ilhares de alagoanos se concentraram na Praça do Centenário, nesta quinta-feira (30), para um protesto contra o corte de recursos da educação, anunciado pelo governo federal. Representantes de sindicatos, estudantes, professores, servidores públicos e sociedade civil tomaram a praça e parte da Av. Fernandes Lima. A concentração começou às 13h e o ato seguiu em direção ao centro de Maceió, onde estudantes e professores apresentaram exposições de trabalhos acadêmicos.
Segundo a organização, pelo menos 10 mil manifestantes participaram do ato. Por sua vez, a Polícia Civil informou que não divulgará a média de participantes e que acompanhou o ato desde o início. Manifestação é pacífica e não há incidentes registrados.
Após as manifestações serão apresentadas pesquisas acadêmicas em desenvolvimento na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas (Ifal). Para participantes, a ação foi idealizada para divulgar a relevância da continuidade da pesquisa cientifica no estado. Além das aulas abertas, grupos culturais locais prepararam programação.
"Ao passo que o governo não escuta, os estudantes ocupam as ruas pra ser notados. E esse ato simboliza a força da mobilização estudantil", comentou Lys Ferro, estudante que compõe o Diretório Central dos Estudantes da Ufal. Ela também explica que o ato é contra o corte de verbas e contra a reforma da Previdência.
"Os estudantes não vão aceitar retrocessos deste governo. Isso é pelo direito de entrar e permanecer com dignidade na universidade, o que perpassa acesso à residência universitária e bolsas de estudo", completou.
Com cartazes e faixas nas mãos, os manifestantes expressaram seu sentimento em relação ao governo
FOTO: AILTON CRUZCom cartazes e faixas nas mãos, os manifestantes expressaram seu sentimento em relação ao governo Bolsonaro e à maneira com que a educação vem sendo gerida ao longo dos últimos meses, desde a posse do atual governo. Para esses alagoanos, o corte drástico de recursos é injustificável e, segundo as instituições de ensino, inviabilizarão o funcionamento de universidades e institutos federais.
Entre as palavras de ordem usadas pelos manifestantes, incluem-se: "Que contradição, tem dinheiro para milícia, mas não tem para a educação", que faz alusão a um suposto envolvimento da família do presidente com milícias no Rio de Janeiro.
Protesto em Maceió contra bloqueio de verbas na educação
Imagem: Andira Miranda
#TsunamidaEducação
Além do protesto em Maceió, manifestações ocorreram simultaneamente em diversas cidades brasileiras, repetindo o que aconteceu no último dia 15 de maio. Na ocasião, manifestações foram registradas em pelo menos 200 cidades. Até às 14h da quinta-feira, pelo menos 55 cidades de 18 estados brasileiros registraram protestos.
Para o Presidente da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), Jailton Lira, as reivindicações não são apenas contra os cortes, mas por mais investimentos do atual governo em educação.
"Apesar de o governo ter dito que havia suspendido o contingenciamento, na realidade ele continua comprometendo os projetos da universidade até setembro deste ano. Mas independente de corte o fato é que o investimento em educação diminuiu", afirma o estudante. "A Ufal já tem o contingenciamento em vigor, se isso se mantiver, a atividade de pesquisa, extensão, pagamento de bolsas, tudo está comprometido", completa.
Entre as frases das faixas, destacou-se uma que diz "Educação acima de tudo e de todos", que parodia o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro.
Entenda os cortes na educação
Confira fotos do ato: