compram em sites falsos e são enganados já que há uma semelhança do site falso para o verdadeira. Quem não sabe reconhecer acaba sendo lesado e oferecendo os dados bancários aos golpistas. Hoje a internet está sendo responsável por 90% das fraudes que têm ocorrido no ambiente bancário nacional.

2) Com esses ataques de hackers a contas de autoridades e empresas, como é possível se proteger?

A melhor forma de proteção é filtrar aquilo que a gente se comunica através das redes sociais ou telefones. Assuntos importantes não devem ser conversados por smartphones. Apesar de existir uma conversa sigilosa que é criptografada de ponta a ponta, como por exemplo o whatsapp, entretanto, os hackers criam mecanismo para clonar o whatsapp. E aí quando eles conseguem êxito eles obtém tudo que foi conversado naquele período. Por essa razão se faz necessário não conversar assuntos sigilosos. Se preciso for marca um encontro e conversa. Com relação às empresas, muitas delas, estão salvando os arquivos no próprio computador sem fazer backup que é uma forma de segurança. O ideal que o backup seja feito na nuvem que é seguro ou em um HD externo. Caso essa empresa venha a ser vítima de um ataque hacker ela não perde o arquivo.

3) Com relação à divulgação de fotos íntimas. Quantos casos vocês receberam esse ano e como a vítima deve fazer para denunciar?

Já tivemos aproximadamente 30 casos denunciados. Todos estão sendo investigados e os sujeitos foram responsabilizados. Divulgar foto íntima na internet é crime que está previsto no Código Penal e prevê pena em superior de 5 anos. É possível identificar a autoria desses criminosos. Tudo que se faz no ambiente virtual deixa rastros. Em primeiro lugar, não enviar nudes mostrando características pessoais e em segundo lugar, tenha cuidado ao enviar porque se vaza na internet fica difícil de impedir a viralização da imagem e aí só resta ir até a Delegacia e registrar um Boletim de Ocorrência para que a gente possa investigar e responsabilizar.

4) Se uma pessoa for vítima de um hacker, o que ela deve fazer?

O BO é importante tanto para as estatísticas que orienta a polícia sobre o que está acontecendo e também é o pontapé inicial para a investigação criminal. Sem BO não há a deflagração do processo. Então é importante o boletim.

5) Neste tempo de redes sociais, é possível estar seguro? Como o senhor avalia esse crescimento de crimes cibernéticos?

É uma consequência natural o que está acontecendo com a sociedade. Se a gente observar há 10 ou 20 anos atrás, ninguém tinha smartphone. De lá pra cá houve um aumento. Todos estão conectados na internet. Se o crime é um fenômeno social, evidentemente, o crime vai constar no ambiente virtual. Da mesma forma que devemos ter cuidado de andar numa rua escura a noite precisamos ter cuidado na internet. Quais são esses cuidados? Os criminosos estão sempre lançando links e ao clicar em links que instalam vírus, eles podem captar nossos dados bancários. E aí os criminosos passam a agir que podem hackear o nosso Instagram, Whatsapp, pedem dinheiro às pessoas e ocorre o prejuízo financeiro. Em segundo lugar é preciso ter senhas fortes, senhas dificeis. Muitas pessoas dizem que foram hackeadas e constatamos que a senha da pessoa é o primeiro nome e o ano de nascimento. E na rede social está uma foto publicada com a data do aniversário. Para o criminoso isso é muito fácil. É importante embaralhar a senha. E em último ter cuidado com a exposição de informações pessoais. Desconfie sempre se algum site ou e-mail está cobrando informações pessoais. Em dúvidas entre diretamente no site bancário, do cartão ou da empresa, e não efetue a devolução. Inclusive é um golpe que está ocorrendo.

Reproduzido Cada Minuto








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