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Uma médica usou as redes sociais para denunciar calote por parte da Prefeitura de Marechal Deodoro, além do descaso do Executivo com a saúde pública do município. Segundo Marília Magalhães, que foi demitida do cargo na segunda-feira, 11, as condições de trabalho eram precárias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada na Praia do Francês.
"Copa com infestação de baratas, ar-condicionados quebrados. Vínhamos reclamando do raio-x que passou um mês quebrado, faltava medicamentos, sem contar os remédios vencidos", informou ao EXTRA. Até adrenalina, que é usada em alguns casos de parada cardíaca e choque anafilático, estava em falta.
"Mesmo trabalhando assim, continuamos, pois os pacientes que precisam do atendimento não podiam ficar à mercê da sorte", disse. Mas o trabalho na UPA, conforme a médica, nem sempre foi assim.
"A UPA era fantástica até começar a surgir esses problemas e ter a mudança de secretária. Foi quando iniciou uma espécie de 'perseguição', limitando nossas atividades dentro do próprio município, incluindo até pedidos para 'maneirar' na quantidade de eletrocardiograma que fazíamos na unidade", contou.
E prosseguiu: "Quando chegava alguém 'importante', que não tinha nada grave, essa pessoa ligava pra o pessoal da prefeitura para ser atendida logo". Sobre o calote, ela explicou que "estava trabalhando 36 horas e diminuiu para 12 horas devido a esses acontecimentos".
"Até que em dezembro os profissionais médicos, enfermeiros e outros não tiveram o 13º pago. Fomos atrás e não obtivemos nenhuma resposta concreta. Até que semana passada, descobrimos que havia no nosso contracheque o 13º, como se tivéssemos recebido e ficamos estarrecidos".
O presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Marcos Holanda, informou que está se inteirando do assunto e que deverá analisar o caso assim que chegar de viagem nesta quinta-feira, 14. A assessoria de comunicação da Prefeitura de Marechal Deodoro ficou de enviar nota sobre o caso.
