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Atualidade
28/07/2019 19:00:00

Hackers trocaram dólares e euros para comprar armas, diz revista


Hackers trocaram dólares e euros para comprar armas, diz revista
Walter Delgate Neto

Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou que Walter Delgatti Neto e Danilo Cristiano Marques, envolvidos nas invasões hackers a celulares de autoridades, trocaram cerca de R$ 90 mil em dólares e euros que, segundo a revista Veja, seriam usados para comprar armas.

Os dois foram presos pela PF (Polícia Federal) na terça-feira (23) apontados como responsáveis pelos ataques a aparelhos de políticos e outras autoridades. Entre os alvos estão o presidente Jair Bolsonaro; o ministro da Justiça, Sergio Moro; procuradores do MPF (Ministério Público Federal) e até a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

Conforme o jornalista Thiago Bronzatto publicou no blog Radar, na revista Veja, um documento do Coaf, produzido em 18 de outubro de 2017, revelou que as operações aconteceram entre os dias 1º e 5 de dezembro de 2016, em casas de câmbio nos aeroportos de Natal (RN) e Rio de Janeiro (Galeão).

Segundo o relatório, a dupla comprou euros e dólares com o objetivo confesso de usar as moedas estrangeiras para comprar armas.

CELULAR DE BOLSONARO FOI INVADIDO

O ministro da Justiça, Sergio Moro, confirmou que o celular do presidente também foi atacado pelos hackers presos pela PF. “Por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao presidente da República”, diz o ministro, em nota.

CONTEÚDO VENDIDO AO PT

O advogado de um dos suspeitos de cometer o hackear afirmou que o objetivo de Walter Delgatti Neto era vender o conteúdo das mensagens interceptadas ao Partido dos Trabalhadores.

As declarações foram dadas por Ariovaldo Moreira, defensor de Gustavo Henrique Elias Santos e de sua mulher, Suelen Oliveira -ambos em prisão temporária no âmbito da Operação Spoofing. Delgatti também está detido.

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"Ele [Elias Santos] confirma que o Walter [Delgatti] tinha ao menos informações acerca da conta de Telegram do juiz Moro. A única coisa que ele acrescentou a mais é que a intenção [de Delgatti] era vender essas informações ao PT", disse Moreira a jornalistas, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, depois de acompanhar os depoimentos de seus clientes.

O advogado disse ainda que Elias Santos "não estava envolvido na empreitada criminosa" e que seu cliente não sabe se a venda do material ao partido político de fato ocorreu.

"O Walter disse que a intenção seria vender ao PT", reafirmou o advogado.

Questionado por jornalistas sobre o fato de Delgatti ter sido filiado ao DEM, o advogado disse que a mesma pergunta foi feita a seu cliente no interrogatório, mas que Elias Santos "não soube responder".

"O que o Gustavo sabe é que o Walter tem uma certa afinidade com o Partido dos Trabalhadores", argumentou o defensor.

Moreira já havia comentado o caso de seu cliente mais cedo nesta quarta-feira. Ele havia dito que Delgatti chegou a mostrar parte do conteúdo interceptado para Elias Santos, ponto que reafirmou no final da tarde desta quarta.

"O próprio Vermelho [apelido de Delgatti Neto] mostrou algumas coisas para ele [Elias Santos], e ele assustou e falou: 'Meu, cuidado com isso aí porque pode dar problema'. Na verdade, ele não acreditou naquilo, mas, pelo que foi narrado, mostraram algo para ele a respeito disso [invasão do celular de Moro]", disse o advogado na manhã desta quarta.

Além de Elias Santos, Suelen e Delgatti, o quarto preso é Danilo Cristiano Marques.

Todos são naturais de Araraquara (SP), mas viviam ultimamente em cidades diferentes. Segundo a PF, os mandados de prisão foram cumpridos nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto (SP).

Na decisão em que autorizou a prisão dos quatro suspeitos, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, afirma que há "fortes indícios que os investigados integram organização criminosa para a prática de crimes e se uniram para violar o sigilo telefônico de diversas autoridades brasileiras via invasão do aplicativo Telegram".

Moro associou a prisão dos quatro suspeitos à divulgação, pelo site The Intercept Brasil, de mensagens que mostram interferência do ex-juiz da Lava Jato nas investigações da força-tarefa.

Essa conexão, no entanto, não está citada na decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira. Tampouco há menção no pedido do Ministério Público que as fundamentou.

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