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Especial
13/03/2019 08:00:00

Cerca de dois mil integrantes da Polícia Militar devem se aposentar em 2019

Levantamento de associação classista mostra ainda que, em média, um coronel foi pra reserva por mês nos últimos 12 anos, com idade entre 43 e 59 anos


Cerca de dois mil integrantes da Polícia Militar devem se aposentar em 2019

Em torno de dois mil policiais militares alagoanos, entre praças e oficiais, devem se aposentar ao longo de 2019. Os dados são de um levantamento realizado pela Associação dos Coronéis Militares de Alagoas. Os números da associação de classe mostram ainda que, em 12 anos, cerca de 200 coronéis da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) foram para a inatividade no estado. Os números ressaltam uma média de um coronel por mês se aposentando no estado ao longo dos últimos 12 anos. 

Ainda segundo a associação, atualmente, as fileiras corporação contam 18 coronéis na ativa para uma tropa que cerca sete mil militares. A média corresponde a um coronel para cada 388 policial militar. Diante disso, a associação usa como parâmetro o estado de São Paulo, onde, segundo a entidade, a tropa de 100 mil homens conta com 50 coronéis, uma média de 1 coronel para cada 2 mil homens. O tema é alvo de discussão na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). 

 

De acordo com o presidente da Associação dos Coronéis Militares de Alagoas, Coronel Goulart, é de suma importância importância que seja aprovado um projeto que tramita na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) que permite que os militares se aposentem aos 62 anos, no caso das mulheres e 65 no caso dos homens.

O coronel explica que, atualmente, praças e oficiais são colocados na reserva ex-ofício antes que completem as idades e, apesar de manifestarem o desejo de seguir na carreira, não podem continuar trabalhando por falta de amparo legal. "Não queremos obrigar ninguém a trabalhar até esta idade, mas, se for uma opção da pessoa deve lhe ser facultado. Se o militar quiser ir para a reserva na idade em que o estatuto prevê para ex-offício, que assim o faça também", ponderou.

O coronel explica que podendo optar por continuar trabalhando, o militar que entrou tardio na instituição pode trabalhar até poder se aposentar, recebendo seus vencimentos na integralidade ao invés de ser colocado na reserva ex-offício e só receber proporcional. "Um soldado que entrou na Polícia Militar com 30 anos e foi para a reserva com 45 anos, vai receber proporcionalmente por 15 anos, ou seja, deve receber metade de seu salário. Nesse modelo, ele não pode optar por continuar trabalhando para poder receber na integralidade", exemplifica.

Segundo Goulart, este método vigente é o que faz com que os número de homens na ativa da Polícia Militar não passe dos sete mil mesmo com concursos. "Com tantos concursos, porque o número de policiais não aumenta?", questiona.

Coronel Goulart afirma que projeto é benéfico para o PM e para o Estado

FOTO: AÍLTON CRUZ

Segundo o levantamento feito pela associação, dos 200 coronéis que se aposentaram nestes 12 anos, apenas um o fez com 62 anos. O restante se aposentou com idades que variam entre 43 e 59 anos.

Ainda de acordo com Goulart, a aposentadoria destes coronéis custa em torno de R$ 200 mil para os cofres anualmente, além da promoção de novos coronéis para ocupar o posto que ficou vago. Segundo Goulart, há interesse de alguns para que os postos de comando sejam renovados na tropa, para que outros subam de postos e assumam funções de comando. O coronel Goulart pontua que se o militar quiser continuar trabalhando deve lhe ser garantida esta opção. Ele ressalta que isso ainda resultaria em economia para o Estado, que teria que promover menos oficiais. 

O coronel Goulart afirma, ainda,  que o grupo que se opõe ao projeto alega que ele interfere nas promoções dentro da instituição, no entanto, ele rebate afirmando que não. Ele pontua ainda que o atual governo foi um dos que mais concedeu promoção a militares e não evitou movimento grevista no ano passado. "Qual era a reivindicação ano passado? Era promoção? Não, era salário. Salário é o que motiva", frisa.

Goulart afirmou ainda estar disponível para ser ouvido pelo governo para discutir o o assunto. A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) afirmou que o Gabinete Civil está tratando do caso.

Gazetaweb



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