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Comportamento
15/03/2019 10:00:00

Presença de armas de fogo em escolas está em alta no Brasil


Presença de armas de fogo em escolas está em alta no Brasil

O dia de quarta-feira (13) foi marcado por mais uma tragédia em 2019. Em Suzano, na Grande São Paulo, dois jovens de 17 e 25 anos invadiram a escola estadual Professor Raul Brasil, onde já haviam estudado, e promoveram um massacre que deixou nove pessoas feridas e outras dez mortas. Além dos autores, que se mataram após o ataque, cinco estudantes do ensino médio, dois funcionários da escola e o proprietário de uma loja que fica perto do local do atentado foram assassinados.

Desde 2002, pelo menos sete ataques desse tipo, com atiradores (alunos ou não) abrindo fogo em escolas contra estudantes e outras pessoas, foram registrados no país. Mas se tragédias como a de Suzano ainda são relativamente raras, pesquisas do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) apontam que a presença de armas de fogo no ambiente escolar está em alta no país.

Em 2015, a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Prova Brasil) identificou 4.225 episódios em que os alunos frequentaram a escola portando arma de fogo. Já em 2017, último ano em que foi feito o estudo, foram registrados 4.504 casos desse tipo, um acréscimo de 6,6%.

Considerando-se apenas o Paraná, temos que em 2015 foram 224 casos de alunos armados na escola, contra 217 em 2017 (redução de 3,12%).

Disparos
Os disparos em Suzano teriam começado por volta das 9 horas, quando os dois jovens foram até uma locadora, atiraram no empresário e roubaram um carro. Em seguida, eles seguiram até a escola, onde entraram encapuzados e dispararam contra os alunos, por volta das 9h30. Quando equipes policiais se aproximaram do local, os dois jovens se mataram — ainda não se sabe se eles se suicidaram ou se um teria atirado no outro e depois em si mesmo.

A dupla levava um revólver calibre 38, quatro carregadores, uma besta (uma arma que dispara flecha), machados, coquetéis molotov e uma caixa que seria de explosivos. A motivação do crime ainda não foi esclarecida.

Medianeira
Em setembro do ano passado por pouco o Paraná não se tornou palco de uma tragédia. No dia 28, um adolescente de 15 anos entrou armado no Colégio Estadual João Manuel Mondrone, em Medianeira, no Oeste paranaense, e atirou contra colegas de classe. Dois alunos, de 15 e 18 anos, ficaram feridos.

Armar professores e funcionários é a solução?

Depois do atentado em Suzano, voltou a ganhar força as discussões acerca da facilitação no acesso à posse de arma. De um lado, aqueles que criticam a flexibilização do Estatuto do Desarmamento e acusam o risco de ataques desse tipo se tornarem mais frequenter caso haja mais facilidade no acesso à armas legais. Do outro, os que são a favor da armar a população e acreditam que mais armas são sinônimo de maior segurança.

O senador Major Olímpio (PSL), por exemplo, afirmou após a tragédia na escola Raul Brasil que, se os professores e funcionários da instituião de ensino estivessem armados, o pior poderia ter sido evitado. “Se tivesse um cidadão com arma regular dentro da escola, professor, servente, policial militar trabalhando lá, ele poderia ter minimizado o tamanho da tragédia”, disse o político durante reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.[

Por outro lado, há também especialistas que discordam da ideia de que mais armas é equivalente a mais segurança, caso do coronel da Polícia Militar Roberson Luiz Bondaruk.

2019, o ano das tragédias
25 de janeiro – Rompimento da barragem em Brumadinho
No dia 25 de janeiro, a barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale S.A., se rompeu. Em seguida, um mar de lama engoliu Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, e contaminou o Rio Parapeba, um dos afluentes do Rio São Francisco. Até hoje não se sabe o número exato de mortos: 201 óbitos já foram confirmados, mas 107 pessoas continuam desaparecidas.

06 de fevereiro – Chuvas no Rio de Janeiro
Uma chuva torrencial atingiu o Rio de Janeiro e deixou a Cidade Maravilhosa debaixo d’água, com ocorrências diversas de enchentes. Sete pessoas morreram e por cerca de 60 horas o município permaneceu em estágio de crise, que é quando os moradores são aconselhados a não sair de casa.

08 de fevereiro – Incêndio no Ninho do Urubu no Rio de Janeiro
Um alojamento que servia de dormitório para jogadores da base do Flamengo foi atingido por um incêndio durante a madrugada. Dez pessoas morreram e três ficaram feridas no episódio, que teria sido provocado por uma pane no ar-condicionado do dormitório.

11 de fevereiro – Queda de helicóptero mata o jornalista Ricardo Boechat
Na manhã do dia 11 de fevereiro, o jornalista Ricardo Boechat fez seu habitual comentário de rádio e falou sobre as tragédias de Brumadinho e do Ninho do Urubu. Pouco depois, participou de uma palestra em Campinas (SP) e retornava para a capital paulista quando o helicóptero em que estava caiu no Rodoanel. Além de Boechat, o piloto Ronaldo Quattrucci também morreu.

11 de março – Chuvas em São Paulo
Chuvas atingiram São Paulo e região metropolitana no último final de semana, deixando um saldo de 13 pessoas mortas - entre elas uma criança de apenas nove anos. Diversas vias de acesso à capital paulista ficaram bloqueadas e também foram registrados delizamentos de terra.

13 de março – Ataque contra escola estadual
Ontem, dois jovens de 17 e 25 anos invadiram a Escola Estadual Professor Raul Brasil e promoveram um massacre, que terminou com dez mortos (cinco estudantes, dois funcionários da escola, um empresário e os dois atiradores, que se mataram após o atentado).

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