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Especial
29/12/2018 11:00:00

Clã Bolsonaro: quem são os filhos e a primeira-dama que acompanham o novo presidente na vida pública


Clã Bolsonaro: quem são os filhos e a primeira-dama que acompanham o novo presidente na vida pública
Clã Bolsonaro

A eleição de Jair Bolsonaro como Presidente da República não traz apenas uma figura individual para o topo do poder político no Brasil. Junto com o novo mandatário, que toma posse nesta terça-feira (1), vem junto também uma família que há anos faz parte da vida pública nas esferas municipais, estaduais e federais.

Os filhos Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, do primeiro casamento do novo presidente, seguiram os passos do pai e têm cargos públicos. Cada um com o próprio estilo de atuação, devem aparecer com frequência no cenário político nacional nos próximos quatro anos, com discursos muito alinhados às bandeiras do pai, como, por exemplo, o fim do estatuto do desarmamento.

Por mais que seja até comum em determinadas regiões do país, em que famílias tradicionais dominam cargos públicos do executivo e legislativo, ter um clã ligado diretamente ao posto principal do poder nacional não era comum. Nenhum dos presidentes da redemocratização tinham tantos familiares eleitos para cargos de senador/deputado/vereador durante o mandato como tem Jair Bolsonaro – a família de Fernando Collor de Mello é ligada à política, mas não tinha força parecida quando Fernando se elegeu presidente.

Junto com os filhos, também deve aparecer em destaque a figura da primeira-dama Michelle Bolsonaro, repetindo a atuação de mulheres como Ruth Cardoso, Marisa Letícia e Marcela Temer, organizando e participando de ações sociais do governo. (Imagem: Flickr/FotosBolsonaro)

Flávio Bolsonaro

 
Imagem: Flickr/FotosBolsonaro

Empresário e advogado, com especializações em Políticas Públicas e Empreendedorismo, é o primogênito da família, com 37 anos. Mas não foi o primeiro dos filhos de Jair Bolsonaro a se lançar na política. Depois de Carlos se tornar vereador da cidade do Rio de Janeiro em 2000, Flávio se elegeu deputado estadual do RJ pelo PP, em 2002, aumentando a presença do clã em cargos públicos.

Desde então, foi eleito para mais três mandatos como deputado estadual do Rio de Janeiro. No meio do último, lançou-se candidato a prefeito da cidade do RJ pelo PSC, em 2016, sendo o primeiro integrante da família Bolsonaro a concorrer a um cargo executivo.

Flávio utilizava o mesmo discurso outsider que notabilizou e fez o pai ser bem-sucedido recentemente na política, ao dizer que a candidatura à Prefeitura do Rio de Janeiro era “de protesto contra tudo o que está aí”. Mas essa campanha acabou marcada com o episódio ocorrido no primeiro debate dessa eleição na TV, realizado pela Band, em que o então deputado estadual teve um mal-estar e quase caiu desmaiado, sendo acudido por Jandira Feghali e Carlos Osorio, adversários na disputa.

Nas urnas, Flávio acabou sendo o quarto mais votado no primeiro turno da disputa pela Prefeitura do Rio em 2016, com 424.307 votos, 14% dos válidos. O desempenho foi importante para demarcar território na política fluminense e almejar uma “promoção”.

Neste ano, catapultado também pelo desempenho do pai na disputa pela Presidência da República, Flávio elegeu-se senador pelo estado do Rio de Janeiro como o mais votado entre os candidatos, com 4.380.418 votos, 31,29% dos válidos. Com boa articulação política, deve ser o líder do PSL-RJ no Congresso Nacional.

Depois da eleição, Flávio se tornou uma figura constante no noticiário por conta de um comportamento suspeito de um ex-assessor parlamentar dele. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou uma movimentação no valor de R$ 1,2 milhão na conta em nome do policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz entre os dias 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017.

A quantia não era compatível com os ganhos de Queiroz, que trabalhava como motorista e segurança de Flávio antes de ser exonerado do gabinete do então deputado estadual no dia 15 de outubro de 2018, dias antes do segundo turno das eleições presidenciais. Entre as transações feitas, foi encontrado um cheque de R$ 24 mil destinado à Michelle Bolsonaro, atual esposa do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Carlos Bolsonaro

 
Flickr/FotosBolsonaro

Formado em Ciências Aeronáuticas e atualmente com 35 anos de idade, foi o primeiro filho de Jair Bolsonaro a entrar na política, apesar de ser o único que nunca saiu de limites municipais, por enquanto sem concorrer a cargos estaduais ou federais. Na primeira eleição que disputou, Carlos tinha apenas 17 anos – podia participar porque chegaria à idade mínima, 18 anos, antes da posse. A história que envolve o início da vida pública dele é polêmica.

De acordo com matéria do jornal O Estado de S.Paulo, Jair teve a ideia de lançar Carlos a vereador do Rio de Janeiro como uma forma de impedir a reeleição da ex-mulher Rogéria Nantes Braga Bolsonaro, que era candidata ao terceiro mandato. O agora presidente eleito reclamava na época que a mãe dos três primeiros filhos dele tinha lhe traído a confiança.

Na disputa entre mãe e filho, Carlos obteve 16.053 votos, o triplo de Rogéria, sendo o vereador mais jovem da história do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, a carreira política da ex-mulher de Jair chegou ao fim.

Foi o início de uma trajetória que dura 18 anos e no mínimo chegará a 20 na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Durante esse tempo, Carlos assinou 42 leis aprovadas. Porém, a maioria foi como coautor.

Com postura discreta e avesso à imprensa, Carlos foi, aos poucos, assumindo um trabalho de bastidor para o pai: a construção de imagem de Jair Bolsonaro nas redes sociais. A maior parte do trabalho do atual presidente eleito na internet foi feito pelo filho vereador do Rio de Janeiro, que pediu licença do cargo durante a campanha para se dedicar ao projeto.

Por causa disso, Jair afirmou, durante a transição, que considerava nomear Carlos como titular da Secretaria de Comunicação (Secom). Fazendo elogios ao desempenho dele, disse que o filho era um “fera da internet”. A possível nomeação causou polêmica, e o vereador tratou de encerrar a discussão dizendo que não aceitaria o cargo, não seria mais responsável pelas redes sociais do pai e voltaria às atividades na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Porém, participou recentemente de uma reunião ministerial do novo governo.

Eduardo Bolsonaro

 
Flickr/FotosBolsonaro

Dos três irmãos nascidos do primeiro casamento de Jair Bolsonaro, Eduardo é o mais novo, com 34 anos. Criado na zona norte do Rio de Janeiro, teve uma adolescência como muitos outros: gostava de praia, surfe e hardcore, sendo amigo dos integrantes da banda Forfun. A história viralizou neste ano nas redes sociais. Mas o caçula do trio cresceu, se formou em Direito, passou em concurso para trabalhar como escrivão da Polícia Federal – trabalhando em Rondônia e no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo – e acabou seguindo o mesmo caminho político da família.

Apesar de ter sido o último a entrar na vida pública, Eduardo chegou com tudo, tornando-se deputado federal. Mas ao contrário de toda família, que se estabeleceu no Rio de Janeiro, elegeu-se pelo estado de São Paulo, com 82.224 votos. Assim, fincou-se como o representante do clã em SP.

Acabou se tornando o herdeiro da família na Câmara dos Deputados, sempre ao lado do pai e com um discurso totalmente alinhado ao do progenitor, sendo contra o casamento de pessoas do mesmo sexo, a política de cotas e o antipetismo. Foi com esse último item que se tornou mais conhecido entre o eleitorado, sendo presença constante em manifestações a favor do impeachment de Dilma Rousseff.

Somado ao fenômeno de crescimento do pai durante a campanha presidencial, Eduardo passou a ser uma das figuras políticas mais fortes do país, tornando-se o deputado federal mais votado da história do Brasil em 2018, reeleito com 1.843.735 votos.

Mesmo assim, não é visto como um grande articulador. Eduardo não é o protagonista das ações do PSL-SP, tendo de dividir espaço com o senador Major Olímpio e os colegas de Câmara dos Deputados, Joice Hasselmann e Alexandre Frota. Mas já se credencia como um dos principais personagens no trabalho de política externa, de acordo com a recente visita que fez aos EUA para fazer reuniões em nome do novo governo.

A capacidade para angariar votos herdada do pai parece ser a mesma para se envolver em polêmicas. Antes das eleições, teve de explicar os motivos de o patrimônio dele ter aumentado 432% durante os quatro anos do primeiro mandato.

Mas o momento mais explosivo envolvendo Eduardo se deu quando viralizou um vídeo em que o deputado federal disse em uma palestra a estudantes que basta um soldado e um cabo para fechar o STF (Supremo Tribunal Federal). A fala causou grande repercussão e declarações de repúdio de ministros do STF. Até mesmo o pai Jair teve de se manifestar, afirmando que advertiu o filho pelo “absurdo”.

Michelle Bolsonaro

 
Reprodução/Facebook

Com 38 anos, a futura primeira-dama do Brasil é 25 mais nova do que o presidente eleito. Os dois se conheceram no Congresso Nacional, em 2007. Michelle trabalhava como secretária parlamentar quando iniciou o relacionamento com o então deputado federal. Antes de se casarem em 2013, tiveram uma filha, hoje com sete anos.

Michelle se mostrou bastante discreta durante toda a campanha do marido, aparecendo com mais frequência após a vitória de Bolsonaro nas eleições presidenciais. Foi muito graças a ela que Jair se converteu evangélico. Bastante religiosa, a primeira-dama costuma frequentar a Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Antes, ia aos cultos da Assembleia de Deus, onde teve contato com o pastor Silas Malafaia, um dos maiores apoiadores do novo governo no meio religioso.

Na Igreja Batista Atitude, Michelle também ajuda como intérprete de libras para surdos. Essa deve ser uma área que a primeira-dama colocará como prioridade. Em uma rara entrevista, ao Jornal Nacional, da TV Globo, disse que quer fazer todos os trabalhos sociais possíveis, por ser um chamado que tem, graças à aproximação com as pessoas com deficiência, em especial os surdos.

Mas apesar de toda a discrição, nem Michelle fica longe das polêmicas. No caso envolvendo a movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flavio Bolsonaro, a primeira-dama é citada por ter recebido um cheque nominal de R$ 24 mil do antigo funcionário do enteado.

Mais recentemente, o jornal Folha de S.Paulo revelou que Michelle mandou retirar obras de arte e imagens com simbologia católica do Palácio da Alvorada, a residência oficial do Presidente da República. Apesar de a reportagem trazer uma declaração do futuro vice-presidente Hamilton Mourão confirmando a transferência das obras para o Palácio do Jaburu, o Palácio do Planalto emitiu uma nota negando que o pedido tenha sido feito.

https://br.noticias.yahoo.com 



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