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Geral
05/08/2019 19:00:00

Hipotermia: o que é, causas e sintomas


Hipotermia: o que é, causas e sintomas

Podemos afirmar que uma pessoa está em estado de hipotermia quando sua temperatura é menor que 36 ºC, ou seja, hipotermia é a baixa da média da temperatura corporal.

A queda da temperatura é muito comum quando o paciente se submete à anestesia e cirurgia, devido à diminuição do metabolismo e à exposição do mesmo ao ambiente frio das salas cirúrgicas. Em certos tipos de cirurgia, pode-ser haver uma maior ou menor queda da temperatura.

O nosso corpo possui uma determinada homeostase, ou seja, ele busca constantemente por um equilíbrio dinâmico. Quando falamos em temperatura corporal, este é um dos parâmetros fisiológicos mais rigorosamente controlados pelo nosso organismo.

Nossa temperatura corporal média é 37 ºC, podendo ocorrer variações de 0,2 a 0,4 ºC. A temperatura do nosso corpo é de suma importância, pois ela garante a manutenção de diversas funções metabólicas.

Tipos de hipotermia

Didaticamente, existem três tipos clássicos de hipotermia, são eles: leve, moderada ou grave.

A hipotermia ocorre quando há uma queda de temperatura corporal menor que 36°C (Foto: depositphotos)

Entenda um pouco sobre cada uma delas a seguir:

  • Hipotermia leve: quando a temperatura corporal varia de 34 a 36 ºC
  • Hipotermia moderada: quando a temperatura corporal varia de 30 a 34 ºC
  • Hipotermia grave: quando a temperatura corporal é menor que 30 ºC.

Reações do corpo à essa condição

Um órgão chamado hipotálamo é o principal local da regulação da temperatura corporal, integrando impulsos térmicos provenientes da superfície cutânea (pele) e de tecidos profundos.

Quando por algum motivo o corpo entra em hipotermia, as principais reações são: vasoconstrição cutânea, termogênese sem tremores, tremores e alterações comportamentais.

A vasoconstrição cutânea é a primeira e mais importante resposta à hipotermia e causa diminuição na perda de calor para o ambiente em 25%.

As alterações  comportamentais parecem depender mais da temperatura da pele que do ambiente, possibilitando ao ser humano viver em locais onde há extremos de temperatura.

termogênese sem tremores ocorre por aumento da produção metabólica de calor e do consumo de oxigênio, sem aumento do trabalho muscular. Suas principais fontes são o músculo esquelético e o tecido adiposo marrom. Constitui o principal mecanismo termorregulador no recém-nascido e nas crianças pequenas.

Já o tremor muscular é uma atividade involuntária que acontece apenas quando ocorre vasoconstrição em seu grau máximo e, assim como a termogênese sem tremores, não é suficiente para a manutenção da temperatura corporal.

Causas

Mulher em rio congelado

Ficar exposto ao frio sem proteção pode acarretar nessa condição (Foto: depositphotos)

A hipotermia ocorre quando o indivíduo se expõe intensamente ao frio sem a devida proteção através de roupas ou pela imersão completa ou parcial em água congelada.

Além disso, outras situações podem levar à hipotermia, tais como: algumas doenças mentais, excesso de álcool e drogas, uso de medicamentos (antidepressivos e sedativos), diabetes, lesões na medula espinhal, queimaduras, hipotireoidismo, desnutrição e doença de Parkinson.

Sintomas

Pupilas dilatas

Pupilas dilatas podem ser um sinal de hipotermia (Foto: depositphotos)

  • Calafrios
  • Temperatura corporal abaixo de 36 ºC
  • Letargia motora
  • Tremores
  • Espasmos musculares
  • Confusão mental
  • Pele fria, principalmente as extremidades (pés e mãos)
  • Rigidez muscular
  • Sonolência
  • Alterações na memória e na fala
  • Frequência cardíaca baixa
  • Imobilidade e inconsciência.

Tratamento

Em situações de hipotermia, quando é observado alguns dos sintomas mencionados, deve-se imediatamente chamar socorro (ambulância).

Também, se possível, dê alguma bebida morna para a pessoa beber, não muito quente para que ela não tenha um choque térmico.

Além disso, aqueça o paciente na altura das axilas e pernas. Caso a pessoa esteja com roupas molhadas, troque-as por uma seca e adequada.

Prevenção

Para prevenir a hipotermia deve-se utilizar roupas quentes e adequadas no frio; proteger principalmente a cabeça, pois 20% do calor corporal é perdido por ela; realizar atividades físicas, pois o movimento do corpo auxilia na circulação sanguínea e, consequentemente, na manutenção do aquecimento corporal.

Casal agasalhado

É importante se agasalhar durante épocas frias (Foto: depositphotos)

Hipotermia induzida

A hipotermia induzida (HI) é uma terapêutica segura e eficaz no tratamento de recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquémica (EHI). Consiste na redução da temperatura corporal para uma temperatura alvo entre 33 ºC e 34 ºC durante 72 horas.

O termo encefalopatia hipóxico-isquémico diz respeito aos casos de encefalopatia neonatal em que exista evidência clara de um evento hipóxico-isquémico.

A incidência estimada de encefalopatia neonatal varia entre um a oito por cada 1000 nascimentos, sendo uma causa importante de mortalidade.

Essa técnica também é utilizada em casos de parada cardíaca, visando diminuir a temperatura corporal para minimizar as lesões neurológicas. Ou seja, prevenindo possíveis sequelas e aumentando as chances de sobrevivência assim que o coração voltar a bater.

Atuação

A hipotermia induzida atua através de diversos mecanismos fisiopatológicos, tais como a diminuição do metabolismo cerebral, a redução do edema cerebral, a redução da pressão intracraniana e a inibição da apoptose.

Por cada redução de um grau Celsius na temperatura corporal, o metabolismo diminui cerca de 7%.

Em casos de aplicação da técnica em situações de parada cardíaca, os médicos utilizam diversos recursos, como o uso de compressas de gelo, colchões térmicos, capacete de gelo ou soro gelado intravenoso, para que a temperatura corporal atinja a média de 32 ºC.

Riscos

Embora a hipotermia seja uma técnica segura e eficaz quando realizada no ambiente hospitalar, ela possui alguns riscos, tais como:

  • Aumento dos níveis de açúcar no sangue
  • Alteração do ritmo cardíaco, devido a diminuição dos batimentos do coração
  • Aumento dos riscos de sangramento, devido a diminuição da coagulação sanguínea.

Termorregulação

O homem necessita que a temperatura interna seja constante e o seu sistema termorregulador mantém a temperatura corporal em média de 37 ºC. Pequenas alterações nessa temperatura, tanto para mais quanto para menos, podem provocar alterações metabólicas e enzimáticas.

A termorregulação é realizada por um sistema de controle fisiológico, que consiste em termorreceptores centrais e periféricos, um sistema de condução aferente, o controle central de integração dos impulsos térmicos e um sistema de respostas eferentes levando as respostas compensatórias.

Respostas do nosso corpo ao calor: vasodilatação, sudorese e alterações comportamentais. Já as respostas do nosso corpo ao frio são: vasoconstrição, termogênese sem tremores, tremores e alterações comportamentais.

Desta forma, o equilíbrio dinâmico do nosso corpo é fundamental para a manutenção das funções vitais e fisiológicas do organismo.

Hipotermia e hipertermia

Como vimos, hipotermia é quando ocorre uma diminuição da temperatura corporal. Contudo, quando acontece uma elevação dessa temperatura, chamamos o processo de hipertermia.

Hipertermia é o oposto de hipotermia, e ela pode trazer sérios riscos à saúde humana. Considera-se hipertermia quando a temperatura média corporal apresenta valores acima de 38 ºC.

Termômetro marcando 39,9°C

39,9 °C indica um quadro de hipertermia (Foto: depositphotos)

A hipertermia atinge mais frequentemente alguns grupos, como crianças, idosos e pacientes hipertensos ou com problemas cardiovasculares. Ela também provoca dores de cabeça, náuseas, câimbras musculares, exaustão e respiração acelerada.

Em casos extremos, o corpo pode perder totalmente a capacidade de se resfriar, ocasionando desmaios e falência dos órgãos.

Terra

 



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