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Educação
17/03/2019 18:00:00

Escolas estaduais apresentam projetos na maior feira científica do País


Escolas estaduais apresentam projetos na maior feira científica do País
Texto de Ana Paula Lins

Duas escolas de ensino integral representarão a rede estadual alagoana na maior feira científica pré-universitária do país, a Feira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo (Febrace USP). As escolas estaduais Izaura Antônia de Lisboa, de Arapiraca e Graciliano Ramos, de Palmeira dos Índios compõem a comitiva alagoana – que conta também com o Sesi e o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) – e apresentarão seus projetos no período de 19 a 21 de março no Espaço Inova USP.

 

Em comum, os dois projetos se destacam por apresentarem uma solução sustentável para itens comumente encontrados nas comunidades onde os estudantes residem. A Escola Graciliano Ramos levará para feira o xampu à base de palma e juá, enquanto a Escola Izaura Antônia de Lisboa apresentará a farinha produzida a partir das folhas da moringa. Ambos com fabricação fácil e caseira.

 

Cabelos saudáveis – Em Palmeira dos Índios, o xampu à base de palma e juá desenvolvido pelas estudantes Sabrina Duarte, Daysiane Lopes, Laísa Brandão, Lauane Melo, Paula Nunes e Renata Soares sob a orientação da professora Amparo Nunes e com apoio da professora de Química nasceu, literalmente, no quintal da casa das estudantes, já que as meninas são moradoras de povoados rurais onde essas plantas são bastante comuns.

 Nadja orienta Samuel e Mateus na produção da farinha de moringa (Foto: José Demétrio)

O juá, popularmente usado na higienização dos dentes e a palma, tradicional ingrediente da ração de animais do campo, encontraram nova utilidade com o trabalho das garotas. A palma, segundo as estudantes, ajuda a eliminar a caspa e o juá espuma e tem propriedades de ação higienizante (a substância saponina). "Queríamos fazer algo que fosse natural, não agredisse o cabelo e ajudasse a comunidade a ter uma renda extra. Estamos ainda em fase de testes e já usamos em nossos cabelos. Os primeiros resultados tem sido bons", revelam as garotas.

 

A professora Amparo Nunes e a diretora adjunta Angélica de Cássia Ramos lembram que o produto nasceu a partir de uma atividade dos Projetos Integradores (PI), iniciativa cujo objetivo é envolver estudantes no desenvolvimento de projetos que beneficiem a comunidade local. “O PI nasceu justamente dessa necessidade de desenvolver algo em prol da comunidade", recorda a professora Amparo. “Por meio desse trabalho, elas poderão mostrar Palmeira dos Índios ao Brasil e trocar experiências com outros estudantes”, frisa a diretora Angélica de Cássia.

 

Combatendo a desnutrição- De Arapiraca, a Escola Estadual Izaura Antônia de Lisboa levará projeto que usa folhas da moringa para a produção de uma farinha que pode ser usada como suplemento alimentar no combate à desnutrição infantil. A planta, facilmente encontrada na divisa entre Arapiraca e Lagoa da Canoa, é um “milagre da natureza”, segundo afirmam os estudantes Mateus Felipe dos Santos e Samuel Vinicius da Silva.

 Nadja orienta Samuel e Mateus na produção da farinha de moringa (Foto: José Demétrio)

“Para se ter ideia da riqueza nutritiva da moringa, ela tem 25 vezes mais ferro que o espinafre, 17 vezes mais cálcio que o leite e 15 vezes mais potássio que a banana. Por isso, pensamos em desenvolver essa farinha como um suplemento alimentar para ser usado no combate à desnutrição, podendo ser usado, por exemplo, em sucos, no feijão”, contam Mateus e Samuel.   

 

Veterana da Febrace – esta será sua décima participação - a professora de Química Nadja Souza diz sentir a mesma emoção que sentiu na sua primeira ida à feira, em 2010. Ela aponta os benefícios que a iniciação científica traz para os estudantes da Educação Básica. “Eles não só se desenvolvem melhor nas áreas pesquisadas, mas em todas as disciplinas. Por exemplo, a Febrace exige a produção de um artigo científico segundo as normas da ABNT e isso faz com que o aluno aprimore as habilidades em Língua Portuguesa”, avalia Nadja.

 

A diretora adjunta Rejane Rolim concorda. “Os estudantes envolvidos  em pesquisas são uma referência para os demais alunos da escola, incentivando-os a estudar mais para que possam também participar das pesquisas”, revela Rejane.

 

Projetos de Alagoas – Confira abaixo a lista dos oito projetos que representarão Alagoas na Febrace 2019:

“Cuidando da saúde dos cabelos com a palma e o juá” – Escola Estadual Graciliano Ramos, Palmeira dos Índios”;

“Produção de farinha das folhas da moringa  para ser inserida como suplemento em preparações alimentícias de crianças desnutridas” – Escola Estadual Izaura Antônia de Lisboa, Arapiraca;

“Acusticoco: painéis para condicionamento acústico composto por fibra de coco aplicados em sala de aula” – Escola Sesi de Educação Básica Abelardo Lopes, Maceió;

“Avaliação da atividade inseticida dos extratos orgânicos do pinhão roxo frente ao Aedes aegypti” – Ifal Palmeira dos Índios;

“Ecovitreo” - Unidade Integrada SESI/ SENAI Carlos Guido Ferrario Lobo, Maceió;

“Medificações – Ferramenta Eletrônica para técnicos em edificações” – Ifal Coruripe;

“Robô Maria Farinha” – Ifal Maceió

“Irrigação automática de baixo custo com dois sistemas tempo/umidade” – Ifal Arapiraca.

Agência Alagoas



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