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15/04/2009 00:00:00

Polícia


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“Os dados colocados pelo jornal Folha de São Paulo em sua matéria sobre o crescimento do número de homicídios em Alagoas não tiveram como fonte o Ministério da Justiça, portanto não são oficiais”. A garantia foi dada nesta quarta-feira, pelo secretário de Estado de Defesa Social, Paulo Rubim, em entrevista coletiva para contestar a informação divulgada pelo diário paulista, na semana passada, que apontou o Estado como primeiro do ranking no país em homicídios em 2008.

“Falo em nome do secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, que me garantiu que aqueles dados da matéria não foram informados pela Secretaria. Não é o caso de contestar ou não, o problema é saber em quê os jornalistas se basearam para dar aqueles números que colocam Alagoas como o primeiro no ranking”, completou Rubim.

E acrescentou: “Para quem leu a matéria, alguns estados não forneceram os seus dados, como Minas Gerais, por exemplo. Então, com que base e metodologia eles puderam colocar Alagoas em primeiro?”, questionou o secretário.

Além disso, Rubim apresentou os dados existentes sobre o assunto colhidos pela secretaria, assim como a metodologia usada para mostrar que Alagoas conseguiu, em um ano, reduzir os índices alarmantes na criminalidade.

De acordo com números estatísticos da Defesa Social, apresentados nessa quarta-feira durante coletiva à imprensa, o número total de homicídios na capital, interior e região metropolitana teve uma queda de 4,5% neste primeiro trimestre teve uma queda de 4,5%, se comparando ao mesmo período de 2008.

Rubim acrescentou que desde que assumiu a pasta, em 2008, uma das posturas indispensáveis adotadas por ele e toda equipe foi dar total transparência à sociedade acerca da realidade encontrada e do que tem sido feito para reduzir os índices de crimes do Estado.

“Nossa forma de trabalhar é a de mostrar à sociedade todas as mazelas e dificuldades na área de segurança pública. E eu garanto que essa postura não mudou e não vai mudar, pelo menos enquanto eu estiver no comando”, ressaltou. “Todos sabem que gestões anteriores deixaram de agir e que a dificuldade encontrada por este governo foi muito grande para conseguir fazer o ajuste fiscal, e nisso, a segurança pública claro, sofreu para tentar dar respostas à demanda”, completou.
Dados

O diretor de Políticas Públicas da Secretaria de Estado de Defesa Social, Romildo Albuquerque, fez uma ampla exposição do número de homicídios em relatório apresentado na coletiva. “Alagoas é hoje um dos estados que adotaram um modelo e uma estrutura de política voltados para a área de estatísticas em homicídios”, ressaltou Albuquerque.

No relatório apresentado, em Maceió, por exemplo, os homicídios ocorridos entre janeiro a março de 2008 somaram 106, contra 78, no mesmo período deste ano, o que significa um percentual de 26,8% a menos desse tipo de ocorrência. Em Alagoas, algumas grandes cidades também tiveram queda nos índices de homicídio. Em Arapiraca, por exemplo, foram 18 homicídios no primeiro trimestre de 2008, contra 7 no mesmo período de 2009. Em São Miguel dos Campos os homicídios caíram de 6 para 1, em igual período. “Na região metropolitana de Maceió, essa redução não foi tão significativa, uma vez que, em 2008, foram registrados 17 crimes contra 16 deste ano”, disse Albuquerque.

No interior do Estado, os dados gerais mostram que em março deste ano o percentual de redução entre o mesmo período em 2008 e 2009 chegou a 24%. “Juntando o número total entre capital, interior e região metropolitana a estatística mostra que a redução dos homicídios alcançou um percentual de 4,5%”, destacou Albuquerque.

Um outro dado exposto foi o comparativo colhido na época de carnaval, considerada sempre crítica, mostrando os índices de 2008 e 2009. “Em fevereiro de 2008 foram registrados 127 homicídios na capital, contra 58 neste ano”, ressaltou. Em todo o Estado, o total de crimes no carnaval chegou a 220 em 2008, enquanto em 2009 foram 164. “Uma redução de 25,5%”, revelou Albuquerque.

Traficantes X drogados

Outro ponto ressaltado por Rubim na coletiva é que a maioria dos casos envolvendo homicídios em Alagoas está intimamente ligada à questão do tráfico de drogas, principalmente o crack, geralmente ligados a acerto de contas entre os líderes do tráfico e os envolvidos com o comércio e consumo da droga. As maiores vítimas têm sido jovens entre 14 e 25 anos.

“Cerca de 70% desses homicídios em todo o Estado estão ligados às drogas. E isso tem se refletido quase sempre nas áreas de exclusão social, tanto da capital como do interior”, frisou o secretário. Ele lembrou que boa parte dos números de homicídios ainda está ligada a crimes por encomenda, os chamados crimes de mando.

Conselho de Segurança — Rubim fez questão de ressaltar o trabalho desempenhado pelo Conselho Estadual de Segurança Pública e da atuação dos juízes da 17ª Vara da Capital, que, segundo ele, têm atuado de forma enérgica no trabalho árduo contra os crimes, principalmente o organizado.

“Tenho testemunhado que muitos processos relacionados a crimes eram dados como arquivados no passado e, muito menos, apurados devidamente. Agora não. Com o trabalho que está sendo realizado por esses dois importantes agentes da sociedade, o inquérito é instaurado e os resultados têm sido apresentados à sociedade”, elogiou o secretário.

com agenciaalagoas // wellington santos



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