A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta quinta-feira (25) que o Supremo Tribunal Federal (STF) imponha ao senador alagoano Fernando Collor de Mello (Pros) uma pena de 22 anos, 8 meses e 20 dias em ação penal no âmbito da operação Lava Jato. Dodge apontou uma suposta participação do parlamentar, no recebimento de propinas que, somadas, chegariam a R$ 50,9 milhões em contratos da BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
Raquel Dodge detalha que entre “2010 e 2014” uma organização criminosa instalou-se nas Diretorias da Petrobrás Distribuidora S/A-BR Distribuidora- capitaneadas pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em particular na figura do senador Fernando Collor, e também pelo Partido dos Trabalhadores (PT), com destaque para o deputado federal Vander Loubet.
Segundo a procuradora, Collor participou de supostas propinas de pelo menos R$ 9.950.000,00 em razão de contrato de troca de bandeiras em postos de combustíveis. Também de vantagens de pelo menos R$ 20.000.000,00 em razão de contratos para a construção de bases de distribuição de combustíveis celebrados entre a BR Distribuidora.
Dodge diz que Collor também integrou suposto esquema envolvendo pelo menos R$ 1.000.000,00 em propinas em razão de contrato de gestão de pagamentos e programa de milhagens. E que se envolveu também em um esquema de propinas no valor de R$ 20.000.000,00 para viabilizar um hipotético e futuro contrato de construção e leasing de um armazém de produtos químicos em Macaé/RJ.
A procuradora também expôs a compra de carros de luxo, apartamentos e obras de arte como parte de lavagem de dinheiro imputada ao senador alagoano, com o uso de supostas propinas. Segundo Dodge, as contas bancárias pessoais de Collor movimentaram R$ 2,6 milhões entre janeiro de 2011 e abril de 2014, na forma de depósitos em dinheiro.
Raquel Dodge reforçou ainda que a culpabilidade do fato de que Collor foi deputado federal, governador de Estado e presidente da República “afastado do cargo precisamente por corrupção”.
Ainda segundo a procuradora, “agora, anos depois, como senador da República, há não apenas suspeitas, mas provas para além da dúvida razoável de que cometeu crimes”.
Em sua defesa, o senador Fernando Collor declarou que “mais uma vez será demostrada a fragilidade da denúncia”.
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