Após vinte anos sem morar em Maceió, a volta do doutor em Ecologia José Geraldo Marques à capital alagoana foi turbulenta. Em seu segundo dia morando no bairro do Pinheiro, acordou assustado com os tremores de terra e um forte barulho. Hoje, Marques faz parte dos moradores que pretendem processar os responsáveis pela instabilidade do solo da região.
Mas o ecologista aceita negociação com a Justiça: “Troco o valor da minha indenização pela prisão dos culpados”. O que ele não esperava com seu retorno a Maceió era o destino o colocar novamente em frente a um algoz de sua carreira: a petroquímica Salgema, atual Braskem.
Em 1975, Marques presidia a Secretaria Executiva do Grupo de Controle da Poluição do Estado de Alagoas, que cuidava do meio ambiente, no primeiro governo Divaldo Suruagy, já falecido. O que seria uma oportunidade para colocar em prática sua luta em defesa da natureza se transformou em um pesadelo com perseguições, telefonemas anônimos e ameaças de morte. Fatos que o fizeram abandonar o cargo e assistir, como ele mesmo diz, a Salgema se instalar em Alagoas de maneira desenfreada, contra tudo e todos.
Extra Alagoas