“Começa de uma forma muito sutil. Normalmente eles te pegam em um momento de fragilidade e daí, então, começam a te idolatrar. Você acha que um relacionamento abusivo já começa com tapa na cara? Não, bebê.”
É com a constatação acima que a YouTuber Dora Figueiredo, de 24 anos, começa um vídeo em seu canal em que compartilha depoimento sobre o relacionamento abusivo que viveu. Publicado em 17 de julho, o vídeo já teve mais de 2 milhões de acessos e estimulou a hashtag #MeuExAbusivo.
A jovem, que sofre de depressão e ansiedade, relata que seu ex-namorado tentava controlar o volume de sua voz, a quantidade de palavrões que falava, sua opinião sobre outras mulheres e até mesmo seu peso.
Assista ao vídeo abaixo:
“Eu passei por uma situação pela qual eu não imaginaria que eu seria capaz de passar, e pela qual até um tempo atrás eu achava que eu não tinha passado, que é o relacionamento abusivo”, desabafou.
Assim como Dora, muitas pessoas têm dificuldade de identificar o que é um relacionamento abusivo ou se alguém próximo está em um. Este tipo de violência é muito mais sutil do que, por exemplo, uma agressão física e, por isso mesmo, é mais difícil de ser identificada.
A violência psicológica é tipificada pela Lei Maria da Penha e, dentro do chamado “Ciclo de Violência”, antecede agressões sexuais, físicas e até patrimoniais. A ausência de violência física não significa que o agressor seja menos perigoso para a vítima, tampouco que a vítima se sinta menos presa.
Com a intenção de orientar meninas a perceberem os primeiros sinais de uma relação tóxica, o Ministério Público de São Paulo lançou a campanha “Namoro Legal”, que conta com uma cartilha com dicas de como identificar. Veja aqui.
Após a repercussão, a YouTuber fez um outro vídeo, ao lado de Isabela Cêpa, a influenciadora “@Feminisa” para explicar o que é este tipo de violência.
O relato de Dora inspirou outras pessoas a contarem a sua própria história e a hashtag #MeuExAbusivo está entre as mais comentadas do Twitter nesta terça-feira (30). Ela mesma impulsionou o compartilhamento de outras histórias.
A partir dos vídeos e do Tweet de Dora, outras pessoas passaram a compartilhar histórias ? e a criar uma espécie de “rede de apoio” nas redes sociais para identificar o que é um relacionamento abusivo e como sair dele.
A partir dos vídeos e do Tweet de Dora, outras pessoas passaram a compartilhar histórias ? e a criar uma espécie de “rede de apoio” nas redes sociais para identificar o que é um relacionamento abusivo e como sair dele.
Muitas histórias tinham alguns traços em comum: a culpabilização da vítima.
E o controle sobre as atividades do dia a dia e até vida profissional do outro:
O abuso psicológico se torna agressão física e ele faz com que você acredite que merece aquilo:
Não silencie!
“Foi só um empurrãozinho”, “Ele só estava irritado com alguma coisa do trabalho e descontou em mim”, “Já levei um tapa, mas faz parte do relacionamento”. Você já disse alguma dessas frases ou já ouviu alguma mulher dizer? Por medo ou vergonha, muitas mulheres que sofrem algum tipo de violência, seja física, sexual ou psicológica, continuam caladas.
Desde 2005, a Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180, funciona em todo o Brasil e auxilia mulheres em situação de violência 24 horas por dia, sete dias por semana. O próximo passo é procurar uma Delegacia da Mulher ou Delegacia de Defesa da Mulher. O Instituto Patrícia Galvão, referência na defesa da mulher, tem uma página completa com endereços no Brasil. Clique aqui.
https://www.huffpostbrasil.com