lagoas fechou 119.618 postos de trabalho com carteira assinada entre o primeiro trimestre de 2015 - quando o número de trabalhadores ocupados era de 1,112 milhão - e o primeiro trimestre deste ano, quando a ocupação atingiu 993,2 mil vagas formais.
Os números, que representam uma retração de 10,7% no período, fazem parte de um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) feito a pedido da Gazeta de Alagoas.
Baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o levantamento do Ipea revela também que a fila do desemprego engrossou com a saída de mais 50.486 trabalhadores do mercado de trabalho entre o primeiro trimestre de 2015 e o primeiro trimestre deste ano - os quatro anos do governo de Renan Filho (MDB). Atualmente, 188.970 trabalhadores alagoanos estão sem emprego no Estado.
Em quatro anos, de acordo com o levantamento do Ipea, Alagoas viu a taxa de desemprego aumentar de 11,07% para 15,98% - um avanço de 4,91 pontos percentuais.
Em apenas um ano - do primeiro trimestre do ano passado para o primeiro trimestre deste ano - Alagoas viu o número de trabalhadores sem carteira assinada subir de 126 mil para 151 mil apenas no setor privado - sem levar em conta, por exemplo, o emprego doméstico. Em termos absolutos, significa 25 mil trabalhadores a mais sem carteira - um avanço de 19,8% em relação ao ano passado.
Alagoanos que desistiram de procurar emprego somam 234 mil
FOTO: WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
O aumento do desemprego no Estado reflete principalmente no trabalhador desalentado - termo que o IBGE utiliza para designar o trabalhador que está há mais de dois anos sem trabalho. São 234 mil alagoanos nessa situação, segundo os dados da Pnad Contínua.
Embora tenha registrado uma alta de 7,8% na passagem do quarto trimestre de 2018 para o primeiro de 2019, houve queda de 1,7% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
Em todo o País, segundo o levantamento do Ipea, o número de brasileiros que procuram trabalho há pelo menos dois anos chegou a 3,3 milhões no primeiro trimestre de 2019. O número de desempregados de longo prazo é 42,4% superior ao do mesmo período de 2015, primeiro ano da recente recessão da economia brasileira.
Segundo dados do primeiro trimestre deste ano, o desemprego de longo prazo atinge mais fortemente as mulheres brasileiras. Entre as desocupadas, 28,8% estão nesta condição há pelo menos dois anos, contra 20,3% dos homens desempregados na mesma situação - embora o crescimento tenha sido maior entre o público masculino.
Na análise por faixa etária, 27,3% dos desocupados com mais de 40 anos insistem sem sucesso na busca por trabalho há pelo menos dois anos, mas o crescimento do desemprego de longo prazo é maior entre os jovens. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas.
Desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos atinge 33,5%, diz Pnad
FOTO: PAULO WHITAKER / REUTERS
Em Alagoas, segundo os dados da Pnad Contínua, o desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos atinge 33,5% - a sexta maior taxa do País e a terceira maior do Nordeste. Na região, o índice de desocupação nessa faixa etária só é menor que o registrado na Bahia (35,8%) e Pernambuco (33,9%).
Em nível nacional, as maiores taxas de desemprego entre jovens estão no Amapá, onde 42,8% dos jovens estão desempregados, e no Acre (41,1%). A média nacional é de 27,3%. Os dados se referem ao primeiro trimestre deste ano.
Governo diz que desemprego está perdendo o ritmo
O avanço na extinção de vagas de trabalho com carteira assinada no Estado ocorre num período em que o governo de Alagoas valorizou um programa de incentivos fiscais que tem como uma das principais metas a geração de postos de trabalho.
Criado no ano 2000 e atualizado em março de 2016, o Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas (Prodesin) estabelece a geração de empregos no Estado como uma das obrigações da empresa beneficiada com a redução das cargas tributárias.
Em quatro anos de governo de Renan Filho, no entanto, a escassez de postos de trabalho só fez avançar, como mostra o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Alagoanos formam filas em busca de uma oportunidade de trabalho
FOTO: LARISSA BASTOSA Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) de Alagoas cita o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia para argumentar que, historicamente, Alagoas apresenta saldo negativo em relação ao número de admitidos e demitidos no mercado de trabalho - no fechamento do ano.
"Importante salientar que este saldo vem melhorando no decorrer dos anos, uma vez que houve uma melhora significativa desde o inicio da nova gestão em 2015", ressalta o secretário da Fazenda, George André Palermo Santoro, por meio de assessoria de imprensa.
Ele utiliza como exemplo a desaceleração da retração dos postos de trabalhos medidos pelo Caged, que registrou a extinção de 13.269 postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre de 2015, contra o fechamento de 4.692 vagas no primeiro trimestre deste ano.
"Isto é, ainda que o país esteja passando esse momento de crise como mencionado anteriormente, o Estado, ainda sim, consegue melhorar em seus indicadores enquanto a União continua com perspectivas de recessão", defende
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