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Alagoas
09/06/2019 16:30:00

Após onda de interdição de matadouros, Adeal tenta conter abate clandestino


Após onda de interdição de matadouros, Adeal tenta conter abate clandestino
Ilustração

A “onda” de interdição de matadouros públicos em Alagoas começou há mais de uma década. Até novembro de 2008, a Adeal (veja link abaixo) tinha fechado 8 dos 73 estabelecimentos destinado ao abate de bovinos no Estado. Hoje resta menos da metade.

Ano após ano as interdições foram crescendo e trouxe, como efeito colateral, o aumento do abate clandestino – situação considerada pior porque afeta a cadeia produtiva da carne e ameaça a saúde da população.

Neste período, apenas um novo frigorífico surgiu em Alagoas – o Friogvale em Arapiraca. E justo lá a clandestinidade sem sido mais intensa nos últimos meses, segundo vários relatos. Essa situação pode mudar, a partir de agora, também a partir de atuação da Adeal.

Em Arapiraca o abate ‘clandestino’ de animais era tão escancarado que tinha endereço e horário de funcionamento. “Apesar de ilegal e irregular, as autoridades do município fazem vistas grossas. Todo dia são abatidos animais abertamente, inclusive numa área próxima ao antigo matadouro público”.

O relato que recebi de um empresário de Arapiraca veio acompanhado de um ‘mapa’ do “Google” em que os locais de abate clandestino, publicamente conhecidos, estavam operando.

Poucos dias antes da operação que fechou os matadouros clandestinos falei com o presidente da Adeal, Carlos Mendonça Neto sobre a denúncia. Ele antecipou que tinha conhecimento e já estava com uma operação programada.

E de fato, há duas semanas, uma operação conjunta entre a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), Instituto do Meio Ambiente (IMA) e o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), conseguiu “desmontar” dois abates clandestinos dos três que locais que foram apontados no mapa que me foi enviado.

A operação em Arapiraca foi apenas uma de várias realizadas recentemente. E deu resultados. O Frigovale, único matadouro que tem certificado de inspeção na região agreste, já apontou aumento no abate, como resultado da operação.

“Na verdade estamos recuperando parte do abate que foi perdido em função do aumento da clandestinidade. Se comparado com o movimento normal, em maio a empresa está operando abaixo de 50% da sua média e após a fiscalização o abate voltou a crescer”, explica o diretor executivo do Frigorífico, Jaelson Gomes.

Após a fiscalização, como maneira de incentivar o abate legalizado, a empresa informou que está reduzindo em R$ 20,00 a taxa de abate. “Reduzimos o valor do abate atendendo não só um apelo da Adeal, mas também da prefeitura do município, da Câmara de Vereadores e só marchantes. Com isso, esperamos dar nossa contribuição para reduzir o abate ilegal”, aponta Gomes.

O presidente da Adeal reforça que as operações contra o abate clandestino serão permanentes. “Esperamos que os marchantes evitem o abate ilegal, sob risco de perdas econômicas e até penais”, alerta Carlos Neto.

“No caso de Arapiraca conseguimos a reduzir a taxa do Frigovale. Em outras regiões, vamos procurar outras maneiras de incentivar o abate legalizado. Mas independente disso vamos continuar fazendo operações e quem for pego cometendo essas irregularidades será punido”, aponta o presidente da Adeal.



Carlos Neto acompanha a equipe de fiscalização da Adeal e promete intensificar combate ao abate clandestino

Gargalo

Um dos maiores gargalos da cadeia produtiva da carne em Alagoas é o abate ilegal. O Estado conta com apenas três frigoríficos com o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), o que pode elevar os riscos de consumo de carne clandestina, sem os tratos sanitários exigidos pela legislação.

Para assegurar a qualidade, a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) promete fechar o cerco nos pontos que realizam o abate clandestino.

Só em Arapiraca, foram fechados dois locais que realizavam o abate clandestino. “Recebemos uma denúncia anônima. Estive pessoalmente na ação e constatamos a ilegalidade, encaminhamos os responsáveis para a delegacia e a carne, que estava imprópria para consumo humano, foi incinerada”, explica Carlos Neto.

O presidente da Adeal explica que o Estado está lidando com o problema de frente, “cercando por todos os lados”. principalmente para evitar que doenças, vindas da carne ilegal, possam chegar ao consumidor alagoano. “Ele deve ser combatido. E também devemos incentivar o produtor que carregue o seu animal para um local que seja devidamente inspecionado, para que se possa fazer um abate de qualidade, sem prejudicar a qualidade do produto e sem colocar em jogo a saúde da população”, atenta.

Versão oficial

Adeal retira de circulação duas toneladas de carne imprópria para consumo em Arapiraca

Dois pontos do município foram visitados, após a Adeal receber denúncias anônimas de que animais estavam sendo abatidos. No primeiro, um sítio localizado na Zona Rural, os fiscais agropecuários encontraram quatro bois mortos prontos para o abate clandestino. Outros quatro bois vivos estavam dentro de um caminhão, que era utilizado para o transporte dos animais.

Já em outro local, também na Zona Rural de Arapiraca, uma pessoa foi autuada após os fiscais encontrarem três animais já abatidos de forma clandestina. Toda a carne imprópria para consumo humano foi recolhida e destinada para incineração.

As infrações da Adeal são referentes ao decreto federal n 9.013 de 2017 e a lei estadual 6.608 de 2005. Os responsáveis pela prática do abate clandestino, no momento da operação, foram encaminhadas a Delegacia do município. Lá, foram realizados os procedimentos cabíveis.

Blog A Palavra - Ivan Nunes

Edvaldo Junior - Gazetaweb com o blog



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