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Para alguns profissionais atuar na profissão que escolheu acabou se transformando em um pesadelo com sequelas e marcas que podem ser levadas para o resto da vida. Apesar das poucas denúncias, o assédio moral e sexual contra profissionais da saúde tornou-se evidente quando as vítimas acusaram seus perseguidores.
Conforme dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas, de janeiro de 2017 até o dia 15 de fevereiro de 2019, foram 266 autuações que chegaram ao órgão fiscalizador. Desses, 247 estão relacionadas à rede privada e 19, à pública.
Na Procuradoria Regional do Trabalho da 19ª Região (PRT19), responsável por atuar nas varas trabalhistas de Maceió e mais 42 municípios, foram 180 casos denunciados. Já na Procuradoria do Trabalho de Arapiraca (PTM), que atua em 59 municípios, foram 86.
No que se refere ao assédio sexual, são apenas 14 casos no mesmo período. Sendo 10 na rede privada 04 na pública. Em entrevista ao Cadaminuto, o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Alagoas (Sateal), Mário Jorge, disse que as vitimas acabam nãodenunciando, o que acaba desdobrando para o meio familiar. Confira a entrevista:
Cadaminuto: Como avalia o auto índice de denúncias?
MÁRIO JORGE: O Sindicato ver com bastante preocupação esse índice que para a instituição já é alarmante. Estamos denunciando todos os casos que a gente tem acesso para que os órgãos competentes venham tomar as devidas providencias em caráter de urgência, como também pedindo que as instituições de saúde que tem conhecimento dos casos adotem suas providencias internas. As empresas terminam sendo corresponsáveis com essa pratica dentro das instituições de saúde.
CM- Como avalia a questão das vítimas não denunciarem o crime?
MARIO: É um incentivo diário em reuniões e em comunicações internas, mostrando inclusive os meios em que os profissionais dispõem para que essas denúncias sejam executadas de maneira correta garantindo a integridade do profissional. Denúncias que garantem o anonimato. Os colegas não podem estar em casa sofrendo em silêncio com esse tipo de problema, pois ele acaba se desdobrando até para o meio familiar. As vítimas devem falar para que as providencias venham serem tomadas o mais breve.
CM- Qual tem sido o papel do sindicato na intermediação desses casos?
MÁRIO: Fazendo a fiscalização nos locais de trabalho e no incentivo para que as denúncias sejam feitas com segurança.
CM - A Postura dos Hospitais na visão do sindicato?
MÁRIO: Infelizmente a gente ainda ver as instituições de saúde tanto pública quanto privada coniventes com a situação, principalmente quando se trata em expor o agressor. Os hospitais têm apresentado essa resistência e estamos recorrendo ao MPT para que possa haver a fiscalização e mediação de conflitos.
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