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Economia
18/02/2019 20:00:00

Mais de 60% dos trabalhadores estão no mercado informal, diz OIT


Mais de 60% dos trabalhadores estão no mercado informal, diz OIT

Cerca de 61% das pessoas que compõem a força de trabalho no mundo atuam de maneira informal. É o que aponta um relatório divulgado nesta quarta-feira (13) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), com dados de 2018. Segundo a pesquisa, o número de pessoas trabalhando na economia informal é de cerca de 2 bilhões de pessoas.

O levantamento mostra ainda que, entre as pessoas que estão trabalhando, mais da metade (52%) são assalariadas, enquanto 34% atuam por conta própria. Outros 11% ajudam em trabalhos familiares, e apenas 3% estão na categoria “empregadores”.

Nessa divisão por categorias, as pessoas que atuam por conta própria se destacam no mercado da informalidade. Entre elas, 85% estão no mercado de trabalho considerado “informal”. Já entre os assalariados, são cerca de 40%.

Como as pessoas trabalham?
Em % dos trabalhadores, no mundo; dados incluem postos formais e informais
Assalariados: 52Empregadores: 3Por conta própria: 34Trabalho familiar: 11
Por conta própria
categorias 34
Fonte: OIT

"É importante notar, porém, que a formalidade não é garantia de escapar da pobreza e que os trabalhadores informais não se limitam a ser pobres", complementa a organização.

Os dados da pesquisa da agência das Nações Unidas se referem ao mercado de trabalho no mundo todo, mas também refletem a situação no Brasil. Em 2018, a soma de pessoas trabalhando por conta própria ou no mercado informal seguiu acima da quantidade de empregados com carteira assinada, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).

Ao final do ano passado, o Brasil tinha 33 milhões de pessoas trabalhando com carteira assinada (sem considerar empregados domésticos). Outras 11,5 milhões estavam atuando sem carteira, e outras 23,8 milhões, por conta própria.

 

Mais pessoas inativas

 

 
Envelhecimento da população e mudanças no mercado de trabalho impõem desafios para os próximos anos, diz OIT — Foto: Celso Tavares/G1

Envelhecimento da população e mudanças no mercado de trabalho impõem desafios para os próximos anos, diz OIT — Foto: Celso Tavares/G1

A pesquisa da OIT aponta que a proporção de pessoas que fazem parte da força de trabalho vem caindo nos últimos 25 anos. Atualmente, o número de pessoas com idade de trabalhar é de 5,7 bilhões de pessoas em todo o mundo. Entre elas, 3,3 bilhões estão empregadas, enquanto os desempregados são 172 milhões. Outros 2 bilhões de pessoas, aproximadamente, estão fora da força de trabalho.

Divisão da força de trabalho no mundo

Na divisão por idade, esse fenômeno de redução na participação na força total de trabalho é ainda mais acentuado entre pessoas com idade entre 15 e 24 anos – o que aponta uma melhora nos índices de frequência escolar dos jovens, segundo a OIT. Entre 2013 e 2018, a participação das pessoas nessa faixa etária na força de trabalho diminuiu 2,2 pontos percentuais, um recuo bem maior que a queda de 0,5 ponto percentual da média total.

A OIT indica ainda que o aumento das oportunidades de aposentadoria e expectativa de vida também ajuda a explicar a redução da proporção de pessoas na força de trabalho. Embora essa seja uma boa notícia, o cenário aumentou a situação que o relatório menciona como “taxa de dependência” – a relação entre o número de pessoas trabalhando e as que são economicamente inativas. Isso, ainda segundo a OIT, torna necessárias discussões sobre a “organização do trabalho e distribuição de recursos na sociedade”.

“Em primeiro lugar, e mais importante que tudo, os sistemas previdenciários existentes serão forçados a manter as pessoas idosas fora da pobreza. Em segundo lugar, o aumento da taxa de dependência aumenta a demanda de trabalho em setores específicos, como o setor de saúde, acelerando a transformação estrutural", diz a OIT.

"Terceiro, uma força de trabalho cada vez mais envelhecida desafia a capacidade dos trabalhadores para acompanhar o ritmo da inovação e mudanças estruturais no mercado de trabalho."

Jovens que nem trabalham e nem estudam

Apesar de mencionar uma melhora no número de matrículas escolares entre os fatores que podem explicar o aumento da quantidade de jovens inativos no mercado de trabalho, a pesquisa a OIT aponta também que a proporção de jovens que nem trabalham e nem estudam segue preocupante. Os dados da OIT mostram que, em cada 5 jovens (com idade inferior a 25 anos), 1 não está no mercado de trabalho e nem estudando.

Desigualdade entre homens e mulheres

 
Mulheres sem emprego observam quadro com vagas de trabalho em Itaboraí (RJ). — Foto: REUTERS/Ricardo MoraesMulheres sem emprego observam quadro com vagas de trabalho em Itaboraí (RJ). — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Mulheres sem emprego observam quadro com vagas de trabalho em Itaboraí (RJ). — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

O relatório também apresenta diferenças entre as condições do mercado de trabalho para homens e mulheres. Segundo o levantamento, enquanto 75% dos homens participam da força de trabalho, entre as mulheres essa proporção é de 48%. O número significa que, de cada 5 pessoas que trabalhavam em 2018, 3 eram homens.

A OIT também mostra que, ainda que as mulheres sigam mais vulneráveis ao desemprego que os homens, elas são minoria nas ocupações informais. Enquanto, entre elas, 58% estão atuando sem formalização, entre eles a proporção é de 63%.

G1



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