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12/03/2009 00:00:00

Municípios


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O promotor da 10ª Zona Eleitoral de Palmeira dos Índios, Rogério Paranhos, (foto 1) é acusado de constranger 27 mulheres de Estrela de Alagoas, (foto 2) sob a acusação da prática de crime eleitoral, o qual não teria sido comprovado, segundo as suspeitas. Ele teria detido as acusadas no dia 04 de março, em uma residência situada no Povoado Lagoa Dantas, e as transportado em duas caminhonetes da polícia até o Fórum de Palmeira dos Índios, fazendo-as, segundo denunciaram ao Tudo na Hora, passar por um constrangimento frente a opinião pública, sem que nenhum material eleitoral tivesse sido apreendido por ele.

A ação teria sido realizada após denúncias feitas por integrantes de uma das chapas que disputam a Prefeitura de Estrela de Alagoas, cujo município terá nova eleição no próximo dia 15 de março. O promotor teria enviado duas viaturas da polícia à residência da agente de saúde Valdice Rodrigues, que teria reunido as 26 mulheres para discutir a possibilidade de pleitear uma audiência com o chefe do Executivo municipal, a fim de exigir o pagamento do Adicional de Insalubridade dos servidores municipais, que prestam serviços à Secretaria de Saúde de Estrela de Alagoas.

Ao chegarem à residência, os policiais teriam constatado a realização de uma reunião onde estava sendo articulada uma mobilização, cujo propósito seria garantir o pagamento da Insalubridade. Mesmo assim, segundo denunciaram as 27 mulheres ao Tudo na Hora, o promotor se dirigiu à casa de Valdice Rodrigues e determinou que elas o acompanhassem até o Fórum de Palmeira dos Índios, mesmo sem flagrar nenhuma alusão ao pleito eleitoral de Estrela de Alagoas ou apreender qualquer material de campanha.

As mulheres foram transportadas em duas viaturas da polícia, no automóvel do promotor e em um carro que pertenceria ao motorista da Secretaria de Saúde de Estrela de Alagoas. Por onde passavam, segundo Quitéria Moura, que foi uma das agentes de saúde detidas por Rogério Paranhos, o grupo era identificado e acabou sendo motivo de chacota, já que as caminhonetes da polícia palmeirense não possuíam cobertura.

“Fui detida junto às minhas companheiras sem que tivéssemos praticado nenhum crime, já que nossa reunião não tinha cunho político, mas se tratava de um debate para traçarmos a estratégia que visa reivindicar o pagamento da Insalubridade aos agentes de saúde da Secretaria Municipal de Estrela de Alagoas. Nunca havia passado por tamanho constrangimento em toda a minha vida e jamais pensei em ser motivo de chacota por um crime que não pratiquei, já que nossa reunião tinha o propósito, apenas, de discutir alternativas para cobrar nossos direitos”, garantiu a agente de saúde Quitéria Moura.

Ainda segundo Quitéria Moura, ao chegarem ao Fórum de Palmeira dos Índios, as agentes de saúde foram sabatinas pela equipe do promotor Rogério Paranhos. Após ouvi-las, ele teria recomendado que elas tomassem cuidado, pois segundo teria afirmado em forma de metáfora, a corda sempre quebra do lado mais fraco. Posteriormente, as 27 mulheres foram liberadas e o promotor disponibilizou uma Van, pertencente a Fundação de Amparo ao Menor de Palmeira dos Índios (Fundanor), para que elas fossem transportadas até Estrela de Alagoas.

 

Outro lado

Procurado por nossa equipe de reportagem, o promotor Rogério Paranhos afirmou que,e em nenhum momento constrangeu as mulheres que estavam reunidas uma residência situada no Povoado Lagoa Dantas, em Estrela de Alagoas. “Apenas recebi a informação de que um grupo estaria reunido na casa do um vereador Elminho e fomos até o local averiguar. Realmente não me convenceu o fato de estarem realizando uma reunião para discutir o adicional de insalubridade dos agentes de saúde, pois em casos como este, as conversas ocorrem em lugares de fácil acesso, a exemplo da zona urbana, e não foi o que aconteceu, pois elas estavam em um povoado e na casa de um vereador”, argumentou o promotor ao Tudo na Hora.

Ele salientou, ainda, que “o fato das agentes de saúde estarem reunidas na residência de um vereador e de algumas delas terem sido transportadas em um automóvel com plotagem de um dos candidatos a prefeito, é algo muito estranho. Por isso, os indícios de que estaria havendo crime eleitoral são fortes, mas não procede a informação de que elas foram submetidas à constrangimentos, pois utilizei, inclusive, o meu automóvel para transportá-las até o Fórum Eleitoral de Palmeira dos Índios, ouvi primeiro as que eram casadas e tinham filhos”, garantiu Rogério Paranhos, que lamentou o fato de não dispor de melhor estrutura para transportar as suspeitas, a não ser duas viaturas da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL).

Representação

Mas o advogado Adriano Soares, (foto 3) que defende as suspeitas, garante que o promotor teria praticado abuso de poder, já que não foi comprovado a existência de crime eleitoral na residência onde a reunião aconteceu. “Se realmente tivesse havido a comprovação de crime eleitoral ou a apreensão de objetos de campanha, seria uma atitude coerente levar as acusadas para o Fórum, mas isso não ocorreu. Ainda há o fato de não ter existido um transporte adequado e, por isso, irei entrar com uma ação junto ao Ministério Público de Alagoas (MP/AL) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o promotor, além de processá-lo por danos morais”, informou Soares.

com tudonahora // josenildo torres

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