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Brasil
30/07/2019 19:00:00

MPF diz que não há indícios de invasão em aldeia no Amapá


MPF diz que não há indícios de invasão em aldeia no Amapá

O MPF-AP (Ministério Público Federal do Amapá) disse na tarde desta 2ª feira (29.jul.2019) que as investigações preliminares da PF (Polícia Federal) não apontaram indícios da presença de grupos invasores na terra indígena do povo Waiãpi, no Amapá. No entanto, afirmou que há várias linhas de investigação do caso e nenhuma hipótese sobre o homicídio de 1 indígena da aldeia Mariry foi descartada.

Na madrugada de sábado para domingo, entramos em contato com as autoridades e informamos que era necessário ter bastante cautela. Hoje pela manhã, as equipes da PF e Bope retornaram com algumas conclusões preliminares. A circunstâncias ainda serão esclarecidas. Com o que foi colhido, ainda não há uma linha de investigação, são várias linhas”, disse o procurador da República Rodolfo Lopes, em coletiva à imprensa.

Segundo o MPF, equipes formadas por 26 agentes da PF e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) da Polícia Militar do Amapá, foram guiadas pelos próprios indígenas, que indicaram o local das supostas invasões em uma diligência realizada neste domingo (28.jul.2019). Lá marcaram os pontos com GPS e tiraram fotos.

 

 

 

As lideranças indígenas relataram para as equipes de investigação que 15 invasores passaram uma noite na aldeia Yvytotõ, distante cerca de 300 km da capital, Macapá, de forma “impositiva” e “de posse de armas de fogo de grosso calibre”.

“A perícia, de forma bastante minuciosa e detalhista, não encontrou pegadas, restos de fogueiras, objetos, nada que indicasse presença humana no local. Nessa oportunidade, a comunidade colocou duas embarcações à disposição pra analisar essas áreas”, disse o procurador.

Mais cedo, tanto o Exército Brasileiro como o presidente Jair Bolsonaro declararam que a perícia da PF não encontrou indícios de que houve invasão de garimpeiros e nem conflito com índios Waiãpi.

Em nota, a Funai (Fundação Nacional do Índio) também certificou a informação de que não houve presença de grupo armado no local. Segundo o órgão, “será feito 1 relatório pormenorizado, contendo até os pontos georreferenciados”.

Segundo o MPF, as investigações continuarão em curso e até o fim da semana, a PF deve concluir o relatório.

Eis a íntegra da nota da Funai:

“A Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio no Amapá encaminhou para a presidência do órgão no último sábado (27) memorando informando sobre um possível ataque de garimpeiros à Terra Indígena Waiãpi. Por se tratar de um local de difícil acesso, a Funai alertou os órgãos de segurança pública da área para se certificar da veracidade das informações.

Nesse domingo (28), após a chegada de servidores da Fundação, da Polícia Federal e do BOPE, foi aberto inquérito pela PF para apuração da causa da morte de um cacique que foi a óbito na semana passada e criado um gabinete de crise com os órgãos competentes: Funai, Ministério Público Federal, MP estadual, Polícia Federal, Secretaria de Justiça e da Segurança Pública do Amapá e Exército.

Também nesse domingo, o último relatório da equipe da PF em campo, registrado por volta de 23h, afirmou ‘não haver nenhum indício, até o momento, da presença de grupo (s) armado (s) no local’. De acordo com a equipe, ‘será feito um relatório pormenorizado, contendo até os pontos georreferenciados’.

Servidores da Funai encontram-se no local e acompanham o trabalho da polícia. Assim que tivermos informações oficiais sobre o caso, atualizaremos.”

MORTE DE INDÍGENA

Sobre a morte de 1 líder indígena da etnia Waiãpi, Emyra Waiãp, 62 anos, os procuradores informaram também que não foi descartada nenhuma hipótese sobre o homicídio.

“As investigações continuam. Os encaminhamento serão melhor sistematizados a partir de hoje. Ainda vamos fazer uma reunião para situar como estão as investigações. As medidas a se tomar são diversas, isso vai depender da análise do que foi encontrado no local”, afirmou Lopes.

A Funai e a PM-AM (Polícia Militar do Amapá) confirmaram que 1 cacique foi morto na região na última semana. Segundo os relatos dos índios, Emyra Wajãpi foi morto na tarde de 2ª feira (22.jul.2019). No entanto, a morte não foi testemunhada pelos indígenas e só foi percebida na manhã de 3ª feira (23.jul.2019).

A PM-AP afirmou que o corpo do índio tinha marcas de perfuração e cortes na região pélvica. A denúncia também é investigada pelo MPF, pela Funai e PF.  Questionado se o MPF vai pedir uma perícia no corpo do cacique, o procurador disse que a decisão fica a cargo da PF.

“A perícia do corpo vai ficar a cargo das autoridades competentes que vão analisar se é o caso de realizar uma perícia e vão entrar em contato com a lideranças indígenas”, disse.

MSN



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