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Alagoas
12/06/2019 10:30:00

Quando os criminosos esquecem de seus crimes e navegam

Às escâncaras, há uma horda que sonha com a lei de Talião, desde que ela não lhes atinja.


Quando os criminosos esquecem de seus crimes e navegam
Ilustração

No Brasil contaminado pelo viés ideológico de quem verdadeiramente faz política e de quem, abestadamente, segue os passos desses outros, dificilmente será possível encontrar um ponto de reflexão comum, na discussão nas redes, sobre as conversas vazadas de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol pelo Intercept.

Não resta dúvida de que o que eles fizeram ao longo do processo fere indecorosamente todas as instruções constitucionais e dos ritos processuais.

Os desdobramentos jurídicos, penais e políticos todos conhecem. Os beneficiários e prejudicados da causa deles  também.

Só que a revelação dos fatos pelo Intercept trouxe consequências graves para as instituições – queiram ou não entendidos e abestados da política nacional e das redes sociais.

Há uma coisa que se chama estado de direito democrático que foi pisoteado e uma Constituição da República que foi jogada na lata do lixo, exatamente por quem deveria protegê-la.

O criminoso, acusado ou coisa que o valha, seja ele gari ou presidente, não pode ter seu legítimo direito de defesa cerceado sob hipótese nenhuma.

Obviamente, que nas redes sociais ninguém está interessado nisso por que todos se sentem os reis da moral e dos bons costumes, até que sejam flagrados no malfeito. Outros até já foram, mas, convenientemente, não se lembram.

Às escâncaras, há uma horda que sonha com a lei de Talião desde que ela não lhes atinja. Isso tudo embasado no fundamentalismo ideológico dos nossos dias. É como se toda gente que vive a dizer impropérios contra tudo e todos estivesse acima do bem e do mal.

A questão é que lá em cima há um drama para o Planalto, para a Justiça e para o Congresso. Mas, eles são brancos e haverão de se entender.

Mas o que fica de pernicioso é o vício de autoridades que abusam do seu poder, atropelam as leis, sepultam reputações e posam de senhores donos da moral sob os aplausos dos incautos.

Só há um problema. A lei foi agora usada e abusada para atingir um desafeto sob urras e vivas de uma claque. Só que amanhã esse modus operandi esdrúxulo pode ser utilizado contra o cidadão comum, pai de família, devido a algum interesse contrariado da empoderada autoridade de plantão.

Mas, no caso agora é mais fácil dizer que tudo isso é culpa do Intercept que obteve conversas privadas de forma criminosa.

Pois bem. Se assim for, não é exagero dizer que criminosos foram também os atos do juiz da lava jato, quando agiu em um processo para beneficiar o seu candidato a presidente da República e em seguida ganhar um cargo de ministro.

Senão, vejamos:

Moro vazou grampo ilegal de Dilma Rousseff – Crime

Moro vazou depoimento para o Antagonista para manipular

a opinião pública em período eleitoral – Crime

Moro vazou delação sem provas para prejudicar Haddad na eleição – Crime

Moro orienta acusação do MP contra Luiz Inácio Lula – Crime

Moro recebeu cargo de ministro do candidato que ele beneficiou, enquanto juiz – Crime

Enfim, nessa zorra toda, “bom mesmo” é navegar e esculachar os desafetos. Sim?

Quem sabe, depois bater no peito e gritar: eu sou patriota!

éassim



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