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Finalmente uma autoridade se expressa para cobrar muito mais responsabilidade e menos discurso, do Governador do Estado e do prefeito da Capital, com relação à complexa situação no bairro do Pinheiro.
O procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça assina um novo capítulo para minimizar os efeitos de uma tragédia anunciada.
“Nós não podemos mais ter vaidades individuais e muito menos disputas de quem vai fazer mais ou quem vai fazer menos. Temos que ter a unificação dessas ações, comando unificado, ações que propiciem a população respostas efetivas, porque a população está cansada de cada um querer dar a sua versão, de cada um querer chegar com a solução do problema”... “cada um indo para um norte diferente e interesses menores se sobrepondo ao interesse maior, que é a solução dos problemas”.
Por decisão dele, o Ministério Público do Estado reuniu, ontem, geólogos envolvidos, órgãos municipais, estaduais e federais, inclusive diretores da Braskem, para detalhar o que realmente já se sabe sobre as crateras e rachaduras no bairro.
“O objetivo do Ministério Público foi reunir todos para sabermos exatamente em que pé está a conclusão das investigações, o que está sendo feito e dar uma puxada, mesmo, para que todos trabalhem de forma conjunta. Afinal de contas nós temos mais de 20 mil pessoas em estado de pânico e nós, enquanto instituições públicas, não estamos dando as respostas efetivas no tempo oportuno. Ou seja: o pânico veio antes da solução”.
Sobre a evacuação programada para o sábado Alfredo Gaspar também alerta sobre a real necessidade, quando não há evidências que confirmem as causas. “Depois de uma resposta demorada já há algumas conclusões, mas elas não permitem uma definição das causas. O que eu posso dizer é que a população tem todo direito de permanecer em pânico, porque as autoridades, e eu incluo o Ministério Público também nesse rol, ainda não foram efetivas na busca de respostas e soluções. Agora vai ter um plano de evacuação. A população vai sair de casa sem nem saber porque está saindo, o que está causando isso, qual é a consequência que pode ter, havendo realmente um colapso da região. A população hoje se vê órfã de respostas”.
O procurador-geral de Justiça não citou os nomes de Renan Filho e Rui Palmeira, mas não precisa ser gênio para entender.
Vale destacar que, no workshop promovido pelo MPE, os representantes da Braskem voltaram a descartar que os buracos, crateras e rachaduras no Pinheiro não tem nenhuma relação com a extração do sal-gema.
Por enquanto, horas antes da evacuação, os moradores estão prontos para deixar suas casas sem saber o porquê.
Al1
Wadson Regis
