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Política
04/05/2019 08:30:00

Vice-prefeito Marcelo Palmeira: “Infelizmente, quem está ausente nas ações no Pinheiro é o governo do Estado”


Vice-prefeito Marcelo Palmeira: “Infelizmente, quem está ausente nas ações no Pinheiro é o governo do Estado”
Entrevista Marcelo Palmeira

Conversei, na manhã de hoje, dia 03, com o vice-prefeito de Maceió, Marcelo Palmeira (PP). Como já disse aqui no blog: o vice-prefeito tem ganhado destaque dentro da administração municipal. Recentemente, se tornou um coordenador de todas as obras que estão sendo feitas na cidade, o que cria uma ascendência sobre pastas como Infraestrutura, Iluminação Pública e Limpeza Urbana. Além disso, assumiu o cargo de secretário de Assistência Social. Em outras palavras, se tornou quase um prefeito.

Seria uma estratégia para dar maior visibilidade a Marcelo Palmeira para ele tentar viabilizar uma candidatura à Prefeitura de Maceió em 2020? A única que coisa que Palmeira responde diante dessa indagação é que quer ser prefeito da capital e trabalha para isso, mas ainda não iniciou os diálogos partidários ou com o próprio prefeito Rui Palmeira (PSDB). Confira a entrevista na íntegra.

O senhor tem tido destaque nessa nova administração do prefeito Rui Palmeira (PSDB). O senhor sai da condição de vice-prefeito e vira, além de secretário de Assistência Social, um coordenador de todas as obras da cidade. O que é que o prefeito pretende com isso? É meramente administrativo ou há um projeto político para alçar seu nome a uma candidatura futura?

Acredito, Vilar, que tenha sido um reconhecimento pelo primeiro mandato que fizemos juntos. Todas essas ações que estamos fazendo hoje com uma coordenação oficial, nós já fazíamos antes sem o cargo. No primeiro mandato, o Rui tinha uma situação de reeleição e precisava ser o ator principal. No segundo mandato, que não tem reeleição, ele começou a fatiar oficialmente as atribuições para dar notoriedade as pessoas com quem ele pode contar. Por isso ele me fez a indicação. É muito bom, pois nós temos uma convivência com a Habitação, que é indicação do PP. A Secretaria de Serviços também tem aproximação comigo. Estamos indo aos bairros resolver situações. E isso também envolve grandes projetos, como os que o empréstimo contempla e o projeto de acabar de vez com aquela situação da Sururu de Capote. São projetos que vamos tentar viabilizar nessa reta final de gestão.

O senhor assume uma função que tem bônus, que é a notoriedade citada, a visibilidade, mas também tem ônus. O senhor assume com isso um papel importante diante do que passa o bairro do Pinheiro. Como está hoje a posição da Prefeitura em relação ao Pinheiro? O que é papel da Prefeitura e do governo federal? Essa sinergia tem funcionado?

Basicamente, a responsabilidade do município ficou na área social. O município ficou praticamente impedido de fazer qualquer ação de infraestrutura. Não apenas o município, mas qualquer outro ente federado. Isso enquanto não saia a definição do que realmente ocorre no Pinheiro e adjacências, para que saibamos a causa. Eu fico muito tranquilo porque as ações da Defesa Civil e Assistência Social estão acontecendo e tem o reconhecimento não apenas da população como dos órgãos fiscalizadores. Na semana passada, tivemos uma reunião com órgãos e ouvi diretamente da Procuradoria Geral que a Prefeitura está atendendo as expectativas dos bairros afetados. Fizemos o cadastramento, temos o monitoramento, temos a Defesa Civil dentro do bairro, abrimos a secretaria de Assistência Social para qualquer solicitação que as pessoas tenham, trabalhamos a ajuda humanitária, que é mais que o aluguel-social, e as famílias estão recebendo. Conseguimos viabilizar o pagamento do FGTS e na decisão judicial não fala que somos responsáveis por isso, mas nós estamos buscando ser parceiros da Caixa Econômica Federal para agilizar, por já termos habilidade de lidar com esse tipo de situação. Claro, reclamações e críticas terão e eu entendo, pois a situação das pessoas não é confortável. Então, é natural a revolta e a indignação. Mas temos que entender e buscar atender as pessoas estando presente, como temos buscado estar nos bairros atingidos. Fizemos reuniões com mais de mil famílias e conversei com eles abertamente. Estamos aplicando os recursos corretamente. O que a Prefeitura pode fazer, está fazendo. Aguardamos agora o relatório para tomar as outras providências.

Essa parceria com o governo federal, que você cita indiretamente, como pode ser avaliada? O governo federal – na sua visão – tem cumprido o papel dele?

O governo federal, em um primeiro momento, demorou a entender a gravidade do problema. Demorou a entender que era uma problemática que só ele poderia detectar, porque nem a Prefeitura, nem o Governo tem esse corpo técnico para um laudo oficial. Esse convencimento não foi fácil. Fomos à Brasília mais de dez vezes. Mas, quando chegaram a esse entendimento mandaram para cá 50 profissionais e deram como prioridade. Então, na parte técnica, o governo federal conseguiu atender a expectativa do município. Em relação às ajudas humanitárias, foi uma solicitação do município que o governo federal também entrou tardiamente, mas chegou e fez o seu papel. Infelizmente, quem está ausente das ações no Pinheiro é o governo do Estado. Tirando o Samu e o Corpo de Bombeiros você não vê ação de caráter social (por parte do governo estadual) seja ela pela Assistência Social, Saúde ou Educação.

O senhor cita uma ausência do governo do Estado, mas a Prefeitura buscou esse diálogo com o Executivo estadual?

Já foram feitas diversas reuniões. Na semana passada o Ministério da Saúde esteve aqui. Esteve com o secretário estadual de Saúde, Alexandre Ayres. Esteve comigo na Prefeitura. O secretário estadual se colocou à disposição, mas até agora não vi qualquer ação efetiva. Se você viu, ou alguém viu, me diga porque eu não vi nenhuma ação efetiva do governo do Estado em relação ao Pinheiro. Não é crítica não. É só uma afirmação.

Não seria isso uma questão política, já que há uma rivalidade entre o grupo que é da Prefeitura de Maceió e o grupo que é do governo do Estado?

Eu acho que a população não tem nada a ver com a situação política. Não deve ser isso. Eu acredito que o governo estadual entenda que essas ações sejam apenas atribuições da Prefeitura. Deve ser essa a justificativa.

Saindo um pouco dessas questões e falando de política: o senhor quer ser candidato à Prefeitura de Maceió em 2020? O senhor trabalha por essa candidatura?

Eu quero ser prefeito de Maceió. Não trabalho ainda partidariamente. Trabalho para ter um reconhecimento da população. A população está cansada de promessas e da velha política. Mas eu trabalho diariamente, indo aos bairros, atendo as pessoas, tenho agenda na secretaria. Amanhã tenho agenda de rua. Diariamente, eu tenho uma vida política que faz mostrar que eu tenho interesse em uma candidatura. Por enquanto não comentei isso com o prefeito, nem partidariamente. As pessoas talvez vejam essa vontade minha pelas minhas ações e talvez pela exposição nas redes sociais.

O senhor afirma que quer ser candidato. Agora, eu pergunto: se lá na frente não tiver o apoio do prefeito, mas o partido do senhor o PP quiser um candidato, o senhor será candidato sem o prefeito ao lado?

Nós temos uma parceria política muito boa desde 2010. Eu tenho uma relação muito boa com o PSDB, com o ex-governador Teotonio Vilela Filho, com o prefeito Rui Palmeira, que são relações de amizade. Eu não penso em ser candidato fora desse grupo político. Agora, claro: na política tudo pode acontecer. Mas hoje, eu não tenho essa ideia em minha mente. Não penso em uma candidatura sem o Rui Palmeira em meu palanque.

O prefeito sinaliza alguma coisa ou continua como uma “esfinge” como foi nas eleições passadas, ao só se pronunciar no prazo limite?

O Rui tem o jeito dele. Tem um estilo próprio. Muita gente aprova, tanto que reelegeu ele. Ele tem uma imagem muito boa e isso é bom para a política. A partir do momento que ele me dá esse espaço, claro que ele deixa aberto o caminho para esse diálogo político futuramente.

O senhor fez uma ação de investimento em relação à sua imagem. Adotou a expressão “Marcelo Guerreiro”, que não deixa de ser um trabalho de imagem. Há uma mudança planejada para refazer o seu perfil na busca por alcançar essa visibilidade?

Não, não Vilar! Nesse momento, o que minha equipe de comunicação quer fazer é mostrar quem eu sou. Eu sou o mesmo Marcelo. É o mesmo. A gente hoje se volta muito para a rede social. Veja a minha primeira postagem e você verá que é o mesmo Marcelo. Isso passa despercebido. Essa hashtag é só uma estratégia de mostrar isso e não de criar um novo perfil. O Marcelo é um guerreiro, é um trabalhador, não é agora que ele está fazendo isso. Ele sempre esteve ao lado de vocês. Eu peço a população que avalie o político em tudo. Não adianta só ser bom de rede social. Muita gente vende um pacote que não pode entregar. A avaliação tem que ser pensada porque é a cidade de Maceió que está em jogo.

Cada Minuto - Lula Vilar



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