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Geral
22/12/2018 12:00:00

Legalização: Tráfico movimenta R$ 17 bilhões por ano


Legalização: Tráfico movimenta R$ 17 bilhões por ano
Ilustração

De acordo com o general da reserva do Exército Alberto Mendes Cardoso, em todo o Brasil o mercado de drogas movimenta R$ 17 bilhões por ano no Brasil. Ele é ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República e defende a legalização gradual das drogas.

Ele começar a liberação pelo consumo de maconha, mas só a partir do ano de 2034, depois de uma “forte campanha educativa”. O general defende que a maconha seja a primeira droga a ser legalizada pela popularidade e pela menor taxa de malefícios à saúde. Mas reforça que, antes, é preciso fazer uma campanha educativa forte contra as drogas durante pelo menos 16 anos.

Seria o tempo necessário, de acordo com seu ponto de vista, para fornecer informação aos cidadãos para optarem por usarem ou não substâncias que causem mal à saúde. Um dos exemplos citados por Cardoso são as campanhas contra o cigarro, que reduziram o consumo de tabaco no país nos últimos 20 anos.

Segundo ele, elas quebraram a ideia de “sofisticação” que o fumo trazia à mente dos jovens. No Brasil, 10,1% da população ainda era fumante em 2017, contra 29,8% em 2000, segundo o Ministério da Saúde e a OMS (Organização Mundial de Saúde). No mundo, a taxa caiu de 27% para 20% entre 2000 e 2016.

O militar listou consequências negativas da liberação de drogas observadas outros países, como o aumento do consumo. No entanto, destaca que elas não ocorreram em Portugal, o que seria um “exemplo” para o Brasil.

A medida desestimularia o negócio ilegal e os crimes associados, a exemplo de assassinatos e assaltos, defende o militar. Suas idéias foram defendidas em palestra no 14° Enecob (Encontro Nacional de Editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros), em Brasília.

“Uma grande quantidade de pessoas envolvida nisso aí não quer nem pensar em legalização porque a lucratividade do seu crime depende muitíssimo da situação de ilegalidade da atividade”. General da reserva do Exército Alberto Mendes Cardoso.

O general citou como exemplo a prisão de 54 policiais militares, nesta terça-feira (18), por vínculos com o narcotráfico e o PCC . A venda de maconha responderia por R$ 12 bilhões desse “bolo”. A de coca, por R$ 5 bilhões. Segundo ele, “a cereja do bolo” desse tipo de organização é a venda local de maconha, cocaína e outras drogas. Depois, vêm as rotas internacionais de narcotráfico.

Criou Abin

Aos 78 anos, Cardoso é doutor em Ciências Militares pela Eceme (Escola de Comando e Estado-Maior do Exército). À frente do GSI, durante o governo FHC (1995 a 2002), ele criou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), a Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas) e o Programa de Integração e Acompanhamento de Políticas Sociais para Enfrentamento dos Indutores de Violência.

Criador do primeiro Plano Nacional de Segurança Pública, o general da reserva se disse “preocupado” com o fato de a Senad ficar sob a guarda do Ministério da Justiça, e não mais da Presidência da República, como era em sua época de ministro. Para Cardoso, é sinal de que a prevenção ao uso de narcóticos não terá a prioridade e o orçamento necessários.

éassim



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