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Vida e Estilo
01/01/2019 18:00:00

Cérebro recebe ‘recompensa’ dupla pelas refeições


Cérebro recebe ‘recompensa’ dupla pelas refeições
Dopamine - Ilustração

Sabe-se que uma boa refeição estimula a liberação de dopamina, o “hormônio do prazer”, mas agora um novo estudo com seres humanos sugere que esta “recompensa” é dada duas vezes: a primeira quando a comida é ingerida, e a segunda quando ela efetivamente chega ao estômago.

No experimento, realizado por cientistas do Instituto Max Planck para Pesquisas do Metabolismo, na Alemanha, os pesquisadores usaram uma nova técnica de um tipo de tomografia conhecida como PET desenvolvida por eles próprios para identificar dois picos na liberação de dopamina pelo cérebro durante e após as refeições, bem como as regiões do órgão associadas a esta liberação.

— Embora a primeira liberação tenha acontecido em regiões do cérebro ligadas à percepção sensorial e aos sentimentos de recompensa, a liberação pós-ingestão envolveu regiões adicionais relacionadas a funções cognitivas mais sofisticadas — relatou Marc Tittgemeyer, líder do Grupo de Neurocircuitos Translacionais do instituto alemão e autor sênior de artigo sobre a experiência, publicado esta semana no periódico científico “Cell Metabolism”.

No experimento, 12 voluntários saudáveis receberam ou um delicioso milkshake ou uma solução sem gosto enquanto eram submetidos ao exame. Os cientistas verificaram então que o desejo de tomar o milkshake era proporcionalmente relacionado à quantidade de dopamina liberada inicialmente em determinadas regiões do cérebro quando da ingestão, mas também que quanto maior era este desejo, menor era liberação do hormônio no segundo momento de “recompensa”.

— De um lado, a liberação de dopamina espelha o desejo subjetivo de consumir um determinado alimento — diz Heiko Backes, líder do grupo de imageamento do metabolismo cerebral do instituto alemão e um dos coautores do estudo. — Mas, por outro lado, nosso nível de desejo parece suprimir a liberação de dopamina induzida pelo sistema digestivo.

Segundo os cientistas, esta supressão da liberação de dopamina induzida pela chegada do alimento ao sistema digestivo pode levar ao consumo excessivo de alimentos que despertam mais desejo, o que, por sua vez, eleva o risco de obesidade.

— Continuamos a comer até que dopamina suficiente tenha sido liberada — resume Backes.

Experimentos anteriores com camundongos já haviam demonstrado a indução da liberação de dopamina pela chegada de alimentos no sistema digestivo, mas esta é a primeira vez que tal fenômeno também foi observado em humanos.

Jornal O Globo



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