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Especial
31/03/2019 00:01:00

Mulher de 71 anos tem mutação genética que inibe qualquer tipo de dor


Mulher de 71 anos tem mutação genética que inibe qualquer tipo de dor

o Cameron tinha 60 anos quando percebeu que nunca tinha experimentando nenhum tipo de dor em toda a sua vida.

Ela mora em Iverness, na Escócia, e é uma das poucas pessoas no mundo diagnosticadas com uma mutação genética que é raríssima.

Agora, ela está sendo investigada por cientistas da University College London (UCL). Eles esperam que pesquisas sobre os genes mutantes que causam a sua condição contribuam com avanços e melhores tratamentos para dor crônica, estresse pós-traumático e cicatrização de feridas.

Aos 71 anos, a escocesa entendeu porque vivia batendo em coisas, se queimando e até mesmo arrancando os dentes sem sentir qualquer incômodo.

Apesar de não se incomodar em não sentir dor, ela reconhece que a sensação tem sua importância.

“A dor existe por uma razão, para te avisar. É um alerta”, disse ao The Guardian.

Mas não é apenas a incapacidade de sentir dor que faz Cameron ser motivo de curiosidade: ela também nunca entra em pânico.

Quando sofreu um acidente de carro dois anos atrás, ela desceu do carro, que estava praticamente caindo de uma vala, e foi consolar o jovem motorista responsável pela batida. Ela só foi notar os seus ferimentos momentos mais tarde. 

“Eu sabia que era feliz e que tinha muita sorte, mas não percebi que eu era diferente”, disse em entrevista ao The Guardian. “Eu pensei que era só o meu jeito. Eu não sabia que algo de estranho estava acontecendo até os 65 anos. ”

Cameron precisou passar por uma cirurgia no quadril e seus médicos se surpreenderam com a sua capacidade de aguentar a dor do pós-operatório sem a ajuda de doses de analgésicos. E foi aí que ela começou a ser estudada pelos profissionais.

Em um relatório publicado nesta quinta-feira no British Journal of Anesthesia, a equipe da UCL descreve como eles mergulharam no DNA de Cameron para tentar entender o que a torna tão diferente.

Segundo a análise, eles encontraram duas mutações em seus genes. Isso faz com que a dor e a ansiedade sejam suprimidas, enquanto aumentam a felicidade e, aparentemente, diminuem a memória e a capacidade de cicatrização de seu organismo.

De acordo com o jornal britânico, a mãe de Cameron sentia dor normalmente, assim como a sua filha.

Mas o filho da escocesa tem uma sensação diferente de dor, e isso leva os pesquisadores a imaginarem que ele carrega parte da mutação. Os cientistas suspeitam que o gene tenha sido herdado do pai de Cameron.

Para James Cox, um dos responsáveis pelo estudo, há muito o que aprender com as mutações genéticas observadas.

“Uma vez que a gente entenda melhor como funciona esse novo gene, podemos pensar em terapias que imitam esses efeitos. Há milhões de pessoas que sofrem com dores crônicas e definitivamente precisamos de novos analgésicos”, explicou. 

https://www.huffpostbrasil.com 



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