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Na residência número 80, na Rua Sapucaia, bairro Jardim das Paineiras, em Arapiraca, Agreste de Alagoas, a terça-feira (05) não começou da melhor forma.
Ao acordar para ir ao banheiro, na madrugada, por volta das 2h, José Sergio dos Santos, 44 anos, como é de praxe, abriu a cortina do quarto dos filhos para ver se eles estavam dormindo. Um deles, o Tailson Moreira dos Santos, 21 anos, não estava na cama.
O pai cogitou a possibilidade do jovem ter saído mas o portão estava fechado e a chave com ele.
Já preocupado, o pai foi até a dependência da residência e encontrou o filho no cômodo, já sem vida. Tailson havia se enforcado com um lençol branco.
"Meu filho acorde, acorde", chegou a pedir o pai, que foi até a esposa, que estava dormindo, e contou quase tudo. "No primeiro momento eu não contei que ele estava morto porquê ela tinha acabado de acordar, seria um susto muito grande e eu não queria vê-la sofrer, mas eu precisava desabafar e abraça-la", disse José Sergio.
Todos esses acontecimentos foram relatados ao repórter Mitchel Torquato, da rádio 96 FM Arapiraca. O pai contou, ao vivo durante o Show de Notícias, que no último sábado (02) a mãe pegou o filho se cortando com uma faca.
"Conversei com ele no domingo, perguntei o que estava acontecendo, o que significava a cena de sábado e ele me disse que estava estressado no serviço, respondi que isso não era motivo e que ele podia desabafar com a gente", falou Sergio.
O jovem trabalhava como cozinheiro em um estabelecimento na Rua do Sol, no Centro de Arapiraca. Inclusive nessa segunda-feira (04) ele foi trabalhar e fez o que o pai orientou, disse ao proprietário que não dava mais para continuar. "Ele passou no trabalho da minha esposa, contou que havia pedido demissão, sugeriu comprar uma sandália com o dinheiro que recebeu, a mãe concordou, aceitou a carona de um amigo, foi para um aniversário, chegou em casa tranquilo e antes de dormir disse que não queria jantar e pediu meu celular, eu disse onde estava e fui dormir, quando eu acordei encontrei ele pendurado", relatou.
"De qualquer forma ontem (segunda-feira) eu já fui trabalhar muito preocupado com o que poderia acontecer", lamentou o pai que disse que não bebe há dois anos e quatro meses e que parou para cuidar de sua família. "Não é fácil lidar com a cena de ver um filho enforcado, a ficha ainda não caiu, mas resolvi falar para abrir a minha mente e dar suporte a quem precisa", afirmou José.
A Rádio Patrulha 1, do 3º Batalhão da Polícia Militar, deu o suporte necessário aos familiares.
Diário de Arapiraca
