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Obituário
10/08/2019 08:45:00

Corpo do radialista Reinaldo Cavalcante é sepultado em Maceió

A familia enlutada os pêsames de todos que fazem a Agência Tribuna União


Corpo do radialista Reinaldo Cavalcante é sepultado em Maceió

O corpo do radialista Reinaldo Cavalcante foi sepultado na noite desta sexta-feira (9) no Cemitério Parque das Flores, na parte alta de Maceió. Familiares, amigos e admiradores participaram da cerimônia. 

Reinaldo Cavalcante tinha 80 anos e morreu na manhã desta sexta-feira após sofrer falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado em um hospital particular de Maceió e lutava contra o Mal de Parkinson. 

 

Ícone do rádio alagoano, Reinaldo Cavalcante comandou o programa "Hoje é dia de praia", da Rádio Gazeta, por 50 anos e atuou como narrador esportivo. 

O amigo de profissão Jorge Moraes, comentarista da Rádio Gazeta, destacou a solidariedade do "Rei" com os novos profissionais e da amizade sincera. "Trabalhei com o Reinaldo muito tempo, além de tudo que sabemos, que era um extraordinário locutor esportivo, que era publicitário, psicólogo, que apresentava programas muito bem, como o seu "Hoje é dia de praia", ele era uma pessoa que transmitia muito conhecimento através do rádio e transferia para outras pessoas que estavam começando. Mas independente disso, ele era muito amigo, podia chover canivete que ele não abria mão da pessoa que gostava".

Familiares se despedem do radialista Reinaldo Cavalcante

FOTO: AILTON CRUZ

O conselheiro do CSA, Sílvio Camelo, falou sobre a grande contribuição do radialista no universo esportivo. "É lamentável a perda que nós temos nesse momento. O Reinaldo Cavalcante deixa uma lacuna que não vamos nunca conseguir suprir. Mas infelizmente a vida é assim e temos que nos acostumar com isso, é realmente muito triste e esperamos que Deus conceda a ele um bom lugar pelo caráter que ele tinha".

O jornalista Jorge Morais relembrou uma viagem durante a Copa do Mundo de 1994, quando eles foram para os EUA para narrar o jogo da seleção brasileira. "Ele narrou e eu fui comentarista, guardo esse material até hoje e para mim foi a melhor transmissão que ele fez. O Brasil foi campeão e tudo foi festa. Tive oportunidade de viajar muito com ele para fazer cobertura de Copa América e Copa do Mundo e ele fazia questão de ficar comigo no mesmo apartamento. Com aquela perna, ele precisava de ajuda e eu o ajudava, pegava a mala e conseguia chegar nos lugares onde queria chegar. Eu sinto muito que o rádio ficou menor em sua qualidade quando ele parou".

Emocionado, o radialista Antônio Torres relembrou os locais em que trabalharam. "Tivemos uma relação muito boa, vivemos o auge do rádio esportivo. Trabalhei com ele na Gazeta, na Difusora, na Maceió AM, em grandes transmissões da Copa América e da Copa do Mundo. Reinaldo era um profissional do mais alto nível, de uma qualidade excepcional, tinha uma narração clássica do futebol. É um exemplo a ser seguido, um cara que pautou a sua vida pela dignidade e pela honestidade, então sabemos que o rádio perdeu uma pessoa referência".

Cantor Eliezer Setton homenageou o radialista Reinaldo Cavalcante

FOTO: AILTON CRUZ

Torres falou ainda dos trabalhos compartilhados e relembrou a transmissão de um jogo da Copa América. "O Reinaldo fez comigo muitos trabalhos internacionais e um que marcou muito foi o que fizemos no Chile, jogo lá em Viña del Mar. A torcida deixou o jogo rolando e virou para as cabines que estávamos transmitindo e quem estava lá era o Pelé. Ele chegou como uma figura exponencial do futebol e nós tivemos o privilégio de estar ali bem pertinho, ele que estava sendo ovacionado".

Emocionado, o genro do radialista, Pife, falou sobre a vida de Reinaldo, o extremo bom-humor e a determinação. "O Reinaldo teve uma vida muito intensa, como profissional e como pessoa. Ele perdeu a perna aos 18 anos, mas ganhou uma perna mecânica e isso deu um impulso muito grande na vida dele. Quando pensávamos que ele ia desistir foi exatamente ao contrário. Eu vi poucas pessoas iguais ao Reinaldo nos aspectos da mobilidade, do trabalho, da força, da dedicação, da pontualidade, da assiduidade, ou seja, a deficiência dele nunca o impediu de ser o que ele foi a vida inteira como companheiro, sogro, pai, amigo e como profissional. O Reinaldo quase completou 60 anos de rádio, não é pra menos uma pessoa que fez da própria vida e do rádio a sua substância. A grande prova do que o Reinaldo foi um lutador é a construção de uma vida profissional, de um talento que marcou o rádio brasileiro e hoje ele nos deixa com a certeza que o nome dele ficou na história. Todos nós familiares sempre tivemos nele uma referência muito grande. Apesar de alguns momentos ele ser muito firme e duro em não aceitar determinadas situações, ele era um cara de um humor muito grande". 

Livia Leão e Jean Nascimento

Gazetaweb



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