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Especial
25/03/2019 06:00:00

“Momo” assusta pais e serve de alerta sobre comportamento online de crianças e adolescentes

“Momo” assusta pais e serve de alerta sobre comportamento online de crianças e adolescentes


“Momo” assusta pais e serve de alerta sobre comportamento online de crianças e adolescentes
Ilustração

“No meu tempo era diferente, mas as crianças de hoje não dão trabalho, passam o dia inteiro quietinhas no computador; Meu filho não faz questão de ir pra rua, prefere brincar com os coleguinhas pelo celular”. É cada vez mais comum ouvir, de muitos pais e responsáveis por crianças e adolescentes, essas e outras frases semelhantes. Portanto, quando qualquer perigo - suposto ou real – ameaça esse ambiente eletrônico, o pânico se instala entre os pais.

Os “brinquedos eletrônicos”, vídeos e brincadeiras virtuais, embora sejam considerados seguros pela  maioria, já que quase todos possuem filtros e outros meios de controle de conteúdo, foram alvo de polêmicas e debates na última semana, após a divulgação de mensagens em diversas redes sociais e sites de notícias alertando para uma possível “invasão” do espaço lúdico pela “Momo”, a imagem modificada de uma menina e olhos e boca enormes, que lembra uma personagem de filme de terror.

Além de ter um rosto assustador, Momo instiga os pequenos à violência e até ao suicídio. Diante da assustadora ameaça, muitos se questionaram sobre o que fazer: conversar com os filhos? Impedir ou limitar o acesso deles à tecnologia? Endurecer a vigilância e os mecanismos de controle?

Embora o perigo tenha sido superdimensionado, como se revelou depois, o episódio volta a acender a luz de alerta sobre os cuidados que se deve ter com crianças e adolescentes no ambiente virtual.

Verdade ou mentira?

Apesar dos relatos e denúncias de muitos pais de crianças e adolescentes em todo o país, de que seus filhos estariam navegando em sites como o YouTube kids, cuja programação é essencialmente infantil, e de repente Momo surgiu sugerindo que as crianças se automutilassem e ferissem seus pais e irmãos, o canal negou que isso pudesse ter ocorrido.

Em resposta a uma reportagem feita pelo site UOL, o Google (administrador do portal infantil) afirmou: “Ao contrário dos relatos apresentados, não recebemos nenhuma evidência de vídeos mostrando ou promovendo o desafio Momo no YouTube Kids”.

Diversão monitorada

A psicóloga Denyse Moura conversou com a reportagem do CadaMinuto e destacou que, “em primeiro lugar a família tem que entender o quanto é nefasto para a formação da personalidade a ausência ou o afastamento negligenciado físico e  emocional da vida dos filhos. Este espaço pode ser preenchido por pessoas que queiram induzir, os pequenos, ao mal, contando para tanto com jogos, induções subliminares ou diretas entre outras”.

Apesar de todo cuidado com filtros, orientação e conversa sobre o acesso a sites de entretenimento infantis, Denyse defende que os pais e responsáveis devem sim monitorar tudo o que a criança acessa na internet, pois precisam ter a certeza de que as crianças estarão num campo seguro. “Do nascimento até o final da adolescência o indivíduo forma a sua personalidade, por isso os adultos precisam orientar os adolescentes e fiscalizar bem de perto as crianças e a depender da idade, aplica-se a mesma conduta do adolescente ou simplesmente se limita e fiscaliza sua navegação”, reforçou a psicóloga.

Outro ponto defendido é a transparência e o diálogo aberto com os filhos. Eles precisam saber que os pais estão junto deles e que podem confiar e contar tudo. Lembrando que “cada indivíduo tem o seu próprio grau de maturidade, por isso o adulto precisa ter discernimento para falar com clareza sobre os riscos a que os pequenos possam estar expostos, além das consequências e responsabilidades”, ponderou Denyse.

Novo abandono

Sabemos bem que a vida moderna e as obrigações com trabalho têm feito com que muitos pais ou responsáveis ao chegar em casa ainda se deparem com demandas que impedem que seja dada atenção aos filhos e os smartphones, em muitos lares, passaram a ser a companhia dessas crianças e jovens.

Porém, a profissional alerta que a criança e o adolescente não tem maturidade para transitar irrestritamente por estes instrumentos, uma vez que podem se apegar a estes "amigos" na tentativa de suprir a ausência da família. “Com isto, apegam-se demasiadamente não se permitindo a colocação de limites (dizer não) para não sofrer novo abandono ou afastamento”, lembrou Denyse Moura.

Por isso, é preciso que os pais e responsáveis também estejam cientes de que a orientação sobre o acesso dos filhos às redes é deles e não das crianças. “O adulto precisa ter discernimento sobre o que é próprio ou não para a criança ver. É necessário também limitar o tempo diário de navegação. A depender de cada idade e da maturidade vai-se modelando a permissão para conteúdo. É bom lembrar que existem muitos conteúdos educativos e que os adultos poderiam inclusive auxiliar de perto as crianças”, destacou a psicóloga.

Esclarecimento

Mesmo com tanto acesso à informação, os perigos e ciladas que a internet esconde ainda tem surpreendido os usuários. Diante dessa ameaça virtual que cada vez mais tem invadido os lares Denyse defende que “está mais do que na hora do Poder Público, por meio das áreas da saúde, educação, e da mídia, com a parceria da iniciativa privada, realizarem uma grande campanha de esclarecimento aos pais, a toda a família e a todos os responsáveis sobre o que é seguro e não é, e como defender, orientar e fiscalizar suas crianças”.

Cada Minuto


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