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Economia
02/08/2019 20:00:00

Cada R$ 1 mil aplicados no FGTS renderão R$ 32 como distribuição de lucros


Cada R$ 1 mil aplicados no FGTS renderão R$ 32 como distribuição de lucros

O lucro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em 2018 somou R$ 12,2 bilhões. No próximo mês, esse montante será distribuído integralmente entre os 269,6 milhões das contas que tinham saldo no fim do ano passado, conforme o previsto na Medida Provisória 889, publicada, na semana passada, com as novas regras para o FGTS.

Pelos cálculos do ex-ministro do Planejamento Dyogo Oliveira, para cada R$ 1 mil aplicados no FGTS, serão pagos R$ 32 como distribuição de lucro. “Esse dado somado ao rendimento básico de R$ 30, resultará em um total de R$ 62”, explicou ele ao Correio. Oliveira foi um dos idealizadores do saque das contas inativas do FGTS e do pagamento de metade do lucro aos cotistas em 2017.

O valor a ser distribuído faz parte das demonstrações contábeis do ano passado apresentadas pela Caixa Econômica Federal ao Conselho Curador do FGTS. “O Conselho vai deliberar sobre os dados em meados de agosto”, de acordo com o Ministério da Economia, em nota. Pelas contas da pasta, com essa nova forma de remuneração do FGTS, a rentabilidade para o cotista será de 6,18%, ganhando da caderneta de poupança. “Caso aprovado na forma proposta pela Caixa, o valor (do lucro) a ser recebido por cada cotista será proporcional ao saldo total em 31 de dezembro de 2018”, acrescentou. Conforme dados obtidos pelo Correio, o total de ativos do fundo em 2018 somou R$ 529,2 bilhões.

A remuneração do FGTS paga apenas 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR) aos cotistas. Esse rendimento está abaixo da alta de 3,75% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2018. Contudo, nos últimos dois anos, o fundo teve uma remuneração diferente e acima desse percentual devido à mudança nas regras durante o governo Michel Temer, pagando metade do lucro. Em 2017, o FGTS distribuiu R$ 7,2 bilhões em lucro, e, em 2016, foram R$ 6,23 bilhões.

O rendimento de 6,18% estimado para este ano pela equipe econômica ficou bem próximo da rentabilidade da poupança velha, de 6,17% ao ano — uma das melhores aplicações de renda fixa no mercado, de acordo com especialistas, mas que não recebe novos aportes. Essa valorização é considerada apenas para as cadernetas abertas até 3 de maio de 2012, pois pagam 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR), zerada desde 2017.

Os depósitos feitos em caderneta a partir de 4 de maio de 2012 têm valorização diferenciada quando a Selic (taxa básica da economia) fica abaixo de 8,5% anuais. Passa a ser de 70% da Selic mais TR. Como a taxa básica está atualmente em 6,5% ao ano, o rendimento anual da poupança nova está em 4,55% anuais, bem abaixo do novo FGTS.

Caso o Comitê de Política Monetária (Copom) resolva cortar os juros básicos em 0,25 ou em 0,5 ponto percentual, conforme as previsões do mercado, a caderneta pagará no acumulado em 12 meses 4,38% ou 4,20%, respectivamente, conforme cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac).

Para o economista e consultor Carlos Eduardo de Freitas, a rentabilidade do FGTS para o trabalhador poderia ser melhor se os recursos do fundo fossem mais bem aplicados. “O FGTS está com um retorno adequado, aparentemente, mas, seria melhor se o lucro em relação aos ativos fosse superior à inflação, mas isso não vem ocorrendo nos últimos anos”, destacou.

Bancos derrubam Bolsa

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerrou, nesta terça-feira (30/7), em queda de 0,53% aos 102.933 pontos. O recuo foi puxado pelas ações de bancos. Os papéis preferenciais do Itaú Unibanco lideraram as baixas do Ibovespa, principal índice da B3, -3,32%, apesar de a instituição financeira ter registrado lucro líquido de quase R$ 7 bilhões no segundo trimestre. Na sequência, vieram as ações de Santander e do Bradesco com perdas de 3,1% e 1,7%, respectivamente. Segundo analistas, o fato de o governo começar a atacar mais forte o spread bancário em meio às apostas do início de um novo ciclo de corte na Selic, aumentam as apostas de que os bancos deverão reduzir a margem de lucro daqui para frente.

Correio Braziliense

 

 



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