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Atualidade
02/07/2019 09:00:00

As motivações de quem foi às ruas para defender Sergio Moro e a Lava Jato


As motivações de quem foi às ruas para defender Sergio Moro e a Lava Jato

Milhares de pessoas aproveitaram o domingo para ir à avenida Paulista, no centro de São Paulo, para participar de um ato em defesa da Operação Lava Jato e do ministro Sergio Moro.

A BBC News Brasil entrevistou pessoas de diferentes classes sociais para saber o que as motivou a participar da manifestação.

Um grupo de mulheres saiu do Jabaquara, na zona sul, para defender as pautas de Jair Bolsonaro. A dona de casa Paula Magalhães diz que sua principal bandeira é o apoio à Reforma da Previdência.

"Estou aqui pelos meus netos e bisnetos, que também merecem se aposentar. Se a gente não fizer nada agora, nenhum outro governo vai resolver isso e as futuras gerações vão pagar caro", afirmou.

O Movimento Vem Pra Rua, que também estava na Paulista e foi um dos responsáveis por convocar o ato, estima que houve protestos em mais de 185 cidades do país. No alto de seu trio elétrico, alguns de seus membros disseram que mais de 1 milhão de pessoas se reuniram no ato na avenida Paulista. A PM não fez uma estimativa de público.

Os atos deste domingo foram os primeiros depois do vazamento de conversas atribuídas ao então juiz Sergio Moro com o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. As trocas de mensagem por meio do aplicativo Telegram foram reveladas em uma série de reportagens publicadas pelo portal The Intercept Brasil e cunhada de "Vaza Jato", e depois publicadas por outros veículos.

Edmar e sua família
Image captionEdmar Rocha da Silva, cobrador de ônibus, e sua família; '(As conversas) só demonstram um juiz se esforçando para fazer Justiça', defende

Mas nenhum dos entrevistados pela BBC News Brasil na avenida Paulista disse se importar com as publicações das últimas semanas. O cobrador de ônibus Edmar Rocha da Silva, que foi à Paulista com a mulher o filho de 5 anos, defende que as conversas foram obtidas de maneira criminosa e revelam apenas falas cotidianas entre dois funcionários públicos.

"(As conversas) só demonstram um juiz se esforçando para fazer Justiça. A Lava Jato prendeu diversos criminosos e agora estão querendo acabar com ela. Meu filho é autista, não entende nada que está acontecendo aqui, mas faço questão de trazê-lo para que ele esteja sempre do lado certo", afirmou.

A manifestação começou por volta das 14h e se estendeu até as 17h, quando foi anunciado seu fim, conforme acordo prévio com a Polícia Militar.

O analista de sistemas Rodrigo Almeida dos Santos disse ter saído da cidade de Campinas e enfrentado uma viagem de uma hora e meia de carro para ir ao ato na capital.

"Não adianta ficar em casa. Tem que fazer volume para demonstrar nossa revolta com essa tentativa de golpe contra a operação que prendeu peixe grande, os maiores bandidos do país. Vir para São Paulo é simbólico porque é onde há mais relevância, é onde tem visibilidade e podemos demonstrar nossa força", afirmou.

O funcionário público Anderson Luis, que diz ser a favor da cidadania e das pautas defendidas por Jair Bolsonaro, levou sua cadela Mel para o protesto.

Protestos no Rio, neste domingoDireito de imagemEPA
Image captionProtestos no Rio, neste domingo

"Ela é nossa mascote, vem sempre. Ela 5 kg, mas trazê-la representa bastante para a gente. Quero deixar claro que o jornalista Glenn (Greenwald, editor do Intercept) precisa provar que as mensagens que ele pegou do Moro são verdadeiras e que ele não está editando do jeito que bem entende", afirmou.

Moro na mira

Após o vazamento das conversas atribuídas a Sergio Moro, o atual ministro e ex-juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, encarregado de julgar os casos apurados pela Lava Jato, foi ao Senado responder a perguntas sobre as mensagens, que teriam sido trocadas por meio do aplicativo Telegram entre ele e procuradores da Lava Jato.

Na ocasião, Moro repetiu várias vezes que não cometeu irregularidades e fez uma defesa veemente da Lava Jato. Também fez duras críticas ao Intercept pela divulgação das supostas conversas. Neste domingo, ele publicou tuítes exaltando os protestos. "Eu vejo, eu ouço. Lava Jato, projeto anticrime, previdência, reforma, mudança, futuro", disse, postando uma foto da manifestação na avenida Paulista.



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