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Política
22/06/2019 15:00:00

Deputados evangélicos devem barrar decreto de armas de Bolsonaro, diz presidente do grupo


Deputados evangélicos devem barrar decreto de armas de Bolsonaro, diz presidente do grupo
Ilustração

Os deputados federais que compõem a bancada evangélica da Câmara devem barrar o decreto assinado por Jair Bolsonaro que amplia o porte de armas a 20 novas categorias. A informação é do presidente da frente que reúne parlamentares ligados a igrejas, Silas Câmara (PRB-AM).

“Consultei muita gente e a tendência é mesmo votar contra”, afirmou o deputado amazonense à Jovem Pan. “Tem partes do decreto interessantes, mas tem outras que são complicadas. Somos a favor da vida e armar a população é algo que vai contra isso. Claro que, para quem mora no ambiente rural, pode ser uma solução, mas armar políticos, jornalistas e outras pessoas é um problema.”

A medida, assinada por Bolsonaro em maio, ampliava o leque de permissões para que grupos como caminhoneiros, caçadores e atiradores esportivos tivessem o porte de armasgarantido. Jornalistas que cobrem segurança pública e parlamentares também poderiam usufruir da mudança. Além disso, o texto ainda aumentava de 50 para 5 mil a quantidade de munições que poderiam ser adquiridas pelos beneficiários por ano.

Na última terça (18), no entanto, os senadores aprovaram um parecer da Comissão de Constituição e Justiça que indica a derrubada do texto, por 47 votos contra 28. O texto agora segue para a Câmara, que pode vetar a medida em definitivo.

“Eu acredito que a Câmara seguirá o mesmo caminho do Senado”, disse à reportagem o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), ligado ao pastor Silas Malafaia. “Entretanto, eu acho que nós devemos garantir flexibilizações em itens desse tema via projetos de lei em breve. Mas o decreto tem algumas inconstitucionalidades que deverão derrubá-lo. Eu mesmo vou votar contra.”

A derrota do governo com os evangélicos deve acontecer mesmo depois de Bolsonaro participar da Marcha Para Jesus, maior concentração do segmento no país. O presidente esteve nesta quinta (20) no palco do encontro com diversos pastores e políticos ligados a igrejas e agradeceu pelo apoio dos fiéis na eleição de 2018. Ele foi o primeiro ocupante do cargo a participar do evento.

“Uma coisa não se mistura com a outra”, ponderou Silas Câmara. “Ele pode ter sido justo e grato aos evangélicos pela eleição, é importante para nós, mas no legislativo é outra história. A frente analisa suas posições com muita sabedoria e esse é um caso. Particularmente, não vi nenhuma euforia na Marcha pedindo pela aprovação do porte de armas, então vamos ter cautela.”

Segundo o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, os 102 parlamentares que compõe o grupo devem se reunir na próxima terça (25) para discutir o assunto. A intenção é lançar um comunicado público para ratificar a orientação da bancada sobre o decreto.

Jovem Pan



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