Milhares de pessoas foram às ruas em HongKong neste domingo (9) protestar contra um projeto de extradição para a China. De acordo com a polícia de choque, houve diversos confrontos entre os manifestantes e as autoridades.
Centenas de policiais armados com bastões, escudos, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta precisaram isolar o Parlamento. Várias pessoas ficaram feridas nos confrontos.
Na próxima quarta-feira (12), os parlamentares vão discutir a aprovação de uma nova lei do governo que permitirá que suspeitos de crimes sejam enviados para a fronteira com a China continental para o julgamento.
De acordo com os manifestantes, o projeto coloca em risco a independência legal da cidade devido a falta de transparência do sistema jurídico chinês, que aplica a pena de morte. Ainda, a decisão preocupa também os empresários, que temem que isso afete a atratividade financeira de Hong Kong.
Os organizadores estimam que mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas. Já um porta-voz da polícia estimou que havia 240 mil pessoas na marcha “em seu ápice”, de acordo com informações da agência Reuters.
A manifestação deste domingo é uma resposta a uma série de medidas do governo de Hong Kong que busca aproximar os laços com o sul da China continental. O protesto também aumenta a pressão contra a administração da executiva-chefe da ilha, Carrie Lam, e seus apoiadores oficiais em Pequim.
Participaram das manifestações desde empresários e advogados até estudantes, ativistas pró-democracia e grupos religiosos.
O território de Hong Kong, que é ex-colônia britânica, foi devolvido ao governo chinês em 1997, em meio a garantias de autonomia e várias liberdades, incluindo um sistema legal separado, que muitos diplomatas e líderes empresariais acreditam ser o ativo remanescente mais forte da cidade.
O acordo “um país, dois sistemas”, estabelecido quando o Reino Unido devolveu Hong Kong à China, permite que a cidade goze de direitos que não existem no continente, incluindo a liberdade de expressão.
(Com informações da Reuters.)
MSN