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Brasil
26/03/2019 14:00:00

Secretária de Educação Básica pede demissão do MEC


Secretária de Educação Básica pede demissão do MEC

A secretária de Educação Básica, Tânia Leme de Almeida, pediu demissão do Ministério da Educação (MEC) após não ter sido informada sobre a medida de suspender a avaliação de alfabetização para crianças de 7 anos, mesmo sendo a responsável pela área. Outros especialistas da área da educação básica também criticaram a medida da desistência de aplicação da prova, que deixa um vácuo na análise da alfabetização.

Esta é a terceira baixa da pasta. O MEC se vê envolto em uma briga ideológica e disputa entre militares e técnicos. Em meio a frequentes reuniões com o presidente Bolsonaro, Vélez foi obrigado a demitir vários de seus auxiliares, após um embate inflamado com o filósofo Olavo de Carvalho, considerado o guru de Bolsonaro e responsável pela indicação do próprio ministro. 
 
No último dia 12, o “número dois” da pasta, o secretário-executivo Luiz Antonio Tozi foi exonerado. Inicialmente, estava prevista a transferência do cargo para Rubens Barreto da Silva, também nomeado recentemente para o cargo de Secretário Executivo Adjunto. No entanto, pressões internas não o deixaram sequer assumir o cargo, que nem chegou a ser publicado no Diário Oficial da União (DOU).  No dia 14, após voltar de uma viagem, o ministro confirmou por meio das redes sociais que o cargo ficaria com a pastora Iolene Lima. A nomeação dela também não foi chancelada pela Casa Civil. Outros seis funcionários do alto escalão do Ministério da Educação, foram exonerados.
 
A decisão da suspensão da prova da alfabetização veio de secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim. Ele próprio é ex-aluno de Olavo de Carvalho e indicado ao cargo por ele. O secretário também é defensor do método fônico de alfabetização, que rompe com o histórico das políticas de alfabetização do País que a consideram no contexto do letramento.
 
Apesar do presidente Bolsonaro afirmar que Vélez Rodríguez continua à frente da pasta, fontes internas dizem que há uma pressão pela troca do ministro, que estaria atuando em prorrogação.
 
Sobre os desencontros na pasta, ainda na última sexta-feira (22/3), o vice-presidente Hamilton Mourão, em entrevista à Rádio Gaúcha, afirmou que o MEC precisa de um “freio de arrumação”. “O Ministério da Educação tem que tomar um freio de arrumação, como a gente diz. Eu julgo que o presidente [Jair Bolsonaro] já conversou com o ministro Vélez [Rodríguez] e vai ser organizado isso nos próximos dias”.
 
Para o vice-presidente da Regional Norte II do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e docente da área de Educação na Universidade Estadual do Pará, Emerson Duarte Monte, o governo demonstra ausência de políticas educacionais e a equipe costurada aparentemente às pressas, não apresenta união ou coerência. “Não há unidade para desenvolver políticas educacionais para o país. A queda de ministros e esse troca-troca em curto espaço de tempo gera paralisia dos ministérios. Apesar da quase universalização da educação básica, do ponto de vista de qualidade, são índices baixos”, defende.
Correio Braziliense


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