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Solidariedade
15/04/2019 12:00:00

Refugiados venezuelanos fazem doações para vítimas do temporal no Rio


Refugiados venezuelanos fazem doações para vítimas do temporal no Rio
Refugiados venezuelanos

O temporal que devastou vários bairros do Rio de Janeiro provocou uma corrente solidária que uniu nacionalidades. Um grupo de refugiados venezuelanos esteve na Fundação para Infância e Adolescência (FIA), em Botafogo, na Zona Sul da cidade, na tarde de quinta-feira (11) e fez uma doação para os desabrigados pelas chuvas.

Através de um grupo de WhatsApp que a comunidade mantem no Rio de Janeiro, a jornalista Desirée Borges e a advogada Berta Guzman iniciaram uma campanha de arrecadação junto aos seus conterrâneos. Com o dinheiro arrecadado, Berta comprou fraldas, produtos de higiene pessoal e de limpeza, além de alimentos não perecíveis e água. Ao todo, 200 pessoas fizeram contribuições.

O volume das doações lotou a mala do carro da refugiada Erika Bergstrom, que fez o transporte: "Meu carro foi invadido pela água no temporal e precisa sair de uso para retirar o mau cheiro, mas o usei assim mesmo, não poderia parar antes de entregar. Quem tem necessidade, tem pressa".

Porta-voz do grupo, Desirée diz que a entrega dos donativos pode amenizar a dor dos cariocas afetados.

 

"É o mínimo que podemos oferecer ao povo que nos abraçou e acolheu com carinho. Os venezuelanos estão passando por necessidades. Eu também passei e sei da importância de ajuda. Qualquer que seja", contou Desirée.

 

 

Ao perceber o sofrimento da população do Rio com a catástrofe natural, a lembrança da situação na Venezuela voltou para muitos refugiados.

"Gostaríamos muito de poder ajudar também nosso país, mas não podemos. Essas doações também são uma forma de lembrarmos sempre dos que ficaram lá", destacou Desirée.

Para Rebeca Almeida, coordenadora de imigração e refúgio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Governo do Estado, a atitude dos refugiados não surpreendeu.

"O grupo é muito participativo e presente. Em 2017, eles já haviam arrecadado uma quantidade exorbitante de mantimentos para mandar para Roraima (na fronteira com a Venezuela). Eles já estiveram em situação de vulnerabilidade, então se sentem empáticos à situação dos cariocas", destacou.

A Secretária de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Fabiana Bentes, contou quais os itens mais necessários para doação. "Além dos não-perecíveis, roupas, produtos de limpeza e higiene pessoal, que sempre são muito bem-vindos, precisamos de alimentos para consumo imediato, tais como biscoitos, atum em lata, pão de forma, ou seja, tudo que não necessita ser preparado. É que muitos perderam suas casas, não têm fogão para cozinhar e estão em abrigos".

Segundo dados da Secretaria, até agora já foram arrecadadas 2,5 toneladas de alimento não perecível e 5.760 litros de água potável nos dois primeiros dias. Para quem quer seguir o exemplo dos refugiados venezuelanos e de outros brasileiros, as arrecadações podem ser feitas na Fundação para a Infância e a Adolescência (FIA), na Rua Voluntários da Pátria 120 (8h às 20h), em Botafogo ou no RioSolidario, na Travessa Euricles de Matos 17, em Laranjeiras (10h às 17h).

Por G1



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