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28/04/2009 00:00:00

Especiais


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com G1

Esta terça-feira (28) é o Dia da Sogra, mas nem todo mundo está a fim de comemorar a data. Se você está entre essas pessoas que preferem ver a mãe do seu companheiro ou companheira passar longe, o G1 traz as dicas da terapeuta familiar Denise Diniz.

Para Denise, se dar bem com a sogra pode ajudar você a ter um casamento feliz. E para essa relação dar certo, noras e genros precisam pensar na sogra não como uma bruxa cheia de manias e planos malignos, mas como um ser humano normal, com defeitos e qualidades.

“As pessoas generalizam muito quando o assunto é sogra. Generalizam e transferem para a pessoa uma série de características que são esperadas dela – mas que ela pode nem ter”, explica Denise, que é professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Para quem ainda está para conhecer a mãe de quem ama, ajuda muito chegar na pessoa sem essas ideias na cabeça. Para saber como lidar com ela, deve-se brincar um pouco de psicólogo. “Você precisa ver e entender como funciona esse núcleo familiar. Só isso já ajuda muito a entender e se relacionar bem com ela”, orienta Denise.

Se ela começar a incomodar, a chave é o diálogo. “As coisas têm que ser conversadas. Aproveite as coisas boas que ela tem a oferecer e explique o que você não gosta”, conta a terapeuta. E estabeleça limites. “Você tem que deixar claro para ela e para seu companheiro o que ela pode ou não fazer na sua vida. Estabeleça limites e respeite seus limites”, afirma.

Guerra fria

Agora, existem sempre aqueles casos de conflito aberto. Nesses, a melhor saída é tirar o time de campo. “Você não precisa conviver com quem te agride. Já tem tanta coisa ruim com que a gente tem que conviver que não precisa ficar ouvindo desaforo. Se você tentou ter uma boa relação, mas a coisa não funciona e você só se estressa, o melhor é se afastar”, diz a especialista.

Mas, atenção: quem tem que se afastar é você, não seu companheiro ou companheira. Exigir que a pessoa se afaste da própria mãe ou pedir que ela tome lados na briga não só não é uma atitude bacana como pode ter exatamente o efeito oposto ao que você deseja.

“Você pode tentar que a pessoa se afaste da mãe, mas não vai conseguir. Por pior que ela seja, por mais errada que esteja, é a mãe. Mãe faz parte da identidade da pessoa. Você tem que entender que você é quem chegou depois. E você não gostaria que seus filhos se afastassem de você, não é?”, avisa Denise. E outra coisa: “exigir que ele se afaste da mãe é uma atitude controladora e possessiva. Se você acha que a sogra atrapalha, não é certo ter as mesmas atitudes que acusa ela de ter”, diz a terapeuta.

Casamento em guerra fria

A professora de educação física Aline Abrantes, de 25 anos, entende bem esse problema. Em um relacionamento há quase seis anos, ela chegou ao ponto de se casar sem falar com a própria sogra. “No início do namoro eu fiz de tudo para agradar, mas ela já não gostava de mim antes de me conhecer por que gostava da ex-namorada dele. As duas eram muito ligadas”, conta ela.

A relação chegou a um ponto em que ela fez questão de se distanciar. O marido, então namorado, apoiou o afastamento. “Ela foi ao casamento quase como convidada, não participou de nada. O máximo que fez foi me dar parabéns, quando viu outras pessoas me cumprimentando”, diz Aline.

Apesar do desconforto, Aline não descarta fazer as pazes. “Eu tenho expectativa de resolver essa situação, por que um dia pretendo ter filhos e ela será avó deles. Quero que ela participe. Não vou ser amiga, mas quero ter uma relação social, cordial”, reconhece a professora.

Para Denise Diniz, isso é perfeitamente possível. “Todo mundo muda. E não é por que duas pessoas tiveram um desentendimento no passado que elas vão passar a vida toda brigadas. A Aline percebeu isso. Percebeu que é diferente ser uma nora-esposa e uma nora-namorada. Isso é importante”, diz a terapeuta.

Para dar certo, Denise acredita que o primeiro passo é conversar com o marido. “Ele conhece melhor do que ninguém a própria mãe. E a relação que ela não pode perder é a com o marido. Ela tem que falar com ele para ver se vale a pena essa reaproximação ou se isso simplesmente vai voltar a causar dor de cabeça na vida do casal”, diz ela.

Se valer, a aproximação deve ser gradual. “A nora tem que mostrar que não é que ela não gosta da sogra, mas que não gostou de algumas atitudes dela. São coisas diferentes. Às vezes, ela está só lidando com uma mãe enciumada e isso pode ser conversado. O dia das mães está aí, pode ser a oportunidade para a aproximação”, diz Denise. É claro, isso é uma via de mão dupla: se a sogra não topar a bandeira branca, a saída é novamente se afastar. 

Sogra virtual

Para outra Aline, a Aline Ribeiro, de 21 anos, o problema é uma sogra “moderna”. Namorando há três anos, a jovem estudante de fonoaudiologia já teve um desentendimento com a sogra no passado, mas superou. Agora elas estão desentendidas novamente e no mundo virtual.

“Quando eu comecei a namorar, nós nos dávamos muito bem. Eu confidenciei alguns segredos meus para ela e ela espalhou. Isso causou muito constrangimento, fiquei muito chateada”, conta Aline. O episódio fez nora e filho se afastarem da mãe. Mas, com o tempo, todos voltaram a se falar. Até agora. Um desentendimento entre o casal de namorados fez, segundo Aline, a sogra declarar guerra na internet contra a nora.

“Ela me excluiu do Orkut dela por que disse que eu apaguei uma mensagem que ela me deixou no meu aniversário. Eu não apaguei nada. Agora ela posta frases e deixa recados para o filho dela contra mim. É muito chata essa situação”, diz ela.

Para Denise Diniz, a “sogra virtual” é uma modalidade nova, mas para a qual se aplicam as mesmas regras. “O problema da internet é que as pessoas muitas vezes se sentem justificadas para liberar uma agressividade que não liberariam no mundo real. Mas a relação da Aline é com o namorado, não com a sogra. Ela tem que se resolver com ele”, afirma a terapeuta. “Se eles estão brigados, mas querem ficar juntos, tem que resolver a situação entre eles, sem por a sogra no meio”, diz ela.

E resolver no mundo “real”. “Discutir na internet é complicado, por que tudo fica registrado. Às vezes você escreve alguma coisa quando está emocionalmente alterada e aquilo fica ali mesmo depois que você já mudou de ideia". 

Relacionamentos precisam ser conversados cara-a-cara”, orienta Denise.

Para resumir, a terapeuta preparou uma listinha do que fazer para garantir a paz de espírito na relação com a sogra:

1) Não chegue com idealizações: não existe sogra só boa ou só ruim

2) Avalie a dinâmica familiar: por que essas pessoas agem como agem

3) Não esqueça que você é que chegou depois da mãe

4) Estabeleça seus limites e respeite os limites de sua sogra

5) Se nada der certo, melhor se afastar

6) Nunca peça para seu companheiro se afastar da própria mãe
 

Sogras e Genros e Noras - A TRIBUNA - deseja feliz dia para vocês

(Colaborou: Patrícia Ramos Teixeira)

 

 



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